Guantánamo
Os seis prisioneiros que querem vir para Portugal
por Patrícia ViegasHoje
ONG propuseram quatro líbios e dois sírios, um dos quais está em greve de fome há três meses e foi levado para a prisão num avião militar que sobrevoou espaço aéreo português em 2002
Jihad Dihab, sírio, Ismael al-Bakush e Salem Abdul Salam Gherebi, ambos de nacionalidade líbia, são três dos seis presos de Guantánamo, livres de acusação e a necessitar de protecção humanitária, que foram propostos ao Governo português por uma coligação de organizações de direitos humanos. Os três autorizaram os advogados a divulgar os seus casos ao público. Os restantes, dois líbios e um sírio, preferem não fazê-lo por temerem ser alvo de represálias no futuro.
"Nós enviámos cartas a propor presos a sete países europeus, entre os quais está Portugal. Aprovamos o compromisso do Governo português em apoiar a Administração de Barack Obama para encerrar Guantánamo. Agora está na hora de agir", disse ao DN, por telefone, Irena Sabic, advogada da organização americana Center for Constitutional Rights, uma das cinco que subscrevem a carta, datada de 10 de Março, que foi enviada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
Além disso houve reuniões em Lisboa, há cerca de um mês, com responsáveis desse ministério, com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, mas também com os grupos parlamentares do PSD, PCP e do Bloco de Esquerda, conseguiu apurar o DN. O Governo manifestou-se, em geral, receptivo a estas propostas, embora seja necessário lembrar que o canal oficial para tratar desta questão reside na relação entre os países da União Europeia e os EUA.
"Queremos que os conheçam melhor para que, quando chegar a fase da operacionalização, tudo seja efectivamente mais fácil", explicou, ao DN, Pedro Krupenski, director executivo da Amnistia Internacional em Portugal. "À luz da lei de asilo político pensamos que estão reunidas as condições para que eles venham para Portugal", acrescentou o responsável, precisando que só não se faz referência a isso na carta porque o Governo pode decidir dar outro estatuto. "Foi-me dito que Portugal não iria avançar sem decisão da UE, porque não pode integrá-los unilateralmente no espaço Schengen".
Questionado pelo DN, o Ministério da Administração Interna português confirmou que "a abordagem comum que salvaguarde a autonomia de cada Estado membro quanto à possibilidade de acolhimento de alguns ex-detidos" vai voltar a ser equacionada "nos próximos dias 4 e 5 de Junho" no Conselho de Ministros da UE, com a presidência checa e o comissário europeu para a Segurança, o francês Jacques Barrot.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros, por sua vez, não respondeu às perguntas do DN. No entanto, o ministro Luís Amado, afirmou recentemente à Lusa que ainda é prematuro dizer quantos presos virão para o país. Portugal foi o primeiro a manifestar abertura para ajudar Obama. Áustria e República Checa são dos que estão contra a ideia. Na Alemanha, o Governo está dividido. A França poderá receber um argelino. Mas também não é preciso que todos os 27 aceitem ex-presos. Apenas que arranjem um mecanismo para se informarem mutuamente sobre o paradeiro dos que vierem para a Europa e o destino dos que quiserem viajar dentro dela.
JÁ CÁ TEMOS POUCA MERDA PARA ESTAREM SEMPRE A IMPORTAR MAIS.E QUE FICAM POR NOSSA CONTA.ESTES GAJOS SÃO LOUCOS.
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