PT/Oi: "Espanta-me que ninguém faça nada para travar esta fusão"
CÁTIA SIMÕES COM REUTERS
PT/Oi:
Fernando Ulrich, presidente do BPI, afirmou não entender como ninguém trava a fusão entre a PT e a Oi, que considera uma "monstruosa" destruição de valor da empresa portuguesa devido à ligação com as acções da Oi.
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Venda da PT Portugal é um cenário melhor do que aquele que existe hoje, para a própria empresa, para os seus trabalhadores e para a economia portuguesa.
A justiça está a investigar as aplicações da PT no Grupo Espírito Santo (GES) por suspeitas de participação em crime económico e burla qualificada. Já se sabia da irresponsabilidade na gestão, do aumento da exposição financeira a um grupo já em estado comatoso, o que configura gestão danosa da própria PT, mas se há suspeitas de crime, que sejam levadas até às últimas consequências. Já agora, sem pôr em causa o que não tem relação com este processo, isto é, a venda da PT Portugal.
A assembleia geral da PT SGPS reúne no próximo dia 12 para votar a venda da PT Portugal. Porquê? Porque a PT SGPS é accionista da Oi que, por sua vez, é dona a 100% da PT Portugal. No quadro do acordo de fusão entre as duas empresas, que está já no processo final, a PT SGPS tem direito de veto sobre as decisões da Oi em Portugal, nomeadamente a venda desta subsidiária.
Já aqui defendi a venda da PT Portugal, um cenário melhor do que aquele que existe hoje, para a própria empresa, para os seus trabalhadores, para a economia portuguesa. A PT Portugal é filha de um pai que a quer deserdar, e esse é o pior que lhe pode acontecer. No momento em que estamos, a venda da PT Portugal à Altice é a melhor solução em cima da mesa, sobretudo depois do fim da OPA de Isabel dos Santos, um cenário que poderia ser de facto alternativo.
O risco de adiamento da assembleia geral - porque alguns entendem que é possível reverter a fusão, coisa difícil do ponto de vista jurídico, mas impossível do ponto de vista económico e financeiro - poderá levar ao fim do negócio da venda à Altice, à situação de incumprimento da Oi e, em consequência, à falência da própria PT Portugal. Estamos preparados para essa tempestade, depois do que nos sucedeu no GES/BES?
É o momento de fazer uma declaração de interesses: o Económico é propriedade de um accionista da PT SGPS, a Ongoing. Dito isto, a Oi precisa de vender a PT Portugal como de ‘pão para a boca' e, por isso, o caminho é estreito, para não dizer outra coisa. Aliás, os brasileiros já avisaram os detentores de obrigações que pretendem renegociar prazos de pagamento. Nas empresas, como nos países, quando uma entidade falha um pagamento, fica tudo em causa. Se a Oi não conseguir resistir, se não tiver o fôlego financeiro para cumprir os seus compromissos com quem lhe emprestou milhares de milhões de reais, vem tudo por arrasto, leia-se um dos seus accionistas, a PT SGPS, a subsidiária PT Portugal. E não, o Governo não deve meter o dinheiro dos contribuintes para salvar a PT Portugal, nem neste caso limite.
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