Bastonário "apoia" filha
11-Nov-2008
A Ordem dos Advogados (OA) decidiu constituir-se assistente num processo de alegada tortura por parte de inspectores da PJ, os quais começam amanhã a ser julgados na Boa-Hora, Lisboa, no qual a vítima é defendida pelo vice-presidente de Marinho Pinto e pela filha do próprio bastonário, Bárbara Pinto.
Artur Marques, o conhecidoa dvogado de Fátima Felgueiras, foi o mandatário escolhido por Marinho Pinto para representar a Ordem neste processo, onde vai estar ao lado dos advogados da vítima, ou seja, Bárbara Marinho Pinto – filha do actual bastonário e que trabalha no escritório de Rogério Alves – e Jerónimo Martins, vice-presidente do Conselho Geral da OA .
Para o ex-bastonário António Pires de Lima esta situação é "lamentável sob o ponto de vista ético". "Poderá não haver incompatibilidade legal, mas há incompatibilidade de ordem moral", disse ao CM Pires de Lima, considerando que o caso é susceptível de motivar suspeitas. Artur Marques, o advogado que irá representar a OA no julgamento de três inspectores da PJ acusados de tortura sobre um funcionário da CP, suspeito de furto, em Sintra, considera não existir qualquer incompatibilidade.
O CM tentou contactar Marinho Pinto, que se encontra fora do País, e Jerónimo Martins, mas não foi possível até ao fecho da edição. Alves da Cunha, Diamantino dos Santos e Tavares de Almeida – que integrou a investigação do caso Maddie – são os três inspectores acusados de tortura sobre um ferroviário de Sintra, em 2000, e começam a ser julgados amanhã, em Lisboa.
APONTAMENTOS
ORDEM CONTRA PJ
Este é o segundo caso de tortura em que a Ordem se constitui assistente. Rodrigo Santiago foi o escolhido para o julgamento em que Leonor Cipriano acusa a PJ de tortura.
SOCOS E PONTAPÉS
Virgolino Borges, funcionário da CP, acusou cinco inspectores da PJ (apesar de só reconhecer três) de o terem agredido durante um interrogatório como arguido em Março de 2000. Alega que foi algemado, socado e pontapeado várias vezes e que, desde então, sofre de depressão.
FORTES INDÍCIOS
O Ministério Público concluiu existirem fortes indícios de que Virgolino Borges tenha sido agredido por Tavares de Almeida e Alves da Cunha, situação que não foi impedida por Diamantino Santos.
CORREIO DA MANHÃ | 11.11.2008
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