Mari morreu. Ninguém se voltará a perder por ela
Estava há dez dias na casa nova da Madragoa quando foi assassinada. Mari, italiana, tinha vindo para Portugal atrás de um grande amor
o inspector decidiu ouvir Tomé. Antes disso ainda voltou a conversar com as amigas de Mari. Uma delas contaria que a italiana teve um caso com Tomé, durante 15 dias, às escondidas dos outros inquilinos da casa.
Ouvido na Judiciária, Tomé, informático e filho de um casal de moçambicanos, confirmou que tinha ajudado na mudança, mas no dia anterior à morte de Mari. No dia do homicídio não a vira e almoçou com a mãe. Depois vagueou pelas ruas de Lisboa, porque estava “aborrecido” com a nova namorada. E nada mais acrescentou, excepto que nunca tinha tido qualquer relação com Mari, a não ser de amizade. Porém, a PJ notou que no dia do homicídio o telemóvel de Tomé não registou qualquer actividade. Parecia estranho.
De regresso à casa da italiana, a polícia constatou que algumas coisas tinham desaparecido aquando do crime: dois telemóveis, uma Playstation, um portátil e uma placa de internet. Tirando isso, nada parecia ter sido remexido – menos na cozinha, onde havia uma televisão caída no chão. E no dia a seguir ao homicídio alguém fez um levantamento de 340 euros com o cartão multibanco de Mari.
Mas onde o inspector encontraria as peças que faltavam no quebra-cabeças seria mesmo no Martim Moniz. Depois de perseguir o rasto dos dois telemóveis desaparecidos, a PJ chegou a um indiano, Lakwindher. Interrogado, contou que foi abordado por um tipo que lhe disse precisar de dinheiro com urgência. Mostrou-lhe dois telemóveis e uma Playstation. Lakwindher ficou particularmente interessado num dos telefones e, para se certificar de que funcionava, meteu- -lhe um cartão novo, ligou-o e chamou para o seu próprio telemóvel (seria através dessa chamada que a PJ chegaria ao indiano). Recuperado o telemóvel, confirmou-se ser o de Mari. E quando o indiano viu fotografias de Tomé teve a certeza de que tinha sido aquele “o tipo” que lho vendera.
Tomé foi detido em França em 2010, num controlo transfronteiriço. Estava dentro de um autocarro proveniente de Bruxelas e com destino à Grã-Bretanha. Foi entregue às autoridades portugueses e condenado a 17 anos de prisão por homicídio qualificado e furto simples.
OS EX-LAVA PRATOS FUGIDOS DA GUERRA IMPORTARAM-NA CÁ PARA DENTRO...
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