Seis a oito milhões de euros para trasladar ex-combatentes
por MANUEL CARLOS FREIREHoje
Petição com quase 12 000 assinaturas que defende trasladação de militares mortos na guerra colonial é debatida quarta-feira no Parlamento.
Seis a oito milhões de euros é quanto custará trasladar os restos mortais de 3000 ex-combatentes espalhados por cerca de 400 cemitérios nas ex-colónias africanas, quase todos votados ao abandono.
As estimativas são avançadas pelo Movimento Cívico de Antigos Combatentes (MCAC), cuja defesa da recuperação dos militares portugueses em África será discutida pelo Parlamento no dia 3 de Junho.
A medida, que consta de uma petição com 11 758 assinaturas entregue em Janeiro, é vista com cepticismo pela Liga dos Combatentes (ver caixa). "A 40 anos de distância, é impossível mexer em todas as campas e cemitérios", frisou ao DN o seu presidente, general Chito Rodrigues. Acresce, adiantou o militar, a dimensão territorial de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau - sendo que o primeiro viveu depois anos em guerra civil. Quanto ao número de militares portugueses enterrados em África, Chito Rodrigues duvida do número avançado pelo MCAC, desde logo porque "brancos e negros lutaram sob a bandeira portuguesa e eram todos portugueses". "Trazem-se todos, só vêm alguns?", interrogou-se o general.
A petição do MCAC reclama a criação de equipas técnicas para exumação e transladação dos restos mortais dos militares. Essas equipas de especialistas devem estar no terreno a tempo inteiro, "agindo de acordo com protocolos obtidos com celeridade" entre Portugal e as autoridades desses países, "trabalhando rapidamente, antes que nada haja para recuperar".
Contudo, é uma tarefa que o MCAC reconhece não ser fácil. "Em cima de um cemitério na Guiné foram construídas casas e num outro, em Angola, realizam-se sessões de magia negra", apontou ao DN o líder do MCAC, José Nascimento Rodrigues.
O objectivo, adiantou, passa por, "pelo menos" até 10 de Junho de 2012, concretizar a trasladação dos restos mortais desses antigos militares que morreram em combate na guerra colonial, operação de larga escala que poderá custar entre seis a oito milhões de euros.
"É uma importante verba, mas os antigos militares mobilizaram- -se e reuniram apoios de empresas que podem até cobrir as necessidades. "Mas necessitamos que o Governo encete negociações para garantir o regresso dos que morreram em África pela Pátria e ainda lá se encontram, desprezados e abandonados", sublinhou José Nascimento Rodrigues.
Sexta-feira - e não sábado, como o DN noticiou ontem por lapso - realizam-se os funerais de dois militares mortos na Guiné, em Fornos de Algodres e Trandeiras, Braga.
A LIGA PELOS VISTOS TEM UM PRESIDENTE ADAPTÁVEL ÁS NOVAS SITUAÇÕES.SE CALHAR ATÉ AO NOVO IMPÉRIO EM CONSTRUÇÃO CÁ DENTRO.ANDA É DISTRAÍDO COM O QUE AS SUAS CONGÉNERES DECENTES FAZEM POR TODO O MUNDO...
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