Privatização da RTP” de João Miranda no Diário de Notícias.
[O]s governos pressionam a RTP há 50 anos e têm obtido excelentes resultados. A cedência às pressões é uma prática institucionalizada que já foi incorporada na cultura da empresa. E percebe-se bem porquê. O Governo nomeia a administração da RTP e decide quanto é que a RTP pode gastar. A RTP limita-se a obedecer ao dono. A credibilidade jornalística de um órgão de comunicação social determina as audiências, as receitas e o valor da empresa a longo prazo. Se a RTP fosse uma empresa privada sujeita às regras do mercado teria de se preocupar com a sua credibilidade jornalística e com a concorrência. Os accionistas privados não estariam dispostos a derreter enormes quantidades de dinheiro indefinidamente, mesmo que estivessem interessados em promover uma dada agenda política. Mas, como é uma empresa pública, a RTP não paga pelos seus próprios erros. Tem acesso a fundos praticamente ilimitados e pertence, juntamente com as restantes estações televisivas, a um oligopólio garantido pela lei. Por mais erros que a RTP cometa, haverá sempre dinheiro do contribuinte para a financiar. E é quase certo que continuará a beneficiar das barreiras que impedem a entrada de novos concorrentes no mercado televisivo.
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