Norte, a região mais pobre da Europa
RUDOLFO REBÊLO
"O Norte trabalha e Lisboa consome". Esta frase já passou para o baú da história. As cifras não enganam: nos primeiros cinco anos da década, a riqueza produzida no país aumentou 22%. Ao mesmo tempo, no Norte, entre o Douro e o Minho, incluindo Trás-os-Montes, a riqueza cresceu apenas 18,7%, enquanto no Alentejo expandia-se 21,8%.
O Norte do país pode trabalhar muito, mas e os rendimentos - salários, rendas e pensões - aumentaram na mesma proporção? Os dados oficiais parecem castigar as gentes do Norte. Em 2006, em rendimentos anuais (ordenados, rendas) cada nortenho auferia 7307 euros, em média, de acordo com o s inquéritos aos rendimentos familiares do INE. Ou seja, no final do ano, cada nortenho levava menos 1483 euros, em relação à média ostentada pelo cidadão nacional.
Até mesmo os alentejanos - por norma, associados à "pobreza" - ganhavam mais do que os nortenhos: 7390 euros anuais. Mas, em termos de ganhos, diz a estatística, a diferença para a Grande Lisboa é abismal. É que o típico lisboeta ganha mais 4355 euros do que o nortenho.
Prejudicados nos ganhos, os nortenhos são, também, "mal-tratados" quanto aos subsídios sociais. Em média nacional, os pensionistas recebem 4006 euros anuais - dados de 2007 - mas os nortenhos são os últimos na cadeia da solidariedade nacional: recebem apenas 3187 euros, o que pode ser explicado pela pirâmide populacional. Um último dado: em 2007, a pensão média nacional de velhice era de 359 euros, mas em Braga a pensão média não passava dos 316 euros. E, se no Porto o pecúlio atingia os 390 euros, já em Lisboa tocava os 463 euros.
Até mesmo o flagelo social mais temido não perdoa as gentes do Norte. Entre 2000 e 2007, o desemprego em Portugal aumentou 118%. Mas, mais uma vez as estatísticas oficiais são cruéis para a zona Norte. Entre o Douro e o Minho o exército sem emprego aumentou 145%, só ultrapassado pelo crescimento no Centro, entre o Tejo e o Douro: 174,6%. E, a demonstrar que em Lisboa pode existirem mais oportunidades no mercado laboral, o desemprego aumentou "apenas" 77,6%.
Em 2005, o Norte de Portugal era a região da UE a 25 com o mais baixo índice de rendimento por habitante. A riqueza (PIB), medido em termos de poder de compra, representava 57,4% da média da UE. Lisboa, para o mesmo ano, detinha um PIB per capita de 104,3% da média da União.
COLONIZARAM E AGORA SÃO COLONIZADOS.ESCOLHAM MELHOR QUEM VOS REPRESENTA.QUE VOS TÊM ANDADO A TRAIR...
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