Thursday, December 18, 2008

A COLÓNIA PORTUGUESA

Isabel dos Santos compra 9,7% do BPI


ANA SUSPIRO
Banca. Empresária angolana adquire participação ao BCP

Isabel dos Santos compra 9,7% do BPI

A investidora angolana Isabel dos Santos comprou uma participação de 9,69% do Banco Português de Investimento (BPI) . O negócio foi realizado através de uma sociedade de direito português, a Santoro Financial Holdings, que comprou a participação detida pelo Millennium BCP.

A operação, anunciada ontem, foi feita ao preço de 1,88 euros por acção, o que representa um prémio de 33% em relação à cotação do fecho do BPI que foi de 1,41 euros. Isto significa que a empresa controlada pela filha do presidente angolano, Eduardo dos Santos, concordou pagar cerca de 164 milhões de euros para se tornar accionista de referência de um dos maiores bancos privados portugueses. A Santoro detém também 25% do BIC Portugal, filial do banco de capitais angolanos, onde Américo Amorim é accionista.

Esta é mais uma investida forte de capitais angolanos nos bancos nacionais, depois da petrolífera estatal Sonangol ter atingido os 10% do maior banco privado nacional, passando a ser a maior accionista do BCP. O investimento angolano tem ainda como pano de fundo as parcerias entre os bancos portugueses e empresas e grupos angolanos para este mercado. Por imposição de Luanda, os bancos nacionais tiveram de abrir o capital das suas instituições no país a investidores locais.

O BPI já fechou a venda de 49% do capital do BFA (Banco do Fomento de Angola) à Unitel. A operadora de telecomunicações, uma das maiores empresas angolanas, tem também como accionista de referência (25% do capital) uma sociedade ligada a Isabel dos Santos. É na sequência do desenvolvimento desta parceria que a entrada da empresária no próprio BPI deve ser entendida, pelo que o negócio, que ainda tem de receber luz verde do Banco de Portugal, terá sido feito com o acordo dos principais accionistas e da gestão do terceiro banco privado nacional. A Sonangol é ainda accionista indirecta da Galp, através da Amorim Energia.

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