O maior ‘crime’ de Sócrates
José António Saraiva José António Saraiva | 23/05/2016 09:34 6929 Visitas
O maior ‘crime’ de Sócrates
Uma antiga namorada de José Sócrates, Fernanda Câncio, escreveu um extenso artigo na revista Visão onde diz que só soube de muitos factos envolvendo o antigo primeiro-ministro depois de este ser preso.
No que lhe diz respeito, por exemplo, esclarece que não sabia que as férias que passou com Sócrates eram pagas por Carlos Santos Silva.
E adianta o seguinte: «Quando alguém próximo faz um convite para passar férias não é costume perguntar se é a pessoa que convida que vai pagar ou se é outra. Como quando nos convidam para jantar ou almoçar não perguntamos de onde vem o dinheiro».
É verdade que, se alguém nos convida para almoçar, não questionamos a origem do dinheiro; mas quando uma pessoa vai de férias com outra que lhe paga todas as despesas – o que supõe uma grande intimidade – é estranho que desconheça completamente a vida da outra pessoa e a origem dos seus rendimentos.
Assim, das duas, uma: ou Fernanda Câncio não está a ser sincera, ou José Sócrates tinha uma vida secreta, que escondia mesmo aos seus mais próximos.
Mas este artigo não é uma crítica a Fernanda Câncio, até porque a questão mais importante que diz respeito a Sócrates é outra e tem sido pouco tratada.
Não tem a ver com as férias de luxo, nem com os fatos caros, nem com a vida em Paris, nem com as suspeitas de luvas no Freeport, no Vale do Lobo ou em obras públicas, nem com as pressões que exerceu no caso Face Oculta.
Tudo isso é importante, até porque nunca houve um chefe do Governo sobre o qual pesassem indícios tão graves.
Mas estes referem-se sobretudo a situações no plano legal e no plano moral – não se tendo traduzido num grande prejuízo para o país.
Ora, houve um ‘crime’ que Sócrates cometeu – ou deixou cometer – que, esse sim, prejudicou imenso o Estado português.
Refiro-me à destruição do valor da PT – que valia ouro e acabou vendida quase ao preço da sucata.
Pouco se tem falado deste assunto. A PT era uma empresa pujante e lucrativa – uma verdadeira joia da coroa nacional –, que em 2007 se internacionalizou, criando no Brasil uma importante empresa de telecomunicações: a Vivo.
O negócio brasileiro começou a correr de feição e era apontado como um caso de sucesso – quando inopinadamente, em 2010, não estando a PT descapitalizada nem precisando de capital, se prontificou a vender a empresa.
Ninguém percebeu porquê.
E o Governo pareceu partilhar desta perplexidade, pois usou a golden share que detinha na PT para abortar a venda.
Foi o próprio primeiro-ministro José Sócrates quem deu a ordem.
Mas os compradores continuaram a insistir, os acionistas da Portugal Telecom mostravam-se entusiasmados com o negócio – e Sócrates, num prazo de tempo recorde, mudou de opinião, dando o dito por não dito.
Só pôs como condição a continuidade da presença da PT no mercado brasileiro.
A Vivo foi então vendida por 7,5 mil milhões de euros – e comprou a Oi por 3,75 mil milhões, deixando outros 3.750 milhões disponíveis para os acionistas.
Lembro-me de criticar esta venda.
Responderam-me: «Mas é muito dinheiro».
Insisti: «E para que serve esse dinheiro, se a PT não tem problemas financeiros?».
«Serve para investir, para alargar o negócio», disseram-me.
«Mas se a PT tinha uma ótima empresa no Brasil, e quer lá continuar, que sentido faz ir vendê-la para depois comprar outra eventualmente pior?».
Não fazia sentido.
A menos que, embora a PT não precisasse de dinheiro, um dos seus acionistas estivesse aflito, com desesperada falta de liquidez, e o negócio tivesse sido feito para o ajudar.
Foi aí que as minhas suspeitas se inclinaram para o BES.
Na altura ainda não eram claras as suas dificuldades, mas se calhar Ricardo Salgado estava aflito e a venda da Vivo ajudava-o na aflição.
Acresce que Salgado era amigo pessoal de Henrique Granadeiro, presidente da PT, e dava-se bem com José Sócrates.
Os dois poderiam ter-lhe facilitado as coisas.
Julgo que foi isto mesmo que aconteceu.
E suspeito que o veto inicial de Sócrates ao negócio só serviu para ‘disfarçar’.
Foi uma estratégia para afastar suspeitas de cumplicidade.
Mas se as coisas se passaram assim, a autorização para a venda da Vivo constitui talvez o maior ‘crime’ que o ex-primeiro-ministro cometeu.
É que, a partir daí, a PT entrou em queda livre.
Acabou por ser adquirida pela Oi, que acumulou prejuízos gigantescos e ficou à beira da falência – tendo finalmente vendido a PT à Altice.
Nesta trapalhada, o valor da PT evaporou-se.
Os outros eventuais ‘crimes’ de Sócrates situam-se sobretudo no plano legal e no plano moral – e o seu valor saldar-se-á por milhões.
Este teve um custo mil vezes superior: custou a Portugal muitos milhares de milhões.
P.S. – Recentemente, no âmbito da Operação Lava Jato, as autoridades brasileiras decidiram investigar a venda da Vivo pela PT, suspeitando-se da intervenção de Lula da Silva e José Dirceu no negócio.
O FACTO DA PT/PHAROL TER PASSADO DE 3,13 EUROS PARA 12,5 CÊNTIMOS ACARRETA UM PREJUÍZO ÚNICO AOS SEUS ACÇIONISTAS E ALIÁS DEMONSTROU A FARSA DA "INTERNACIONALIZAÇÃO" EM ESPECIAL EM ÁFRICA ONDE OS CONFISCOS CONTINUAM.
AGORA A LEI DA NACIONALIDADE ACABOU COM A COESÃO NACIONAL E SOCIAL E TRANSFORMOU PORTUGAL NUM SOBADO.EM QUE O INDIGENATO BRANCO SE TORNOU "RACISTA" E TEM QUE PAGAR O BEM BOM DO "SALVAMENTO" COM LÍNGUA DE PALMO E CADA VEZ MAIS ATÉ AO FIM DAS SUAS VIDAS ENRIQUECIDAS COM OS POBRES DOS OUTROS.QUE EXPULSARAM EM MASSA OS BRANCOS E OS CONFISCARAM NA FAMOSA DESCOLONIZAÇÃO EXEMPLAR...
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