Saturday, August 11, 2007

roubado no combustoes

Agosto 2007
Gravitas




Jantar com seis conhecidos por volta das onze da noite. Escolha demorada, reticências, dúvidas e pedidos carregados de advertências:"não quero batatas", "a carne, por favor, mal passada", "salada sem sal", "o meu sem alho e sem cebola" e um sem-número de pequenas e tirânicas exigências dirigidas ao cozinheiro. Depois, as críticas: "eu não pedi assim", "o peixe que passe pelo fogo mais uns minutos", "não pedi molho", "o vinho está demasiado frio", a "esta água está natural , traga-me fria". O rapaz que serve, extenuado por horas de trabalho, corre de um lado para o outro, afogueado. Depois, a rábula da sobremesa: "demasiado doce", "muito fria", "falta-lhe leite", "falta-lhe ovos".






Afinal, o jantar não juntou. As criaturas passaram a noite a levantar minudências, ofender gratuitamente os méritos do cozinheiro e recalcar o esforço do pequeno mouro de serviço. Não sou um sibarita nem um garfo exigente. E sabem porquê ? Passei por um PREC e por uma descolonização exemplar. Entre os 11 e os 16 anos deliciei-me com essa ambrósia dos deuses que eram as rações doadas pela caridade internacional, deliciei-me com carcaças de dois e três dias e poucas vezes trinquei um bife. Isso fez-me mais forte, mais desprendido dos comes e quase indiferente aos bebes. Por isso, rio-me desses sacos de carne que nos enchem os jornais e televisões com a discursata dos desfavorecidos, dos pobres, oprimidos e esquecidos deste mundo. Nestas circunstâncias, apetece-me largar umas frases ao gosto do sr. Gil Vicente. Ah, esqueci-me. Os meus convivas eram todos, sem excepção, "de esquerda", carregados de "preocupações sociais" e outros atavios necessários a um bom comensal. Como estou grato a Mário Soares, Almeida Santos e demais patrocinadores do meu quase selvagem desinteresse pela comida !



Piaf: Non, je ne regrette rien (1961)

Publicada por Combustões em 11.8.07

GATO POR LEBRE

ROUBADO NO "portugalcontemporaneo"

Depois da II Grande Guerra os EUA assumiram uma posição de predomínio incontestável na economia mundial. Este predomínio foi frequentemente atribuido à superioridade do seu sistema económico e à ética judaico-protestante prevalecente no país, com o seu ênfase no mercado, no sector privado, na concorrência e no capitalismo.




Eu estou hoje muito céptico acerca desta tese. Sou tentado muito mais a pensar que o diferencial de crescimento económico na América, face às grandes economias da Europa e da Ásia, ficou muito mais a dever-se a uma instituição do Estado - o seu banco central ou Reserva Federal.


À saída da Guerra, os EUA eram o único grande país não devastado por ela. Em 1946 foi assinado o acordo de Bretton Woods que punha de pé o novo sistema financeiro internacional. Todos os bancos centrais do mundo, podiam emitir dinheiro contra a entrada nos seus cofres de ouro ou de dólares americanos; a Reserva Federal americana só poderia emitir dólares contra reservas em ouro. As taxas de câmbio eram fixas e o preço do ouro era fixo em termos do dólar


Este sistema assegurava que, em última instância, o dinheiro que circulava nos diferentes países do mundo estava garantido em ouro - desde que os EUA respeitassem o seu compromisso de nunca emitir dólares para além das suas reservas em ouro. Porém, os EUA não respeitaram esse compromisso: financiaram a guerra do Vietname e uma boa parte da properidade dos anos 60 e 70 emitindo dólares para além das suas reservas de ouro. O caso foi descoberto em 1971. Foi, então, cortada a ligação entre o ouro e o dólar e as taxas de câmbio deixaram de ser fixas, passando a variar com as forças da oferta e da procura entre as diferentes moedas.


A partir de então, a emissão monetária em todos os países - excepto os EUA -, passou a assentar predominantemente no dólar e na confiança depositada na economia americana. Alguns bancos centrais venderam as suas reservas de ouro na totalidade, outros reduziram-nas drasticamente. O ouro perdera a sua função de reserva de valor. A reserva de qualquer banco central passou a ser predominantemente em dólares, porque esses dólares podiam comprar bens e serviços produzidos nos EUA. Pelo contrário, a reserva das emissões de dólares feitas pela a Reserva Federal americana era ar puro, para além de algumas toneladas de ouro trazidas do passado, mas já sem qualquer relação com a emissão monetária.


Para os americanos, passou então a ser crucial que o mundo mantivesse a confiança na sua economia, porque só assim os EUA poderiam manter a situação privilegiada de serem o banco central do mundo, emitindo dólares contra ar puro e adquirindo ao exterior bens e serviços com esse papel. A prosperidade, o poderio económico - e, bem assim, político e militar - e o aumento do nível de vida da América face ao resto do mundo não deveriam surpreender num arranjo assim.


Porém, para manter a confiança do resto do mundo na sua economia, a América tinha de aparentar bons indicadores económicos, e em particular um crescimento do PIB acima do par. E isso conseguia-se emitindo mais dólares - isto é, baixando as taxas de juro - e financiando défices orçamentais nunca antes vistos, exigidos pela guerra do Iraque, pelas reduções drásticas dos impostos e por outras políticas expansionistas de responsabilidade questionável.


Os dólares emitidos acabam, em grande parte, nos bancos, sob a forma de depósitos. Os bancos são instituições que visam o lucro e não podem ter dinheiro inactivo, para além daquele nível de reservas obrigatórias que é exigido por lei. O excesso é para emprestar, cobrando um juro superior ao que pagam sobre os depósitos. Por isso, quanto mais emissão monetária, mais empréstimos.


