Wednesday, September 19, 2007

http://dragoscopio.blogspot.com/

Ainda há bem pouco neste mesmo blogue tive vários desfiles e outras tantas manifestações duma récua de histéricos que, diante da mera alusão a África ou a qualquer tema relacionado, desatavam automaticamente aos guinchos, aos urros e a espumar pela boca. Poderemos acusar estas criaturas de tudo, menos, seguramente, de incitamento ao racismo. Qualquer pessoa com os alqueires bem medidos, só de escutá-los, só de topar-lhes o escarcéu, desata instintivamente a simpatizar com os pretos todos do planeta, mesmo sendo os pretos do planeta tudo menos simpáticos. Eu, que sou de extremos, tratei até de ir logo mais longe: dei comigo a apreciar a inteligência e a racionalidade dos chimpanzés.
Significa isto, sem qualquer espinha, que skinheads, higiénicos raciais e outros ranchos folclóricos que tais, a serem alguma coisa de efectivo, é aliados convenientes dos promotores internacionais da mestiçagem, da amálgama, isto é, da uniformização global. Não existe maior ruína e perigo para uma causa que um mau defensor da mesma. Se é a raça branca, nos seus diversos cambientes e modalidades, que apregoam defender, não é certamente dando uma miserável amostra da mesma que o alcançam. E se pretendem afrontar uma qualquer putativa escumalha, também não é certamente comportando-se como outra que o conseguem.
Então não existe incitamento ao racismo? Existe, ah, pois existe. Existe e de que maneira!
Começo por um exemplo trivial e blogosférico:
O Pedro Arroja, convencido que habita um país onde existe liberdade de expressão, escreveu determinadas opiniões suas num blogue de referência. Um dos resultados foi este, e cito "Quero ter a certeza de que não tenho links a blogues racistas, misóginos, machistas e anti-semitas. Assim, por precaução, vou retirar o Blasfémias da minha lista de preferências, pelo menos enquanto lá escrever Pedro Arroja".
É evidente que o esquisitinho que escreve isto está no seu pleno direito. Sabemos até no que deu. Mas não é menos verdade que qualquer homem inteiro, adulto e vertebrado que leia uma mariquice destas adquire de pronto, não só um nojo insanável pelo filisteu sonso, como a vontade de ir ser racista, misógino, machista e anti-semita o mais depressa possível. Estes higienistas da política, esta choldra do políticamente correcto, do ai jesus não me toques que me desafinas, esta mediocridade mental que enloda o país constitui, de facto, um incitamento violento e premente ao racismo (já não falando no resto). Do mesmo modo que diante dos higienistas raciais, desatamos a simpatizar com os pretos, amarelos e azuis às riscas; diante deste higienistas políticos, damos connosco a apreciar, pasme-se, os skinheads, os identitários, os sultões, os barbas-azuis e até os antropófagos do Bornéu.
A blogosfera está infestada de escória desta: higienistas. Políticos, raciais, sociais, religiosos, há neurose e paranóia para todos os gostos. Catadores púbicos a esmo. Patrulheiros da última moda, da penúltima e até duma moda qualquer fora de moda. A mim fica-me apenas uma certa pena que, quando me retiram os preciosos linkes, não emitam também estas declarações solenes. Há todo um orifício obscuro no fundilho das costas deles onde, desde logo, recomendaria que os enfiassem. Aos linkes junto com as proclamações.
Mas a blogosfera é só uma pequena montra do país. E neste, os incitamentos ao racismo são ainda mais imperativos. Tanto quanto insidiosos.
A política selvagem e indecorosa de imigração que, desde o Cavaquistão, por cá se pratica é campeã nisso. Houve toda uma chusma de eleitos que fez fortuna com os Fundos da CEE. À custa de duas coisas principais: esquema político-partidário e mão-de-obra semi-escrava. Portugal tornou-se, assim, o paraíso dos trolhas. Importaram-se africanos e eslavos em catadupa. Naturalmente, quanto mais ilegais, melhor. Em seguida, para sobremesa, aterrou o conceito peregrino da Globalização. Consiste em competir com a China, a Índia e outros insectódromos catitas. Resulta numa manigância muito jeitosa: como eles têm mão-de-obra ao preço da uva mijona, a Europa, para poder competir, tem que ter mão-de-obra ainda mais baratinha. Desceu-se assim um novo degrau: da mão-de-obra semi-escrava