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Bruno Colaço
Leonel António foi surpreendido pelos assaltantes quando era informado pela mulher que outra ourivesaria da família acabava de ser visada28 Fevereiro 2009 - 00h00
Margem Sul: Assaltos violentos repetem-se em ourivesarias, postos de combustível e estações de comboio
Gang ataca família de ourives
"Quando atendi o telefone e ouvi a minha mulher a dizer ‘acabámos de ser assaltados’ já os ladrões estavam aqui à porta. Ainda tentei fechá-la, mas eles fizeram força e apontaram a caçadeira. Obrigaram-me a deitar no chão e começaram a partir as vitrinas. Pegaram no ouro e fugiram." O relato de Leonel António, 41 anos, espelha a rapidez com que um grupo de quatro assaltantes atacou duas ourivesarias – a primeira em Águas de Moura, a segunda, dez minutos depois, no Poceirão, Palmela – propriedade da mesma família.
O percurso do gang começou pelas 09h00, com um carjacking em Aires. O proprietário de um Volkswagen parou a viatura num cruzamento desta localidade do concelho de Palmela. O grupo parou bruscamente um Ford (que haviam furtado horas antes, no Seixal), junto ao Volkswagen e dois elementos de caçadeira em punho forçaram o dono a entregar as chaves.
Em Águas de Moura, ‘visitaram’ a Ourivesaria Santos e voltaram a sair com as armas prontas a disparar. Manuel Santos, proprietário do estabelecimento há mais de 40 anos, estava atrás do balcão. Foi apanhado quando se tentava refugiar no escritório e atirado para o chão. Foi pisado e acabou no hospital com ferimentos num braço. Enquanto os três homens ‘limpavam’ a ourivesaria, populares aperceberam-se do que estava a acontecer. 'Um senhor que estava no café veio a correr e atirou pedras contra o carro. Partiu o vidro de trás, mas o condutor buzinou e os cúmplices saíram a correr da ourivesaria. Antes de entrar no carro um deles disparou dois tiros para o ar', relatou ao CM Fernanda Esfola, de 34 anos.
De seguida, o grupo percorreu os sete quilómetros que separam Águas de Moura do Poceirão e atacou a ourivesaria gerida por Leonel António. Partiram vitrinas e até levaram pratas de pouco valor antes de escapar, na direcção do Pinhal Novo, onde o carro foi encontrado pela GNR cerca das 12h00. Meia hora depois, a GNR localizou e prendeu, na Moita, dois suspeitos de integrarem o gang. Têm ambos pouco mais de 20 anos, residem na zona de Almada e possuem cadastro por roubos violentos. Segundo o CM apurou junto de fontes policiais, os dois detidos terão feito o caminho entre Pinhal Novo e a Moita a pé. Não traziam consigo nem armas de fogo, nem ouro. A PJ reteve-os para interrogatório. Os outros dois estão a monte.
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