Desemprego empurra 75 mil para Espanha
CARLA AGUIAR
RUI COUTINHO (imagem)
"Alguma coisa tem de estar muito mal neste país para que tantos portugueses saiam para trabalhar fora e se sujeitem mesmo a fazer trabalho escravo". As declarações do secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, ao DN, encontram eco nas estatísticas ontem divulgadas, em Espanha, pelo Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, segundo as quais o número de trabalhadores portugueses em Espanha continua a aumentar, contando-se já em 75 mil.
A comunidade de trabalhadores lusos em Espanha é já a segunda maior entre os países da UE, a seguir à romena . E em termos globais é a quinta, depois das comunuidades oriundas de Marrocos, Equador, Roménia e Colômbia. O universo de trabalhadores portugueses cresceu 4% entre Janeiro e Abril - o maior aumento entre as comunidades estrangeiras -, mas contabiliza apenas os legalizados, registados na Segurança Social espanhola, sabendo-se que a dimensão da emigração portuguesa naquele país é muito maior. Os sectores da construção e da hotelaria são os que mais empregam esta mão-de-obra.
De acordo com a Associação de Sindicatos de Andorra, só naquele principado existem cerca de 15 mil portugueses, estimando-se que cerca de três mil trabalham clandestinamente, o que está a criar conflitos com outras comunidades provenientes da União Europeia.
Em Fevereiro deste ano, o jornal Voz de Galicia dava conta da existência de 40 mil portugueses a trabalhar diariamente na Galiza, sendo que cerca de 20 mil já são mesmo residentes. Os melhores salários na Galiza - cerca de 45% superiores aos praticados no Norte de Portugal -, são o principal motivo na base do êxodo, a que se somam os elevados índices de desemprego a Norte do Tejo. A taxa de desemprego portuguesa atingiu, no último trimestre, um valor recorde, pulando para os 8,4%.
A Espanha vence pela proximidade, mas é apenas um dos destinos de um número cada vez maior de portugueses - jovens licenciados ou indiferenciados -, que partem à procura de trabalho que aqui não encontram ou de melhor remuneração para tarefas pouco qualificadas. A Inglaterra (que atrai mais a emigração qualificada), a Holanda (para o trabalho sazonal), a Alemanha e, recentemente, a Irlanda (para as actividades fabris), são os países eleitos.
O fenómeno recente da emigração portuguesa, que despontou em meados dos anos 90, está a acentuar-se nos últimos anos, embora não haja dados oficiais. "Como estamos num espaço comum, não há registos obrigatórios e só 90% dos emigrantes é que se registam nos consulados", disse ao DN o porta-voz do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Um inquérito do Instituto Nacional de Estatística apontava um êxodo superior a 20 mil por ano, enquanto associações cristãs no terreno apontam a saída de 100 mil nos últimos três anos.
Se nos jovens licenciados as razões da emigração se prendem, regra geral, com a falta de oportunidades de trabalho satisfatório, nos trabalhadores pouco qualificados, a emigração crescente relaciona-se com a feroz concorrência que estão a sofrer dos imigrantes oriundos do Brasil, da Ucrânia, Roménia, Moldávia e dos PALOP. Tanta oferta de mão-de-obra - os imigrantes legais estimam-se em 500 mil - para trabalho pouco qualificado está a exercer uma pressão de baixa nos salários. E os portugueses procuram mercados onde o trabalho é mais bem pago.
Mas a ilusão de um melhor salário está, em muitos casos, a ter um sabor amargo. Somam-se os casos de exploração da mão-de-obra portuguesa, em condições de quase escravatura, em países como a Espanha e a Holanda e de agressões de índole racista no Reino Unido ou na Irlanda. |
OS "ENGENHEIROS" SOCIAIS TÊM QUE EXPLICAR MUITO BEM COMO É QUE VÃO OBTER A COESÃO NACIONAL E SOCIAL COM METADE NOS NOSSOS ACTIVOS EMIGRADOS, E OS SEUS SUBSTITUTOS BARATOS IMIGRATES LEGAIS , ILEGAIS E TODAS AS SUAS FAMÍLIAS DEPENDENDO DA SEGURANÇA SOCIAL.
VÃO FICAR COM UM BOM NOME NA HISTÓRIA DE PORTUGAL VÃO... TRAIDORES!
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