Assim sendo, como explicar os progressos recentes de partidos como o BNP e o UKIP?
Uma boa parte da resposta deverá passar pelo facto de no Reino Unido (como em outros países da Europa ocidental) a auto-proclamada “direita dura”, apesar de todas as suas limitações, estar a conseguir capitalizar de forma crescente a insatisfação de importantes segmentos da população com a ausência de reais alternativas às políticas da esquerda em várias áreas cruciais. Um vazio de alternativas que é notório em matérias como o alinhamento pleno das principais forças europeias de centro-direita com a transferência de cada vez mais poder para Bruxelas, a inexistência de uma agenda económica verdadeiramente liberalizante e reformista, o laxismo face à criminalidade e desordem pública, a subserviência às desastrosas utopias do multiculturalismo e a incapacidade de combater seriamente os fluxos de imigração ilegal.
A evolução recente no Reino Unido ilustra bem que não basta apontar as limitações e incoerências da direita anti-liberal para lhe retirar o campo de manobra e estancar as suas perspectivas de crescimento. Cabe à direita liberal apresentar propostas mobilizadoras, consistentes e verdadeiramente alternativas à agenda da esquerda demonstrando assim que as acusações de “moleza” são desprovidas de fundamento.
{André Azevedo Alves}
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