Wednesday, April 4, 2007

NINGUÉM FALA DO DEFICE DE PRODUÇÃO VENDAVEL

Daniel Bessa aponta os maiores erros que conduziram ao actual estado das contas públicas
“Guterres é o grande culpado”O ex-ministro Daniel Bessa culpou os governos de António Guterres pelo actual estado deficitário das contas públicas. A explicação está no aumento descontrolado da despesa pública, numa altura em que a economia estava em pleno crescimento. Paulo Francisco Carvalho/José Freitas (foto)Daniel Bessa apontou ontem o ex-primeiro-ministro António Guterres e os ex-ministros Sousa Franco e Pina Moura como os principais responsáveis pelo actual descontrolo das contas públicas portuguesas. O também ex-ministro da Economia no primeiro Governo de Guterres disse que os aumentos dos impostos em 2002 [Ferreira Leite] e em 2005 [Campos Cunha] só aconteceram porque os ministros das Finanças não tinham outra alternativa. “A responsabilidade da situação dramática das finanças públicas está nos anos 90, onde o Governo, em altura de pleno crescimento, aumentou a despesa de forma estrutural e acima de qualquer controlo”, disse Daniel Bessa durante a conferência «Choque fiscal: uma visão económica», na Universidade Católica do Porto.Para o economista, Portugal tem uma carga fiscal excessiva, mas, se mandasse, não baixaria os impostos na actual conjuntura. A explicação, segundo Daniel Bessa, é fácil. O problema da carga fiscal está no lado da despesa. Só a redução dos gastos do Estado daria sustentabilidade e credibilidade à baixa da carga fiscal. E alertou que há o risco de transformar a descida dos impostos numa oportunidade política. “A consolidação orçamental ainda está no início. Temos que ir mais longe, mas pelo lado da despesa. Só depois de passar esse calvário é que se pode baixar os impostos”, afirmou.Na mesma conferência, Miguel Cadilhe, e para responder a Daniel Bessa, apontou o «efeito tenaz» para defender uma descida imediata da carga fiscal. “A redução do impostos vai pressionar a descida da despesa pública, que assusta qualquer um”. Para o ex-ministro das Finanças – Governo PSD – o novo Pacto de Estabilidade imposto por Bruxelas aos países da Zona Euro diz mesmo que se deve evitar aumentar impostos em tempos de recessão grave, que é o que o nosso País enfrenta. É por isso que Cadilhe está contra as subidas de 2002 e 2005, defende a descida imediata e critica as promessas não cumpridas feitas durante a corrida eleitoral. “É uma questão de desconsideração inaceitável o que fez Durão Barroso e José Sócrates. As promessas em campanha eleitoral devem ser solenes”, concluiu Cadilhe

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