Nos últimos três anos
Cerca de 80% dos filmes nacionais rendem menos de 50 mil euros nas bilheteiras
[ 2007/06/01 | 19:56 ] Rui Pedro Vieira
O panorama do cinema português em matéria de receitas de bilheteira e número de espectadores nas salas nacionais não é exemplar. A «Agência Financeira» consultou os dados mais recentes do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM) e concluiu que, desde 2005, 80 por cento dos 39 filmes estreados renderam menos de 50 mil euros nas bilheteiras, valor abaixo da maioria dos seus custos de produção.
As únicas excepções de registo a este panorama são as obras «O Crime do Padre Amaro», de Carlos Coelho da Silva, que levou às salas nacionais, em 2005, 380.652 espectadores e rendeu 1,644 milhões de euros, e «O Filme da Treta», de José Sacramento, que lucrou 1,092 milhões de euros e contou com 278.831 espectadores.
Com saldo acima dos 50 mil euros estão também «Alice», de Marco Martins (141,8 mil euros), «Um Tiro no Escuro», de Leonel Vieira (121 mil euros), «Coisa Ruim», da dupla Tiago Guedes e Frederico Serra (117,7 mil euros), «Odete», da autoria de João Pedro Rodrigues (66,9 mil euros) e o documentário «Lisboetas», de Sérgio Tréfaut (64,8 mil euros).
Abaixo do valor referido estão obras de Manoel de Oliveira («Espelho Mágico», que rendeu apenas 11,4 mil euros), Fernando Lopes (que, com «98 Octanas», ficou-se pelos 10 mil euros e 2.906 espectadores) ou Edgar Pêra (o seu último filme, «Movimentos Perpétuos», registou somente 4,5 mil euros e foi visto por 1.028 pessoas).
Na distribuição nacional deste ano, o filme português mais rentável foi, até ao momento, a comédia «Dot.Com», de Luís Galvão Teles, que acumulou 49,6 mil euros e contou com 12.709 espectadores.
Seguem-se «O Mistério da Estrada de Sintra», do realizador Jorge Paixão da Costa, com 47,4 mil euros e 11.258 espectadores, e «Suicídio Encomendado», de Artur Serra Araújo, com cerca de 9 mil euros de receita nas bilheteiras e 2.218 espectadores.
Filme «Brumas» é o menos rentável, com 96 euros de receita
No fundo desta tabela encontram-se os filmes «Vanitas», de Paulo Rocha, visto por 493 pessoas e com 1.425 euros de bilheteira, e «O Veneno da Madrugada», da autoria de Ruy Guerra, que acumulou apenas 796 euros e foi visto por 192 pessoas.
O titulo português menos visto dos últimos três anos foi «Brumas», obra de Ricardo Costa, que contou apenas com duas sessões em sala de cinema e 24 espectadores, rendendo 96 euros.
BEM PODIAM OBRIGAR OS PRESOS, QUE SÃO MUITOS A VER ESSAS OBRAS DE ARTE...
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