Ucraniano detido com arsenal bélico ficou em liberdade
AMADEU ARAÚLO,Viseu e PAULA CARMO
Guarda. Imigrante de 29 anos detido em flagrante
Suspeito ficou proibido de se movimentar no espaço Shengen
Apanhado com um arsenal bélico, em flagrante delito, entre a Guarda e a zona fronteiriça, um cidadão da Ucrânia foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) na posse de 42 detonadores, seis cartuchos de gelamonite, vários metros de fio condutor lento, armas (calibre 12 e 9 mm), centenas de munições e pregos de imobilização de viaturas. Ouvido pelo juiz de instrução criminal do Tribunal da Guarda foi-lhe decretada, como medida de coacção, apresentações bissemanais na esquadra da área da residência. Ao suspeito foi ainda apreendido material de comunicações e de imobilização de veículos em movimento, bem como uma viatura de cilindrada média, registada em Coimbra, que havia sido furtada há dois meses.
O homem, de 29 anos, a residir desde 2001 no concelho de Almeida e "em situação regular no país", terá profundos conhecimentos de "adaptação de armas", escusando-se os investigadores a revelar se tal se deve à eventual carreira militar no seu país. O indivíduo é suspeito de adaptar, transformar e vender armas e de estar ligado à criminalidade organizada, mas, de acordo com fonte ligada à operação, "existem mais quatro suspeitos já identificados no processo", desencadeado no âmbito de um plano nacional de combate à criminalidade violenta".
Fonte da PJ referiu que os indivíduos indiciados no processo "constituem um grupo organizado que actua em Portugal e Espanha e que tinha um refúgio junto à fronteira". De acordo com a mesma fonte "estamos a apurar o envolvimento em vários assaltos e outros crimes nos dois lados da fronteira".
De acordo com a citada fonte, o material apreendido "encontrava-se numa oficina onde ele trabalhava e à qual tinha acesso diário". O imigrante "é suspeito de transformar e adaptar várias armas a calibres de maior projecção bem como de vender".
Ao DN, Mário Bento, coordenador da PJ da Guarda, adiantou que "o suspeito foi encontrado na posse de diverso material que nos leva a crer que trabalhava com mais indivíduos ligados à criminalidade violenta, possivelmente no país e no estrangeiro". Este facto levou a PJ a contactar a Interpol para recolher "eventuais informações que permitam esclarecer os indícios de ligações internacionais ao crime violento.
O homem foi ouvido, ontem, de manhã no Tribunal da Guarda que decretou, para além das apresentações duas vezes por semana no posto da GNR de Vilar Formoso, a proibição de se ausentar do concelho de Almeida e de contactar com os outros quatro indivíduos indiciados. O ucraniano ficou ainda impedido de circular no espaço Schengen.
As investigações prosseguem a cargo da PJ e do Corpo Nacional de Polícia, de Espanha, para "confirmar o envolvimento noutros crimes cometidos em Portugal e Espanha dos cinco envolvidos neste processo", disse a mesma fonte.
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