Saturday, December 14, 2019
TIREM O CAVALINHO DA CHUVA.POR CÁ ADORAM TER SUBSTITUÍDO OS AFRICANISTAS BRANCOS POR ESCURINHOS...
Mais um apartamento com vista em Cascais: a vez do filho do ministro da Energia e Águas
14-12-2019 | Fonte: Maka Angola
João Baptista Borges é o ministro da Energia e Águas de João Lourenço. Aliás, já era de José Eduardo dos Santos, tendo sido nomeado ministro em 2011. Um dos poucos resistentes no governo. Anteriormente, desde 2008, fora vice-ministro da Energia e secretário de Estado da mesma pasta.
A sua carreira profissional desenvolvera-se na Empresa Distribuidora de Electricidade de Luanda (EDEL-EP), desde pelo menos 1992.
Nascido em 1964, significa isto que desde, pelo menos, os 28 anos, Borges trabalha para o Estado. Pode-se dizer que toda a sua vida adulta foi passada no serviço público.
Paulo Ivanilson Cabral Borges é filho do ministro. O facto essencial conhecido da sua biografia é a obtenção de um mestrado em Engenharia de Telecomunicações e Informática pelo Instituto Superior Técnico em Portugal em 2015. É claramente um jovem que há pouco terminou os passos essenciais da formação académica. Se não são encontradas referências profissionais públicas, o mesmo não se pode dizer de ligações aos famosos Panama Papers. O nome do filho do ministro surge mencionado como accionista de uma empresa denominada Valoris International Services and Consulting Limited, criada em 2013, e registada nas Ilhas Virgens Britânicas e morada na rua Marien Ngouabi, n.º 65, 5.º A, Maianga, Luanda e de outra empresa chamada Mundideias-Consultant and Projects, Limited, criada em 2014, acantonada nas Seicheles e com morada na Cova da Piedade, Almada, Portugal. É nítido que em 2013/2014, enquanto estudava em Portugal, o filho do ministro andava empenhado em estabelecer companhias offshore.
Se a existência de duas offshore em nome de um estudante filho de um ministro angolano que toda a vida foi um servidor público de carreira pode levantar alguma perplexidade, a verdade é que do ponto de vista legal, não significa nada. Há perfeita liberdade de criação de empresas e o espírito empresarial deve ser motivado e promovido.
Contudo, recentemente, algo mais surpreendente surgiu.
No dia 16 de Setembro de 2019, em Cascais, no notário de Luís Alvim Pinheiro Belchior, Paulo Ivanilson Cabral Borges, representado por Ricardo Dias Borges, adquiriu um apartamento espaçoso no edifício Scala Cascais, situado no sofisticado bairro do Rosário na mesma Cascais. Este apartamento está numa das zonas mais nobres da localidade portuguesa, a dois passos da fortaleza onde os antigos reis e presidentes da República passavam as suas férias a ver o mar. Não muito longe, do outro lado da baía, fica o edifício Estoril-Sol que em tempos albergou a elite angolana, que lá esbanjou os seus milhões.
O valor pago pelo apartamento foi de € 1.250.000,00 (um milhão duzentos e cinquenta mil euros). E é aqui que começa aquilo que se pode chamar, de acordo com a doutrina penal, a incongruência. Esse valor foi pago a pronto, especificamente em duas transferências e com um cheque, tudo realizado entre 26 de Agosto e 16 de Setembro.
Em menos de um mês o comprador desembolsou a totalidade do dinheiro. Note-se que o mesmo Paulo Ivanilson dá como morada em Portugal, o edifício Campo Grande, 81, 14.º andar, outra habitação de grande porte e luxo da capital. Sublinhe-se que não existe mencionada qualquer hipoteca, mútuo, ou qualquer forma de financiamento.
O que aparenta é que o dinheiro existia na conta do comprador que se limitou a transferir e passar o cheque. Ora bem, a disponibilidade imediata por um jovem filho de ministro de uma quantia desse valor poderá ser perfeitamente incongruente com os seus rendimentos. Dito de modo simples, onde é que Paulo Ivanilson foi buscar o dinheiro? Qual a origem dos fundos?
No tempo por que passa Angola, esta é uma questão a que ninguém se pode furtar de responder. Os fundos de cada um podem ter sido legitimamente obtidos, ou podem ter sido arranjados de acordo com ordens do Presidente José Eduardo Dos Santos, como muitos agora alegam. Ou podem ser fruto de operações corruptas e de desvio de dinheiro públicos, como tem vindo a ficar claro pelas investigações que a PGR tem desenvolvido. Já ninguém duvida que assim foi em muitos e muitos casos.
O ponto essencial é que deve ser dada uma explicação: como é que um jovem filho de um ministro, que o foi quase toda a vida, tem mais de um milhão de euros para pagar a pronto um apartamento esplendoroso em Cascais, depois de ter outro de aparato em Lisboa?
Esta situação ocorrida há menos de um mês tem de ser confrontada, pois tem dois significados.
O primeiro é que parece que os discursos do Presidente da República acerca da necessidade de transparência nos negócios, do fim da impunidade, da necessidade de repatriar capitais, não é levado a sério pelas elites angolanas que continuam a gastar os seus milhões em apartamentos em Cascais. Tem de haver uma resposta solidária das elites às preocupações do Presidente, caso contrário, mais valerá a João Lourenço fazer como o Padre António Vieira e pregar os seus sermões aos peixes, uma vez que os homens não o ouvem: “Já que não me querem ouvir os homens, ouçam-me os peixes.”
O segundo significado diz respeito a Portugal. É muito duvidoso, que depois dos eventos ocorridos com Manuel Vicente, as autoridades locais não estejam atentas a movimentos financeiros de entidades politicamente expostas de Angola, devendo agir rapidamente. Temos assim mais um potencial embaraço para todos, quando Paulo Ivanilson for chamado por algum organismo português para explicar onde arranjou tanta liquidez.
Francamente, julgávamos que a conjugação dos esforços do Presidente João Lourenço adicionado ao aperto da malha financeira regulatória na União Europeia já teriam terminado com estes negócios, que deixam sempre um travo amargo.
MARIMBONDOS POR CÁ É MATO.NÃO GOSTAM DE NÓS MAS ADORAM A NOSSA NACIONALIDADE E VIVER POR CÁ...OS PRETINHOS DE ANGOLA QUE SE FODAM...
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