Maioria de seropositivos receia ter vida sexual e esconde infecção
27/11/2014 10:42:00 607 Visitas
21% deixaram de ter relações sexuais
Maioria de seropositivos receia ter vida sexual e esconde infecção
A maioria das pessoas com VIH participantes num inquérito sobre a influência do vírus na sua vida afectiva receia ter vida sexual e esconde que está infectado por medo de ser rejeitado.
75% lida "mal ou muito mal" com o diagnóstico, sendo as mulheres que reagem pior
Os resultados do questionário "VIH e os Afectos" revelaram ainda que, no ano em que foram diagnosticados, 32% fecharam-se a novos relacionamentos e 21% deixaram de ter relações sexuais.
Desenvolvido pelo grupo MAIS - Mulheres Activistas com Intervenção na Sociedade, da associação SER+, o inquérito pretendeu "dar voz às pessoas que vivem com a infecção VIH" e perceber a implicação que o vírus pode ter na "vivência dos afectos", a nível social, de amizades, na relação com o parceiro e na decisão de ter filhos, disse à agência Lusa a coordenadora do estudo, Ana Duarte.
A amostra distribui-se equitativamente entre homens e mulheres, maioritariamente entre os 30 e os 55 anos e com escolaridade acima do terceiro ciclo. Dos 144 participantes, 94 são portugueses, 43 são oriundos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e sete de outros países.
Quarenta e dois por cento dos participantes foram diagnosticados entre 2005 e 2012 e 38% entre 1995 e 2004, segundo o estudo que decorreu entre 22 de Outubro e 12 de Novembro.
A maioria (64%) tem algum tipo de receio em ter ou manter vida sexual e revelar a sua seropositividade, por medo de ser rejeitado (40%) e/ou de transmitir a infecção acidentalmente (37%).
Mais de metade sentiu medo de ser rejeitado e 75% lida "mal ou muito mal" com o diagnóstico, sendo as mulheres que reagem pior.
Setenta por cento dizem revelar sempre o seu estatuto serológico a parceiros quando estes são seropositivos, mas apenas 49% o faz quando os parceiros são seronegativos e 29% quando têm estatuto serológico desconhecido.
Quando receberam o diagnóstico, a tristeza, depressão e revolta contra si próprios foram os sentimentos mais comuns, que se foram alterando com o passar dos anos.
Actualmente, 72% sentem "vontade de viver", mas 33% ainda têm medo de ser rejeitado, sendo as mulheres quem sente mais vergonha de revelar a infecção aos outros.
Ana Duarte explicou que estes sentimentos vão sendo ultrapassados com o apoio e o acompanhamento dos profissionais que trabalham nesta área.
Mas, adiantou, os dados também mostram que estas pessoas "acabam por viver muito sozinhas nesta infecção. Até podem viver melhor, mas continuam a ter muito receio da rejeição exterior".
O uso do preservativo é apontado como a principal implicação do VIH na vida amorosa. O estudo indica que 43% já tiveram, desde o diagnóstico, pelo menos uma relação estável com um parceiro(a) seronegativo.
Apenas 15% tiveram filhos após o diagnóstico, sendo que 16% não tiveram por razões relacionadas directa ou indirectamente com o VIH.
Os restantes afirmam que a decisão de não ter filhos se prende também com razões relacionadas com a infecção. No grupo da amostra, nasceram 49 crianças, apenas uma com VIH.
O acompanhamento médico durante a gravidez foi avaliado como "bom" ou "muito bom", apesar de 13% dizerem ter sentido pressão por parte dos profissionais de saúde para não terem filhos devido ao VIH.
Os resultados do questionário são apresentados na conferência "VIH e os Afectos", que se realiza, em Lisboa, no Dia Mundial de Luta Contra a Sida, 1 de Dezembro.
O IMPÉRIO "BOM" TRATA AS MALEITAS DO PLANETA DEPOIS DE TER DISPENSADO AS "RECEITAS"...COM A ENTREGA DO IMPÉRIO MAU...
DEPOIS ADMIRAM-SE DE ANDAREM NA MERDA...
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