Friday, June 24, 2011

MODERNAS FORMAS DE ROUBAR.OU COMO O SOCIALISMO DE ESTADO NOS AFUNDOU

A incrível história do administrador que se demitiu em confronto consigo próprio
por Filipa Martins, Publicado em 24 de Junho de 2011 | Actualizado há 1 hora
O ex-presidente dos CTT Mata Costa demitiu-se de uma empresa do grupo por não cumprir as orientações definidas pelo próprio

Em 2005, os CTT adquirem a Tourline por 28,5 milhões de euros. O objectivo passava pela criação de uma plataforma ibérica de estafetagem. O investimento da empresa pública está em risco.
Em Junho de 2010, os CTT vivem uma situação caricata. O então presidente dos CTT, Estanislau Mata Costa, renuncia ao cargo que acumulava de presidente da Tourline Express - empresa do grupo CTT de correio expresso e estafetagem localizada em Espanha. Na carta de renúncia, a que o i teve acesso, Mata Costa justifica a saída com o facto de o conselho de administração da Tourline - por ele presidido - não ter posto em prática uma série de orientações definidas pelo conselho de administração dos CTT - único accionista da empresa -, do qual também é presidente. Estamos perante alguém a queixar-se a alguém (o próprio) de alguém (o próprio, que também é o primeiro) de não cumprir as deliberações que ele emitiu e que ele (o mesmo) não conseguiu cumprir. O caso pode fazer rir, mas também poderá ser revelador de uma série de situações pouco claras na empresa. Na origem da demissão estava o facto de o conselho de administração da Tourline, presidido por Mata Costa, não ter levado a cabo a redução do número de membros do conselho de administração e do conselho executivo da Tourline e a separação dos cargos de membros do conselho executivo dos cargos de directores regionais, como tinha sido definido pelo conselho de administração dos CTT, do qual Mata Costa também era presidente à altura. Recorde-se que Mata Costa abandonou os CTT no final do ano passado, pouco tempo antes de ser revelado um relatório da Inspecção Geral de Finanças (IGF) que denuncia a acumulação de reformas com salários deste administrador.

Mas o que é a Tourline? A Tourline Express foi adquirida a 100% pelos CTT em 2005 por 28,5 milhões de euros. O objectivo passava por criar uma plataforma ibérica de estafetagem. Seis anos depois, o investimento total dos CTT nesta empresa é superior a 37 milhões de euros, o grupo nunca recebeu dividendos da Torline e não é previsível que os CTT recuperem o valor investido. A informação consta de um relatório interno dos CTT, a que o i teve acesso, que faz uma análise de rentabilidade do investimento das diferentes empresas do grupo CTT. É concluído que "o investimento na Tourline apresenta uma taxa interna de rentabilidade (TIR) negativa e registou um retorno de capital (ROI) baixo, de 1%". O relatório refere ainda que, no caso de se manterem estes valores de rentabilidade, "a evolução futura será de manutenção da TIR em valores negativos e de não recuperação do capital investido".

Em 2008 e 2009, a empresa chegou a apresentar resultados negativos, o que fez que os CTT fizessem um empréstimo de 7,7 milhões de euros à Tourline.

Salários e indemnizações Apesar dos resultados da empresa, a Tourline tem mantido entre os seus administradores alguns dos ex-donos espanhóis. Os CTT compraram por 1,8 milhões de euros as posições de Miguel Bakero e Antonio Dias na empresa. Miguel Bakero, por exemplo, foi nomeado pelos CTT CEO da Tourline (empresa que acabara de vender), tendo um salário de cerca de 160 mil euros/ano a que acresciam remunerações acessórias. Também Antonio Dias se manteve na empresa na qualidade de membro do conselho executivo nomeado pelos CTT, com um vencimento de cerca de 14 mil euros/mês acrescido de carro e cartão de crédito.

Tanto Miguel Bakero como Antonio Dias acabaram por abandonar a Touline o ano passado com indemnizações elevadas. Bakero recebeu cerca de 220 mil euros e está ainda a receber adicionalmente como contrapartida de não concorrência cerca de 9,2 mil euros/mês durante dois anos. Já Antonio Dias recebeu cerca de 150 mil euros para sair.

Só em indemnizações de saída na Tourline os CTT pagaram recentemente 634 mil euros, mais de metade para pagar rescisões de pessoas a quem a empresa pública tinha comprado a Tourline em 2005.

Há, ainda assim, um ex-dono da empresa espanhola que se mantém na Tourline: Albert Canals recebe actualmente 14 mil euros/mês.

Conflito de interesses Foram ainda reveladas ao i por fonte próxima deste processo diversas situações de alegado conflito de interesses. Antonio Dias, ex-dono da Tourline que se manteve na empresa como membro do conselho executivo, é um dos devedores da própria Tourline, em cerca de 200 mil euros, quantia que ainda está a pagar em prestações de cerca de mil euros por mês. Outra situação menos transparente prende-se com o facto de a Tourline ser arrendatária de um armazém no País Basco cujo proprietário é Miguel Bakero, que acumulava a posição de senhorio com a de, até recentemente, CEO da empresa arrendatária. Há relatos de que Bakero, na qualidade de CEO da Tourline e também de inquilino, tenha apresentado em reunião de comissão executiva uma proposta de actualização da renda feita por ele próprio enquanto senhorio. A proposta não chegou a ser aprovada.

Faz ainda parte da administração executiva da Tourline Cidália Morgado. Esta pré-reformada da Portugal Telecom acumula com a pensão da PT de (7583,40 euros/mês) o salário de 120 mil euros/ano que recebe na Tourline. Morgado tem ainda direito a 2 mil euros para renda de casa e a uma viagem mensal de ida e volta entre Lisboa e Barcelona. Esta acumulação do vencimento com a reforma da PT foi censurada num recente relatório da Inspecção-Geral de Finanças (ver caixas ao lado).

EU DESAFIO A RAPAZIADA A DAR UM ÚNICO EXEMPLO DE "INVESTIMENTOS" FORA DE PORTUGAL ONDE NÃO TENHAM PERDIDO QUASE TUDO...POR ALGUMA COISA É QUE A ONU DIZ TERMOS A MELHOR POLÍTICA DE AJUDA NORTE-SUL... SÓ PAGAMOS CÁ E LÁ...

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