Friday, August 10, 2012

QUE SE CORTEM 50 MILHÕES NAS TRANSFERÊNCIAS PARA OS AÇORES...

Estaleiros de Viana. Autarca classifica como “uma vergonha” concurso internacional nos Açores para fretar navios


O presidente da Câmara de Viana do Castelo classificou hoje como "uma vergonha" o concurso aberto pela Atlânticoline para fretar, por 16,4 milhões de euros, dois navios de passageiros para operação nos Açores, quando o ferryboat "Atlântida" continua parado.

"O Município de Viana do Castelo não pode de deixar de manifestar a sua profunda indignação ao tomar conhecimento do anúncio do concurso publicado pela empresa Atlânticoline", começa por apontar o autarca socialista José Maria Costa, num comunicado intitulado "É uma vergonha".

O presidente da Câmara recorda que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) construíram o ferryboat "Atlântida" para esta empresa pública, para o mesmo serviço, e por isso diz não entender a mais recente decisão da "Atlânticoline".

"Não podemos entender como é que uma empresa do Estado, do mesmo país, efetue este contrato de aluguer para transporte marítimo no valor de dezenas de milhões de euros e não efetue um investimento previsto para aquisição de um navio, desbaratando-se dinheiros públicos, perdidos em três anos de funcionamento dos fretes, quando se poderia ter uma embarcação própria, rentabilizando-se um investimento, apoiando a indústria naval nacional e não recorrendo a importações", acrescenta o comunicado.

Recorde-se que após rescindir o contrato com os ENVC, por uma diferença de um nó na velocidade máxima do ferryboat, a Atlânticoline gastou 21 milhões de euros no fretamento de dois navios ao armador grego Hellenic Seaways para as ligações sazonais inter-ilhas, durante três anos, até 2012.

A 06 de agosto, a Atlânticoline lançou um concurso público internacional, de novo para o fretamento de dois navios para transporte de passageiros e viaturas, para as próximas operações, 2013 e 2014, com opção de prorrogação para 2015, por 16,4 milhões de euros.

Na nota enviada hoje pelo município lê-se ainda que "se no passado, este procedimento já foi incompreensível e questionável", atualmente, "perante as profundas dificuldades financeiras que o País e a Região Autónoma dos Açores atravessam, importa ter mais racionalidade e um uso adequado dos poucos dinheiros públicos".

"Não podendo, por isso, deixar de manifestar a nossa indignação à empresa Atlânticoline, ao Governo Regional dos Açores, e também ao Governo Português, por esta situação", acrescenta, para qualificar de "tão mais surrealista, pelo facto do navio ‘Atlântida’ estar disponível para entrar em funcionamento, acostado e a apodrecer há mais de um ano, na Base Naval do Alfeite".

A nota assinada por José Maria Costa garante ainda que vai solicitar a "intervenção urgente" do Presidente da República e do primeiro-ministro.

Os ENVC concluíram em 2009 a construção do ferryboat "Atlântida", avaliado em 50 milhões de euros, e apesar da rescisão do contrato, por decisão do Governo Regional dos Açores, a Empordef, que tutela aquela empresa, sempre admitiu que o destino do navio deveria ser aquele arquipélago.

O "Atlântida" tem capacidade para 750 passageiros e 140 viaturas e uma velocidade máxima de 16 nós.

Já o concurso agora aberto determina que um dos navios deve ter uma velocidade mínima de 28 nós, enquanto a do outro navio deve ser de 19 nós. A lotação mínima exigida é de 600 passageiros e 120 viaturas.

ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA...

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