ROUBADO NO CONTRA CAPA
Até onde deve ir a solidariedade?
Do Sol:
O mesmo documento da Segurança Social chega a ser usado por vários imigrantes indocumentados nos hospitais. Fazem-no por medo, por estarem «sem papéis». As instituições pagam a conta, pois preferem fechar os olhos a deixar de cuidar desta população.
O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (Hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz) atendeu este ano no serviço de urgências 5.001 pessoas nestas condições.
Hospital Curry Cabral, em Lisboa, tem casos destes, que representam «despesas de bastantes milhares de euros que o hospital tem e que não têm nenhuma contrapartida em termos de receitas para essa despesa», como disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração.
No Amadora Sintra, a situação é sobejamente conhecida. A "bronca" geralmente rebenta quando uma mulher se apresenta a parir pela 3ª ou 4ª vez no mesmo ano, ou quando um utente descobre, quando apresenta o cartão de utente, que já lhe foi passada uma certidão de óbito....
São pessoas que estando ilegais, usam este "esquema" por "medo de serem identificadas". Se por um lado existe uma classe trabalhadora ultra explorada com salários miseráveis (não podem protestar) a quem o Estado deveria proteger facilitando a legalização com todos os direitos e deveres de qualquer trabalhador, outros há que, pelo contrário, não trabalham, chegam a Portugal sem qualquer garantia de alojamento ou de contrato de trabalho, sobrevivem como podem na clandestinidade, e outros ainda, em situação mais precária, chamados pelos familiares por se encontrarem doentes e existirem recursos terapêuticos nos países de origem. Não têm qualquer direito, a não ser a aposta na solidariedade dos serviços de saúde (e sociais) portugueses ou o recurso ao esquema do "cartão do amigo". Estas situações são de extrema gravidade e englobam dramas humanos inimagináveis. Por exemplo, como diz a Prof. Maria do Céu Machado ao Sol, havia raparigas grávidas que chegavam ao Hospital Amadora-Sintra «com o feto morto por hipertensão gravíssima devido a uma gravidez não vigiada».
A pergunta é envenenada porque confronta dramas humanos com problemas e carências efectivas do nosso país e a assistência médica a pessoas que não têm qualquer direito a ela a não ser pela via humanitária. Lembro apesar de tudo que, como se diz na notícia, um internamento no serviço de nefrologia(um exemplo) poderá custar entre 1.500 e 1.800 euros por dia ou que, por exemplo, o tratamento da SIDA custa muitos milhares. E que o nosso serviço social não tem dinheiro para financiar lares a idosos que descontaram e trabalharam para o estado dezenas de anos..
Não dou a minha opinião de propósito, porque será sempre enviesada pela profissão e porque o que gostava de saber era, se é que isso é possível, como a sociedade pode resolver o problema. Porque é um problema. Grande. De contornos ainda mal definidos, mas complexo e grave.
Posted by Cristina at 6:20 PM 7 comments
Labels: imigração, saúde, solidariedade
MUITO POUCO AMBICIOSO O ARTIGO.ACEITA CERTAMENTE PAGAR MAIS IRS PARA SER SOLIDÁRIA.E SER COLONIZADA.
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