Pode parecer que o problema dos bancos seria agora o de arranjar clientes potenciais que queiram tomar dinheiro de empréstimo. Mas esse não é, na realidade, um problema muito grande: quem não quer comprar uma casa nova, fazer uma grande viagem de sonho ou adquirir o último modelo de automóvel aparecido no mercado? E quando se esgotarem os clientes que podem pagar os empréstimos, não resta aos bancos outra solução senão a de emprestarem àqueles cuja situação económica e financeira torna mais ou menos óbvio que nunca pagarão os empréstimos concedidos.


Quer uma casa e não tem dinheiro para a pagar, nem sequer rendimentos que façam presumir que a pode vir um dia a pagar?. Não faz mal, emprestamos na mesma. Até ao dia em que estes clientes de risco mais do que duvidoso não paguem mesmo os empréstimos que, desde o início, já se presumia que nunca iriam pagar.


É o que está agora a acontecer - a crise no chamado subprime mortgage market (mercado de empréstimos hipotecários de segunda linha) - com efeitos de arrastamento a todos os países do mundo. As Bolsas estão em queda acentuada, há quem já lhe chame pânico.


Mas é preciso reconhecer que este milagre de fornecer casas a quem não as pode pagar - bem como viagens, automóveis e cartões de crédito - não foi um milagre de Deus. Foi um milagre do Estado e dos políticos da democracia - americanos em primeiro lugar - que o mercado depois ampliou.

Publicada por Pedro Arroja em 21:15 Comment (1)| Trackback

CLARO QUE O BANCO DE PORTUGAL INTELIGENTE COMO É ANDA A VENDER OURO PARA SUBSTITUIR POR "DIVISAS" CUJO VALOR É DO MELHOR...

IRONIAS DA INDIGENAÇÃO

El censo de población de EE UU engorda con los latinos
Por primera vez en la historia, los blancos ya no son mayoría en uno de cada 10 condados

NA AMERICA LATINA OS GRINGOS NÃO SÃO BEM VINDOS E BEM VISTOS MAS EM CASA DELES...
A MESMA COISA SE PASSA POR CÁ.FOMOS CORRIDOS E ROUBADOS EM ÁFRICA , MAS AQUI TUDO O QUE CÁ CHEGUE , MESMO SEM SER CONVIDADO TEM DIREITOS SAGRADOS...

AS FRONTEIRAS E TORGA

"Abolição das fronteiras. Livre circulação de pessoas e bens. Ocupados sem resistência e sem dor. Anestesiados previamente pelos invasores e seus cúmplices, somos agora oficialmente europeus de primeira, espanhóis de segunda e portugueses de terceira", escreveu quase no remate do Diário que manteve durante seis décadas, a 2 de Janeiro de 1993.


O HOMEM PARECIA BRUXO

MAIS UMA INVASÃO MARROQUINA

Judiciária apreendeu na madrugada de ontem 2,4 toneladas de haxixe, numa operação desenvolvida na povoação de Monte Francisco, próximo da Ponte Internacional do Guadiana, concelho de Vila Real de Santo António.


A droga era transportada numa carrinha e teria como destino Espanha. Três indivíduos – um português, um marroquino e um espanhol – foram detidos.

MAIS UMA VEZ FOI APANHADA A DROGA MAS SE FOREM ARMAS E EXPLOSIVOS TAMBÉM ENTRAM À VONTADE.ESTA DROGA É IMPORTANTISSIMA PARA DAR EMPREGO AOS IMIGRANTES QUE NOS PROCURAM E QUE VIVEM DE MILAGRES...
ANDAMOS A GASTAR DINHEIRO COM MUÇULMANOS NA BÓSNIA, KOSOVO, LÍBANO, AFEGANISTÃO E ATÉ EM PARTE EM TIMOR E TEMOS AS NOSSAS FRONTEIRAS DESPROTEGIDAS E SEM UMA ESTRUTURA DEFENSIVA DIGNA DESSE NOME COMO ESTAS REPETIDAS ACÇÕES DOS MUÇULMANOS MARROQUINOS DEMONSTRAM.

Friday, August 10, 2007

CRISE NAS BOLSAS

FUNDOS A NÃO FAZEREM OS REEMBOLSOS, POUPANÇAS A ESFUMAREM-SE.PORQUÊ?
OS DEVEDORES NÃO PAGAM OS SEUS CRÉDITOS... PORQUÊ? ANOS E ANOS DE ESTAGNAÇÃO DE SALÁRIOS, QUANDO NÃO HOUVE RECUOS PORQUE A GLOBALIZAÇÃO É QUE É BOA E A IMIGRAÇÃO É MAIS BARATA... OS TEÓRICOS COMO O NOSSO COMISSÁRIO BEM DIZ QUE TEMOS QUE GANHAR MENOS PARA QUE OUTROS GANHEM MAIS.AINDA BEM QUE ESTAS COISAS MODERNAS TÃO RECENTEMENTE INVENTADAS SÃO BOAS PARA OS CAPITALISTAS... E PARA O SISTEMA FINANÇEIRO... VAMOS ENTÃO AO SOCIALISMO MUNDIAL!

PS
OS IMIGRANTES ANDAM A SER DISCRIMINADOS NO CRÉDITO!VÁ LÁ... UMA LEIZINHA QUE RESOLVA ISSO A FAVOR DOS DESFAVORECIDOS , FICANDO OS INCUMPRIMENTOS POR CONTA DOS MESMOS DE SEMPRE...

SANTARELLI