Editorial de Jornal de Angola aponta Portugal como mais do que um "país amigo"
Portugal é hoje apontado no editorial do diário estatal Jornal de Angola como mais do que um "país amigo", numa altura em que o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, efetua uma visita oficial ao país.
"Os amigos conhecem-se nos momentos difíceis. Os angolanos sabem estender a mão da amizade a todos os que precisam, sem olhar a conveniências ou retornos. Portugal é um país amigo e mais do que isso: o executivo definiu-o como um parceiro estratégico", é como começa o primeiro parágrafo do texto, intitulado "Crescemos juntos".
O editorial, publicado no segundo dia da visita oficial do chefe da diplomacia de Portugal, Paulo Portas, a Angola, reconhece ao governante português diferenças relativamente a outros políticos, que o Jornal de Angola acusa de descerem ao "patamar do insulto contra os governantes angolanos".
"Ao ouvir as suas declarações ontem [terça-feira] no Palácio da Cidade Alta, não pudemos deixar de pensar no abismo que separa a sua intervenção de outras protagonizadas por políticos com grandes responsabilidades e que descem ao patamar do insulto contra os governantes angolanos, envenenando as relações com ódios e ressentimentos de todo injustificados", lê-se no editorial.
Paulo Portas, que foi recebido terça-feira pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, a quem classificou como "um dos grandes líderes africanos", anunciou que Portugal e Angola realizam este ano a sua primeira cimeira bilateral.
"Estamos a desenvolver uma cooperação sólida. Os povos de Angola e Portugal estão ligados por laços históricos e culturais", salienta o Jornal de Angola, que recorda os efeitos do 25 de abril de 1974, que, assinala, "ajudou à libertação definitiva dos angolanos".
O Jornal de Angola destaca ainda da declaração de terça-feira de Paulo Portas as referências à importância do crescimento das exportações portuguesas para Angola.
"Temos a certeza de que somos acompanhados pelos angolanos neste voto: que daqui a um tempo, com a cimeira bilateral agora anunciada, Paulo Portas regresse a Angola e anuncie que Portugal saiu da crise e continua a caminhar de mãos dadas com Angola para o crescimento económico e o progresso", acentua o editorial.
O Jornal de Angola sublinha também os "esforços gigantescos" nos dois países para a criação de riqueza e postos de trabalho, frisando que, se for possível criar sinergias, Portugal e Angola vão "seguramente crescer juntos".
Portugal "tem muito para oferecer a Angola nesta fase da reconstrução nacional" e a "colaboração de quadros especializados portugueses e conhecedores de Angola não é o menos importante, pelo contrário", salienta o Jornal de Angola, considerando que Portugal pode transferir para Angola tecnologia, conhecimento, investigação, mão-de-obra especializada e ajudar a promover o comércio, a agricultura e o turismo, setores fundamentais na criação de emprego e no combate à pobreza.
"Angola tem matérias-primas que fazem falta à economia portuguesa. O crescimento económico que Angola regista liberta também fundos apreciáveis para investimentos num país que, além de falar a mesma língua e partilhar connosco um mundo de gostos e afetos, é uma potência mundial na área do turismo e desenvolveu serviços ao nível do melhor que existe no mundo", assinala.
A amizade que une os dois países "tem de servir" para o crescimento dos dois países e não apenas para declarações de boas intenções que depois não têm correspondência na vida real, devido ao que o Jornal de Angola identifica como "forças de bloqueio, prontas a prejudicar uma relação que se quer exemplar dentro do relacionamento entre África e Europa".
A concluir, o editorial defende que o que está em jogo "é tão grandioso, que os pequenos acidentes de percurso, as atitudes disparadas com acrimónia por setores da política portuguesa, as faltas de respeito e as deslealdades que prosperam em Lisboa contra Angola e magoam, não vão conseguir destruir a nova relação que nasceu com o 25 de Abril de 1974".
"Temos tudo para crescer juntos", termina o texto.
COLOCAR A PRODUZIR O DESERTO INTERIOR DE ANGOLA É UMA TAREFA GIGANTESCA.QUE SÓ COM OS ANGOLANOS VAI SER MAIS MOROSO.MAS PARA ALGUÉM EMIGRAR PARA ANGOLA E SE METER NO INTERIOR E INVESTIR TEM QUE TER GARANTIAS DE SEGURANÇA EM TUDO E UMA MAIS AMISTOSA PROPAGANDA...ANGOLA É QUE ESCOLHE A VIA AFRICANA OU A VIA MAIS RÁPIDA DE DESENVOLVIMENTO.
No comments:
Post a Comment