"Caixa Baixa" forma jovens criminosos
Gangues de assaltantes recrutam adolescentes em bairros de risco de Lisboa e da Margem Sul do Tejo para os lançar no mundo do crime violento
00h30m
CARLOS VARELA
Dá pelo nome de "Caixa Baixa" e constitui uma verdadeira escola de jovens criminosos em Lisboa e na Margem Sul do Tejo. Dos seus elementos vieram o ataque aos polícias na Amadora e um homicídio na Moita. Autoridades estão atentas.
As primeiras informações relativas à existência do fenómeno, que está a preocupar de sobremaneira as autoridades, surgiram no ano passado, quando, em Abril, a PSP de Sintra deteve um jovem, de 16 anos, de alcunha "Caixa Baixa", por tráfico de droga.
As investigações vieram, no entanto, a dar conta de que "Caixa Baixa" era muito mais do que a designação de um indivíduo ou de um grupo de jovens adeptos de hip-hop e da contestação social.
Alguns ficaram-se, de facto, apenas pelos ritmos afro-americanos, pacificamente. Mas outros saltaram para um culto das armas, da violência e da marginalidade, que depressa se espalhou pelos bairros, por via da internet e do "youtube". A "Caixa Baixa" transformou-se, assim, numa espécie de paraíso para os gangues de assaltantes violentos que ali recrutam e formam adolescentes, antes de os lançarem no mundo do crime mais "pesado".
"Inspiraram-se no filme brasileiro a 'Cidade de Deus'" adiantou ao JN uma fonte policial. A película versa a luta entre gangues nas favelas brasileiras, um dos quais se chamava "caixa baixa".
Algueirão-Mem Martins e Cacém, na Linha de Sintra, foram as zonas e bairros onde, pela primeira vez, surgiu a expressão, mas ainda no ano passado a "comunidade" começou também a ganhar força nos complicados bairros de Santa Filomena e da Cova da Moura, na Amadora, e já este ano no Vale da Amoreira, na Moita, na Margem Sul do Tejo.
Agrupando jovens entre os 13 e os 18 anos, "são um primeiro patamar nos gangues que praticam os roubos", apontou ao JN uma fonte policial.
Ninguém sabe exactamente quantos são, mas é certo que a sua preponderância ganhou força face à repressão policial que, em finais do ano passado e já este ano, tem feito estragos e mantido mais recatados os gangues de especialistas em "carjacking" e assaltos a caixas multibanco.
"Os mais velhos travavam os mais novos, para evitar que lhes estragassem os esquemas, mas agora têm que recorrer a eles se querem fazer alguma coisa e para isso têm que os ensinar", foi-nos adiantado.
Terá sido neste período de formação que apareceram, na Margem Sul, várias tentativas de furto de caixas multibanco, quase sempre falhadas, e mais casos de roubos violentos nos próprios bairros, "algo que há uns anos era impensável", diz a fonte. Em contrapartida, o "carjacking" quase desapareceu e regressaram os furtos de automóveis. "Dá menos nas vistas", apontou um investigador criminal da PSP.
O ataque a dois agentes da PSP, no bairro de Santa Filomena, foi da fase seguinte na formação dos jovens, já integrados em grupos "séniores" como o "Aperta o Papo".
Mas os "Caixa Baixa" estão a crescer e no Vale da Amoreira já ameaçam o território de grupos mais velhos. Chegaram mesmo a desafiar um "peso-pesado" do crime da zona, de alcunha o "Fantasma", num confronto a tiro, no início de Setembro.
ELA COM AS SUAS TEORIAS HUMANISTAS E O MARIDO A TRVAR O SEF VÃO RESOLVER ISTO DEPRESSA...POIS O QUE FALTA É MAIS "SOCIAL" E ÁFRICA É GRANADE...
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