A Europa está nas mãos de Erdogan
Rui Ramos
2/12/2016, 2:00116
Que acontecerá nas eleições do próximo ano em França e na Alemanha, se o ditador turco Erdogan lançar outro milhão de refugiados na Europa? Poderá Erdogan eleger Marine Le Pen?
A semana passada, o parlamento europeu decidiu, ao fim de onze anos de conversas, que afinal não deseja a Turquia na União Europeia. Recep Tayyip Erdogan, o ditador turco que a Europa promoveu durante anos na ilusão de que podia fabricar um islamista moderado, respondeu logo: se os europeus não tiverem juízo, ele abrirá imediatamente as fronteiras para deixar passar milhões de migrantes. Erdogan não está interessado em pôr a Turquia na UE. Se estivesse, não se proporia reintroduzir a pena de morte. Mas pretende que a UE continue a caucionar e a financiar a sua autocracia islamista, aliás em dificuldades económicas.
A Coreia do Norte agita as suas armas nucleares sempre que precisa de alguma coisa. O Irão usou um programa nuclear para forçar Obama e os europeus a porem termo às sanções. A Turquia não necessita de bombas atómicas: em vez disso, tem um “programa de refugiados”, sob a forma de cerca de três milhões de pessoas que pode a qualquer momento lançar sobre as costas europeias. Foi assim que no princípio deste ano, Erdogan arrancou aos europeus a promessa de milhares de milhões de euros de ajuda. Logo de seguida, as chegadas de “refugiados” baixaram de uma média de 2000 por dia para 100. A migração para a Europa por via do Médio Oriente é hoje uma arma de chantagem com que Erdogan força a Europa a pagar a sua ditadura, enquanto persegue e prende milhares de pessoas.
Na Europa, as elites políticas e mediáticas estão assustadas. Durante anos, usaram as alegações de “racismo” ou de “islamofobia” para abafar qualquer debate sobre a imigração do Médio Oriente. Mas como mostram eleições e sondagens, esse velho sistema censório já não funciona. O influxo descontrolado de migrantes, num tempo de estagnação económica e de terrorismo jihadista, derrubou as vedações da correcção política. A partir daí, a obstinada negação oficial dos problemas teve os resultados previsíveis: uma desconfiança generalizada nas elites, e o caminho aberto a demagogos como Trump ou Le Pen.
Ontem, Hollande desistiu de enfrentar Le Pen: o primeiro presidente da V República que não tenta a reeleição. Depois do Brexit, as elites europeias perceberam que nada está garantido. Por isso, alguns proíbem burqas, outros sujeitam os migrantes a aulas sobre como devem tratar as mulheres, e todos, há uns meses, resolveram arranjar uma espécie de porteiro de discoteca, contratando Erdogan para manter os migrantes ao largo. Erdogan, claro, sabe o poder que lhe meteram nas mãos. No próximo ano, há eleições em França e na Alemanha. Angela Merkel, ao contrário de Hollande, espera renovar o mandato. Em França, confia-se em Fillon para barrar Le Pen. Mas fora da França e da Alemanha, há um grande eleitor: Erdogan. Que acontecerá, se Erdogan lançar outro milhão de “refugiados” nas praias e praças da Europa? Poderá Erdogan eleger Marine Le Pen, ou estragar a festa de Merkel?
Assad, com a ajuda de Putin e perante a mais completa passividade ocidental, está a vencer a guerra na Síria. Para milhões de sunitas, a fuga vai ser a única opção. O seu ressentimento contra o Ocidente é, desta vez, plenamente justificado: Obama incitou-os a revoltar-se em 2011, para os abandonar a seguir, porque guerras no Médio Oriente não ganham eleições nos EUA. Trump tem uma solução: fechar as fronteiras e esquecer que esses países existem. Para a Europa, essa solução não é assim tão simples: significa tentar manter uma estufa de paz e de prosperidade a duas ou três horas das terras mais caóticas e infelizes do mundo. Como? Por enquanto, pagando ao ditador turco para fechar a porta.
OS INTERNACIONALISTAS CASEIROS DERRUBARAM A HERANÇA DO SALAZAR O TAL DO IMPÉRIO DO MINHO A TIMOR MAS NÃO A ACÇÃO PSICOLÓGICA DO TODOS UNIDOS SOB A MESMA BANDEIRA.O IMPÉRIO AGORA SÓ VAI DO MINHO AO ALBARVE MAIS UMAS ILHAS QUE SE SAFARAM POR NÃO TEREM PRETOS MAS AÍ ESTÁ DE PEDRA E CAL A VELHA APSIC DO TODOS IGUAIS TODOS DIFERENTES EM QUE AS DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS COM UM PRETINHO NA MONTRA NÃO PODEM FALTAR.TALVEZ PARA TENTAR EVITAR MAIS UM PALOP AGORA NA LINHA DE SINTRA...
SE JUSTIÇA FOSSE FEITA AO POVO PORTUGUÊS MUITOS MERECIAM SER ENCOSTADOS À FIDEL AO PAREDÃO...
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