Friday, October 5, 2012
E GASTAMOS 3,3 MIL MILHÕES COM OS DEMOCRATAS QUE NOS FIZERAM CHEGAR AQUI...
04-10-2012
Especulação
O fim da história
Desde o início da crise grega, já muito se discutiu sobre dívida pública, dívida externa, reestruturações e reescalonamentos. A Grécia, que já deu uma tesourada ao seu endividamento, prepara-se entretanto para repetir a dose, e Portugal vai dando os primeiros passos no sentido de alongar os prazos de reembolso de algumas emissões.
À hora a que escrevo, é notícia que o Instituto de Gestão do Crédito Público ter-se-á oferecido para trocar títulos que vencem em Setembro do próximo ano por novos títulos que, supostamente, vencerão em Outubro de 2015. Não se trata de uma reestruturação à grega, nem tão-pouco se trata de uma novidade - a Irlanda também o fez há pouco tempo. Na prática, trata-se de prolongar por mais dois anos o reembolso da emissão que teria de ser reembolsada em 2013. De qualquer modo, é sinal dos tempos, e do tipo de operações a que assistiremos nos próximos meses.
Portugal exibe hoje um endividamento público que ronda os 120% do PIB. Esta é a leitura oficial que, no entanto, não inclui o passivo do sector empresarial do Estado, e também não inclui a dívida implícita das parcerias público-privadas. Aquele valor exclui ainda outras "pequenas" dívidas do Estado como, por exemplo, os créditos comerciais concedidos pelos fornecedores das administrações públicas, e que até aqui estiveram fora do perímetro creditício dessas mesmas entidades. Se acaso incluíssemos todos estes valores, oficialmente, acrescentaríamos mais 90.000 milhões de euros ao endividamento público, elevando-o para 170% do PIB (cerca de 300 000 milhões). Enfim, são números estarrecedores, e que oneram os cidadãos portugueses, entre dívidas explícitas e implícitas, em quase 30 000 euros por cabeça, ou 55 000 euros por trabalhador em idade activa - para além das dívidas privadas de cada cidadão. É chocante.
A solução para tamanho desmando é aquele que a história, repetidamente, destinou a este tipo de episódios: o incumprimento. Não vale termos ilusões. Seja através das tesouradas gregas ou através dos reescalonamentos irlandeses e portugueses, é incumprimento que teremos. Na dívida pública, na dívida privada, na interna e na externa, com inflação ou sem ela, não há grande volta a dar nem será grande novidade. O maior problema desta crise é que nunca na história moderna tivemos tanto endividamento quanto aquele que hoje existe. O risco de uma implosão do edifício é, pois, proporcionalmente maior. E essa implosão, no limite, concretizar-se-ia de uma de duas formas: a) com deflação, ou; b) com hiperinflação. A história mostra-nos que a hipótese b) é a mais provável.
Não pretendendo ser catastrofista, mas quanto mais navegamos nos detalhes, quanto mais desenrolamos o novelo, mais pessimistas ficamos. A desmaterialização do sistema financeiro, com todas as suas virtualidades, criou um monstro creditício, uma espécie de Airbus A380, com 500 pessoas a bordo, cujos motores não podem deixar de funcionar. Para já, os motores continuam a funcionar. O problema, como sempre tende a acontecer em situações de erro catastrófico, é que os comandantes podem projectar uma falsa sensação de segurança, e frequentemente nem se apercebem da perda de controlo se não mesmo segundos antes do acidente. É isso que, temo, pode estar prestes a acontecer. Os sucessivos programas de criação monetária conduzidos, um pouco por todo o mundo, por quase todos os grandes bancos centrais - o FED, o BCE, o BOE, o BOJ e o SNB - não auguram nada de bom. Bastará uma faísca, ou um pouco mais de impulso, para que o gigante dos ares entre em perda aerodinâmica. Oxalá não aconteça nada disto, mas com a agitação em Espanha, e com todas as múltiplas picardias por esse mundo fora - o Japão contra a China, Israel contra o Irão, e a Síria contra a Síria -, as coisas começam a parecer perigosas. Além disso, à razão e à emoção junta-se ainda a premonição, e assim não esqueçamos que o mundo acaba a 21 de Dezembro de 2012 - na profecia maia. Enfim, que diabo, venha daí uma vaia!
Por indicação do autor, este artigo não segue ainda o novo acordo ortográfico
Ricardo arroja Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)
ENTÃO O ARMAZENAR DA POBREZA ALHEIA EM BAIRRO SOCIAL POR CONTA DO "ESTADO SOCIAL" ÀS CENTENAS DE MILHAR DEVE TER SIDO UMA "RIQUEZA" DO CARAÇAS...
MAS PRONTOS AS ZONAS INDUSTRIAIS DOS MUNICÍPIOS QUE O CAVACO FEZ CRIAR VÃO DE CERTEZA "PRODUZIR" AGORA QUANDO É NECESSÁRIO...
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