Realização: Rodrigo Areias
Elenco: Vítor Correia, Nuno Melo, Inês Mariana Moitas.
Vender “A Estrada de Palha” como filme de “ação e aventura”, como já se viu por aí, é injusto não só para o público, que não vai encontrar nenhuma das duas coisas no filme, como para o realizador/argumentista Rodrigo Areias, que corre o risco de ter seu filme confundido com os descerebrados exemplares típicos do género.
Ao se propor fazer um western Rodrigo Areias enfrenta logo à partida um grande desafio: transpor para a realidade histórica portuguesa uma tradição cinematográfica e artística – que vai até ao nível da própria identidade cultural – de outra sociedade. O western é importante para os americanos não só no plano cinematográfico (deriva daí a própria invenção do chamado “plano americano”), como está ligado aos próprios fundamentos do seu reconhecimento histórico. A prova disso é que, diferente de outros géneros, só a Itália se aventurou (com resultados muitas vezes geniais, é verdade) nos “filmes de cáubois”. Para além disso, o seu apogeu ocorreu há mais de 50 anos.
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