Holigen investe €45 milhões em produção de canábis medicinal em Portugal
22.04.2019 às 15h37
https://expresso.pt/economia/2019-04-22-Holigen-investe-45-milhoes-em-producao-de-canabis-medicinal-em-Portugal
KEVIN CUMMINS/GETTY
A Holigen vai investir 45 milhões de euros em Portugal na produção de canábis medicinal nos próximos quatro anos e espera criar neste período 200 postos de trabalho
A Holigen vai investir 45 milhões de euros em Portugal na produção de canábis medicinal nos próximos quatro anos e espera criar neste período 200 postos de trabalho, disse hoje à Lusa o presidente executivo, Pauric Duffy.
"Recebemos a nossa licença de produção este ano e estamos a construir as nossas instalações em Sintra (21.500 metros quadrados) e Aljustrel (7.000.000 metros quadrados). Se todo o processo de licenciamento ocorrer como o previsto, no terceiro trimestre de 2019 estaremos totalmente operacionais em Sintra e, em 2020, em Aljustrel", afirmou o gestor, em entrevista à Lusa.
A Holigen vai investir "45 milhões de euros em quatro anos" no mercado português, período no qual espera criar "400 postos de trabalho", acrescentou.
"O processo para produzir canábis medicinal é totalmente realizado em conformidade com as regras GMP [de boas práticas] e é estritamente farmacêutico", disse Pauric Duffy, salientando que "este processo segue os seguintes passos: cultivo, colheita, secagem, extração de ingredientes farmacêuticos, preparação de produtos de grau farmacêutico, embalagem e comercialização".
O presidente executivo da Holigen disse que o objetivo é que a produção seja para o mercado português e também para exportação.
"A Holigen tem acesso a mais de 35 países em todo o mundo e possui acordos de distribuição e comércio em diversos países europeus, incluindo a Alemanha, Polónia, Reino Unido e Irlanda, temos a intenção de produzir 500 toneladas de canábis por ano para satisfazer a procura do mercado global, incluindo Portugal", explicou.
Em termos de exportação, "o nosso foco principal, no momento, é a Europa e a Australásia, mas temos o desejo de ser, no futuro próximo, um fornecedor mundial, pois visamos atingir uma produção que supere em toneladas o atual líder mundial", salientou.
Relativamente a quando esperam atingir o 'break-even' [retorno do investimento], Pauric Duffy disse que tal depende de "diversos fatores" que podem afetar o tempo de implementação dos diferentes estágios do projeto.
"Estamos a trabalhar de perto com todas as partes envolvidas e continuamos muito otimistas de que seremos capazes de alcançar os nosso objetivos dentro do prazo desejado", afirmou Pauric Duffy.
Questionado sobre os investimentos que vão fazer na área de investigação e desenvolvimento (I&D), o presidente executivo da Holigen disse que se assiste "ao nascimento de uma nova indústria".
Ou seja, "quase tudo o que estamos a fazer neste momento é I&D. Estamos constantemente a desenvolver novos produtos. Como tal, a I&D tem um papel crucial na estratégia da nossa empresa", acrescentou o gestor.
"Embora neste ponto embrionário atual a maioria das funções sejam relacionadas com a I&D, espera-se que dentro de um a três anos tenhamos 15 profissionais" focados na área de investigação e desenvolvimento, acrescentou.
Pauric Duffy disse que as duas instalações - em Sintra e Aljustrel - vão "produzir, transformar e desenvolver produtos e ingredientes ativos de canábis de nível farmacêuticos de pesquisa e desenvolvimento".
Questionado sobre a razão da aposta no mercado português, o presidente executivo da Holigen salientou que Portugal "é um país estratégico" e "desempenha um papel fundamental" no plano de crescimento no continente europeu e na exportação para a Australásia.
"Portugal apresenta as melhores condições para o mercado atual, com mão-de-obra altamente qualificada, clima perfeito e autoridades eficientes e progressistas", disse.
No primeiro ano de atividade, a empresa espera produzir 30 toneladas.
Os objetivos para os primeiros quatro anos de atividade em Portugal são "criar e produzir produtos suficientes em toda a sua variedade para abastecer o mercado europeu e levar a empresa à sua capacidade produtiva máxima", concluiu.
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