Loures
Ferreira Fernandes
Com um escamartilhão! Permito-me a palavra porque Miguel Torga escreveu-a no seu Diário e ela define bem onde eu estava ontem, ao escrever esta crónica, já com três horas de números a cair. Já ouvira Santana Lopes a falar de tragédia e Marques Mendes a citar o inferno. E outros comentadores e jornalistas a lembrar o horror, o horror... E este estilo dantesco era sobre o quê? Ora, ora, pretendia definir o que desabava sobre o PSD, em Lisboa, dobrado pelo CDS e ficando-se pelos níveis do PCP e do BE. Infelicidade a que se juntava, no Porto, ficar atrás do PS e sem a argúcia do CDS que se encostara a Moreira. Rasteiro na capital e terceiro no Porto, o Alcácer-Quibir do PSD iria remeter Passos Coelho pelas brumas fora, em declaração de abandono? Era essa a tragédia que se discutia! E eu estranhava a palavra tragédia usada sobre o fim duma irrelevância, dum fantasma, do qual nem ficava a esperança de um dia voltar? Que exagero! Tragédia é outra coisa - era, por exemplo, a pantomima de um referendo no país ao lado (e desta vez é importante usar a expressão batida: é que se passa mesmo aqui ao lado e isso vai contar). Tragédia é outra coisa - e até podíamos exemplificar cá dentro: Loures. Loures era a probabilidade da eleição do balão de ensaio de um miasma, de um nojo. E sobre Loures, até bem tarde, nada. Ela é que merecia projeções para que soubéssemos logo, logo, se havia tragédia. Mas não, Loures esperou pela noite fora, como se fosse um encolher de ombros. Tão distraídos andamos...
O QUE ESTES GAJOS DO TUDO (ENTREGA DE TUDO O QUE TINHA PRETO E NÃO ERA NOSSO COM EXPULSÃO DE BRANCO E SEM BENS E DEPOIS ATÉ ELES QUE ERA PELAS INDEPENDÊNCIAS) E DO SEU CONTRÁRIO COM AS PORTAS ABERTAS E MUITA DISTRIBUIÇÃO COM AFECTOS E DISCRIMINAÇÃO POSITIVA DAQUILO QUE ARRASTAM AOS INDÍGENAS BRANCOS) NÃO GOSTAM DE QUEM FALA VERDADE COMO A ANTIGA RÁDIO MOSCOVO...
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