é o que dá entregar o poder aos jotas
2 JULHO, 2013
Pedro Passos Coelho assumiu um país em bancarrota, prometendo aos portugueses que seria capaz de resolver o problema, com sacrifícios reduzidos para todos.
Pedro Passos Coelho, levianamente, candidatou-se às eleições legislativas como se fosse candidato à presidência da Junta de Freguesia de Sanfins do Douro, sem desprestígio para a colectividade. Não preparou um programa, não elencou um número de medidas concretas de execução imediata, não dialogou com o seu mais do que provável parceiro de coligação sobre o que teria de ser feito para salvar Portugal, no momento imediato ao dia das eleições. O que interessava era ganhá-las, que, depois, logo se trataria da saúde aos sanfinenses.
Pedro Passos Coelho, uma vez no governo, aplicou ao país a receita que o país já conhecia, ainda que em dose muito mais violenta do que as anteriores: aumentou impostos e não fez as reformas estruturais que tinham de ser feitas para os baixar, ainda que no longo prazo.
Pedro Passos Coelho manteve os bordéis do regime nas mãos dos proxenetas habituais e não retirou o estado, nem o governo de sítio algum onde eles sempre costumam estar. Reduziu, nalguns casos, a sua presença, isto é, diminuiu temporariamente o cancro, mas não eliminou as células cancerosas.
Pedro Passos Coelho fez perder, por sua inteira responsabilidade, o estado de graça que o seu governo recebeu no dia das eleições, anunciando sempre que as medidas reformadoras viriam depois das medidas necessárias para pagar o défice das contas do estado, mas que iam destruindo as contas da economia.
Pedro Passos Coelho não percebeu que, em democracia, nenhum estado de graça é eterno, sendo que, em momentos de crise, ele é sempre muito efémero. Quando tentou fazer alguma coisa, os poderes corporativos do regime já se tinham recomposto da derrota socrática e vedaram-lhe o caminho.
Pedro Passos Coelho não entendeu que o seu governo terminou no dia do chumbo do orçamento de estado de 2012. A partir desse momento, ele já não seria capaz de fazer as reformas de que o país precisava. Como não fez, nem fará.
Pedro Passos Coelho viu ontem e hoje, em resultado do seu imobilismo e da falta de respostas aos problemas do país, o seu governo a desmoronar-se. Depois disto só lhe resta demitir-se.
Pedro Passos Coelho foi, assim, mais um erro de casting da direita portuguesa, porventura o mais grave e de piores consequências em democracia. A direita convenceu-se que bastava um jovem voluntarioso, bem intencionado e bem falante, com longos anos de experiência na jota do partido, mas com um curriculum profissional e pessoal francamente medíocre, para responder às imensas exigências impostas ao país. Não chegava e não chegou, como se viu.
Daqui por alguns meses, perdidas as legislativas e as autárquicas, a direita devolverá o poder ao Partido Socialista, por sinal o grande responsável pela falência do país. A chefiar o governo termos mais um jota, tão mal ou pior preparado do que o jota que substituirá. O cenário não pode ser mais assustador.
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