MP acusa Gonçalo Amaral de torturar padrasto de Joana
Procurador diz que ex-coordenador da PJ agrediu ex--companheiro de Leonor para dizer onde estava a menina
Ontem
MARISA RODRIGUES
Gonçalo Amaral é acusado de ter torturado Leandro Silva, antigo companheiro de Leonor Cipriano, nas instalações da Polícia Judiciária de Faro. O crime terá ocorrido no mesmo dia em que a mãe de Joana foi agredida.
Segundo o Ministério Público (MP), o ex-coordenador da PJ agiu em co-autoria com outros inspectores que não foi possível identificar. Neste processo, Leandro Silva é representado por Marcos Aragão Correia, o mesmo advogado que acompanhou a mãe de Joana no julgamento que resultou na condenação de dois investigadores da PJ, um dos quais Gonçalo Amaral.
A acusação, a que o JN teve acesso, refere que, na tarde de 13 de Outubro de 2004, Amaral e dois inspectores se deslocaram à casa onde Leandro viva com Leonor, Joana e dois irmãos, na aldeia de Figueira, em Portimão.
Conduziram-no à Judiciária de Faro para prestar declarações na qualidade de testemunha no processo relativo ao desaparecimento da criança. Cerca das 20 horas, Leandro acabaria por revelar que lhe Leonor lhe confessara ter abandonado o cadáver de Joana numa casa em ruínas nas imediações da Figueira. A inquirição aconteceu num gabinete do primeiro andar e foi presidida por Paulo Marques Bom, um dos arguidos no processo das agressões à mãe da menina.
No final, Amaral informou Leandro de que poderia abandonar as instalações da PJ. Quando se dirigiu às escadas de acesso ao andar inferior do edifício foi abordado por dois inspectores que o agarraram pelos braços, impedindo-o de movimentar-se.
Enquanto isso, o arguido é acusado de o ter agarrado por trás pelo pescoço com ambas as mãos e, posteriormente, "colocou-se à sua frente desferindo-lhe diversos socos no abdómen e bofetadas na face, ao mesmo tempo que lhe dizia para indicar onde se encontrava a Joana."
O procurador do MP de Faro, José Fonte Santa, reconhece, no entanto, não ter conseguido identificar os dois inspectores.
Em consequência das agressões, o ex-companheiro de Leonor sofreu uma "contusão da grelha costal" e outras lesões que o impediram de trabalhar. Na acusação de duas páginas, concluída a 23 de Junho, pode ainda ler-se que o objectivo era forçar Leandro a prestar outras declarações com uma nova versão sobre o local onde se encontraria Joana.
Marcos Aragão Correia confessou estar "extremamente satisfeito por ver que o MP trabalhou de forma competente", lamentando apenas que não tenha sido possível identificar os outros autores das agressões.
Por sua vez, Gonçalo Amaral afirma, ao JN, ser "o único polícia do país envolvido em dois casos de tortura nos últimos 200 anos. São rastilhos do caso Madeleine". "Quanto a Marcos Aragão Correia, a sociedade deve acreditar que a sua recuperação é possível", diz, numa alusão ao pedido de internamento do advogado por "desequilíbrio de ordem patológica com laivos de perigosidade social", que entregou recentemente no Tribunal de Faro.
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