para o trabalhador descartável. Dantes era usar o mais possível ao mais baixo custo possível; agora é usar e deitar fora. E como há excesso de oferta, porque o mercado está articialmente inflacionado com as descargas permanentes de migração e imigração (e há bichas imensas lá fora no Terceiro Mundo, à espera), usa-se o menos tempo possível. Bem vindos à idade das sucatarias humanas!... Ora, o que resulta da sucataria humana é, entre outras coisas, racismo - dos que lá moram despejados ( pretos e brancos, mulatos ou ciganos), e dos que lá moram ao pé ou com eles se cruzam, porque ainda não agenciaram carcanhol suficiente para se irem fortificar em condóminos distantes, à bela maneira dos Novos-Brasis. Assim como aos nossos higienistas raciais só faria bem uma estadia em África, aos nossos higienistas sociais e políticos ainda faria melhor uma estadia na Damaia ou no Cacém. Senão num muceque de Luanda, sala de embarque destes.
Outro incitamento metódico ao racismo é a bandalheira instituída que se vive no país em matéria de educação e segurança. Descrito sucintamente: o país já tem lúmpens em abundância, em excesso mesmo, pelo que não precisa de importá-los de África; o país, de facto, já possui um sistema (des)educativo que nos últimos anos vem transformando, industrialmente, brancos em pretos. Ora, se tem um fabrico nacional de pretos, estar a importá-los atenta contra a principal indústria da nacinha. Além disso, os pretos importados depois reproduzem-se e os filhos daí resultantes, ao engrenarem no tal sistema (des)educativo, resultam em verdadeiras aberrações - já sendo pretos à entrada, não se percebe bem no que derivam à saída. A máquina, já de si perversa, confunde-se, range nas engrenagens e entra em colapso. No geral, lá acaba por golfar uma surrapa americanizada que, em demasiados casos, merecia a devolução simples e expedita à "Mãe África", não por avião como alvitram alguns, mas por catapulta simples. Pelo menos era o que eu faria a qualquer cantadeiro de rap-hip-hop. Entretanto, de toda esta balbúrdia superlotada, como é bem de ver, resultam conflitos inevitáveis: os pretos de fabrico nacional espingardeiam com os pretos de importação; os filhos de uns e outros competem e digladiam-se pelo domínio das discotecas, danceterias, shopping-centeres, drugstores, ginásios e outros locais de culto.
No entanto, se levarmos em conta que a tutorar o sistema de (des)educação e a supervisionar o dispositivo de segurança estão as televisões, porta-vozes e mandatários da Deusa Publicidade e do (duplamente) Santo Hollywood, nada disto é espantoso. Pelo contrário, tudo parece obedecer a um caos planificado. E mesmo a justiça do tipo sumário, o receituário drástico de supetão acabaria enrodilhado num paradoxo incontornável: ainda que recambiássemos a toque de caixa a lumpenagem estrangeira, continuaria o país submerso na lumpenagem nacional, com a agravante do fabrico desta se concentrar nas incubadouras partidárias e infestar já, em regime de gangrena, as próprias estruturas da Administração Pública e do Estado.
Neste naufrágio colectivo, a aberração banaliza-se. O incrível ganha foros de rotina. E a higiene política patrocina toda a espécie de imundícies de ocasião.
Num desses episódios mais recentes, a pretexto de mais uma reforma peregrina, a esbirraria da república alivia da hospedagem forçada nos seus cárceres violadores de crianças e, para compensar, engalfinha-se selectivamente contra perigosos skinheads e outros pecadores desobedientes ao credo dominante.
Mera prepotência. Os maiores praticantes e promotores de racismo e de incitamento ao racismo neste país -o Estado e a gentalha que o ocupa -, não têm moral para acusar ninguém desse delito. Mas como a moral dispensam e a vergonha nem conhecem, toca de dar ao trampolim. E o resultado é este: a principal causa vinga-se no mero efeito de que não gosta. Quer desembaraçar-se do filho ilegítimo, acidental e infamante. Disfarça a paternidade, punindo o indesejado.
Que fossem justos, já ninguém fora da gafaria esperava. Mas, se a mínima castidade já não guardam, guardassem ao menos a verosimilhança.



- posted by dragão @ 9/18/2007 08:39:00 AM 6 comments links to this post
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