Sunday, January 31, 2021

AINDA ESTOU À ESPERA DA REACÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES E DO REGULADOR DA PROPAGANDA À ESCANDALEIRA DA PROPAGANDA COM JORNALISTAS DE CAUSAS MARXISTAS QUE TOMAM PARTE NAS "LUTAS"...

 

Um furacão chamado 'Ventura'

Ora, perante os resultados eleitorais, percebemos que foi uma análise completamente falhada. Sendo que a campanha eleitoral se reduziu praticamente aos debates, se Ventura tivesse perdido com todos não ficaria certamente à frente de quase todos...

No primeiro artigo que escrevi nesta coluna sobre as presidenciais, esbocei a traços muito largos o modo como via a distribuição dos votos.

Considerei que Marcelo Rebelo de Sousa, sendo Presidente-recandidato, tendo feito um mandato tranquilo e generoso, e representando o centrão, conseguiria fixar 65% dos votos.

Ficariam, assim, 35% para distribuir.

Desses, 20% estariam à sua esquerda e 15% à sua direita.

Ora bem: Marcelo Rebelo de Sousa teve 60,7% dos votos, os partidos à sua esquerda tiveram 21,24%, e os partidos à sua direita 15,12%. Falhei um pouco em Marcelo, mas quase acertei nos outros.

Isto mostra que a lógica não é uma batata.

É bom comparar o que os analistas dizem antes das eleições com os resultados… e com o que dizem depois.

Como voltar a acreditar num comentador que falhou rotundamente no passado?

Recordo, a propósito, que os comentadores do Expresso (organizados em poule), consideraram que André Ventura perdeu todos os debates com os outros candidatos, sendo o mais fraco dos sete.

Ora, perante os resultados eleitorais, percebemos que foi uma análise completamente falhada. Sendo que a campanha eleitoral se reduziu praticamente aos debates, se Ventura tivesse perdido com todos não ficaria certamente à frente de quase todos...

O que irão escrever esses ‘comentadores’ nos próximos artigos?

Deve dizer-se que a cobertura da campanha de André Ventura por parte das televisões, dos jornais e das revistas roçou o escandaloso.

Desde a famosa entrevista de João Adelino Faria na RTP a uma grande reportagem na SIC, financiada pela Gulbenkian, transmitida várias vezes durante a campanha eleitoral, cujo objetivo declarado era destruir o candidato Ventura, a falta de isenção chegou a ser chocante.

Ficou a impressão de que, como consideravam Ventura ‘um fascista’, os jornalistas achavam que podiam atropelar a deontologia, deitar fora os princípios e ignorar a verdade, desde que isso contribuísse para o ‘bem superior’ de lhe roubar votos.

Foi deplorável. A democracia não é isto. Ao transgredirmos as regras para destruirmos um adversário, estamos a legitimar que ele faça o mesmo.

Acresce que os jornalistas não devem ter ‘adversários’, porque a sua norma de conduta deve ser a isenção.

Do que fica dito, torna-se claro que o grande protagonista destas eleições foi André Ventura, que, como um abalo sísmico, mudou por completo o panorama político. E o pior que pode haver é fechar os olhos a essa realidade.

Repare-se: há cinco anos, os candidatos da esquerda tinham obtido juntos 41,22%; agora tiveram 21,24%. Metade.

E se é certo que alguns eleitores de esquerda mudaram de voto por terem sido seduzidos pela moderação (e pelos afetos) de Marcelo, o grande obreiro desta revolução foi Ventura.

A prova disso foram os votos que obteve no Alentejo – Beja, Évora e Portalegre –, onde ganhou sempre ao PCP.

Não deve esquecer-se, entretanto, que Ventura falhou o objetivo que se tinha proposto: ficar à frente de Ana Gomes.

E isto terá acontecido por duas razões: por ter radicalizado excessivamente a campanha, agredindo alguns adversários de forma gratuita e deselegante, e porque Ana Gomes beneficiou do voto útil da esquerda, exatamente para impedir que Ventura ficasse em segundo lugar.


E COMO DIZ O ARROJA TEMOS ESTADO DE DIREITO MAS NÃO ESTADO DE JUSTIÇA...

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