Sunday, November 14, 2010
A PALMA EUCOMÉNICA COM CRUZ MAS MUITO COMPREENSIVA...
Assim como não concordaria que um funcionário público não pudesse usar ao peito uma cruz, também não subscrevo um laicismo radical que impeça um muçulmano de usar os seus símbolos. Com essa orientação, as sociedades ocidentais apenas legitimam que, por exemplo, em certos países islâmicos, seja imposto às mulheres estrangeiras o uso do véu.
AS IRMÃS SABEM DO QUE FALAM.O GRANDE ARQUITECTO EXIGE OS TRÊS GRANDES LIVROS: A BÍBLIA, A TORA E O CORÃO.DAÍ SAI UM PENSAMENTO A RÉGUA E ESQUADRO.MAS INFELIZMENTE UNILATERAL COMO SEMPRE.ABAIXAM A CUECA PARA VER SE O "OUTRO" TAMBÉM ABAIXA...COISA QUE O PASSADO SEMPRE PROVOU SER ERRO FATAL.PROVA DE FRAQUEZA.CONVITE ÁS INVASÕES E SUBJUGAÇÕES.COM ESTES IRMÃOS E IRMÃS A ENCABEÇAR O ABRIR DAS PORTAS DA FORTALEZA.NO CASO PORTUGUÊS A MÉDIA TEM SIDO DE UMA MESQUITA POR ANO DESDE QUE OS "DEMOCRÁTICOS" TOMARAM CONTA DA COISA.SEMPRE COM MUITA LAICIDADE NA ONDA PARA FACILITAR A INVASÃO.QUE CONVÉM RECORDAR NAS VÉSPERAS DA FALÊNCIA É PAGA POR TODOS NÓS...É O FAMOSOS DOIS EM UM...
AGORA É SÓ FICAR Á ESPERA DAS HABITUAIS RETRIBUIÇÕES Á MADRID, Á LONDRES,Á NOVA YORK E A OUTRA MINUDÊNCIAS
MAS JÁ SABEM CÁ NÃO SE DEVE PROIBIR O "LENÇO" SENÃO "LEGITIMAM" A SUA IMPOSIÇÃO A MULHERES ESTRANGEIRAS NOS PAÍSES ISLÂMICOS.GRANDE DOUTORA!
Saturday, November 13, 2010
PELOS VISTOS POR CÁ SÓ HÁ AUTOESTRADAS A MAIS...
Los pisos embargados revolucionan el mercado
Hay entre 70.000 y 100.000 casas ejecutadas en venta rebajadas un 40%. Una cifra que podría triplicarse en 2011
QUERO VER DO QUE VÃO RECEBER AS EXTENSAS CORTES DAS CÂMARAS, AGORA QUE SE ACABOU O "BETÃO"
E AS REAVALIAÇÕES DAS FINANÇAS EFECTUADAS NO "PICO" DA ONDA ESPECULATIVA?ACHO BEM QUE ANDEM PARA TRÁS.VALE MAIS RECEBER POUCO DO QUE NADA...
Hay entre 70.000 y 100.000 casas ejecutadas en venta rebajadas un 40%. Una cifra que podría triplicarse en 2011
QUERO VER DO QUE VÃO RECEBER AS EXTENSAS CORTES DAS CÂMARAS, AGORA QUE SE ACABOU O "BETÃO"
E AS REAVALIAÇÕES DAS FINANÇAS EFECTUADAS NO "PICO" DA ONDA ESPECULATIVA?ACHO BEM QUE ANDEM PARA TRÁS.VALE MAIS RECEBER POUCO DO QUE NADA...
NA REN FOI ASSIM...COM OS TÉCNICOS A TEREM MAIS "CRIMES" DO QUE QUEM MANDOU...
Tribunal de Contas considera que desresponsabilização dos autarcas cria 'distorção perigosa e perversa'
Um exemplo (típico):
Um Projecto de Moradia Unifamiliar dá entrada na Câmara.
Esse Projecto está fora do (PDM) Plano Director Municipal ou em zona Ecológica.
Se o Projecto for aprovado o Presidente da Câmara recebe “umas massas”!
(Actualmente o DL 26/2010 de 30 de Março, que substitui a Lei 60/2007 de 4 de Setembro (sexta alteração ao Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro) imputa ao Presidente da Câmara (com perda de mandato) a RESPONSABILIDADE do licenciamento. Pode delegar num Vereador mas, a responsabilidade é sua.)
O Presidente da Câmara pressiona o Técnico – Arquitecto ou Engenheiro – para dar um parecer favorável.
O Técnico cede, com medo de represálias.
Em investigação posterior…o Técnico vai para a cadeia e Presidente da Câmara fica com as massas.
Grande jogada…
Um exemplo (típico):
Um Projecto de Moradia Unifamiliar dá entrada na Câmara.
Esse Projecto está fora do (PDM) Plano Director Municipal ou em zona Ecológica.
Se o Projecto for aprovado o Presidente da Câmara recebe “umas massas”!
(Actualmente o DL 26/2010 de 30 de Março, que substitui a Lei 60/2007 de 4 de Setembro (sexta alteração ao Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro) imputa ao Presidente da Câmara (com perda de mandato) a RESPONSABILIDADE do licenciamento. Pode delegar num Vereador mas, a responsabilidade é sua.)
O Presidente da Câmara pressiona o Técnico – Arquitecto ou Engenheiro – para dar um parecer favorável.
O Técnico cede, com medo de represálias.
Em investigação posterior…o Técnico vai para a cadeia e Presidente da Câmara fica com as massas.
Grande jogada…
PELOS VISTOS A MERDA É A MESMA...
Sete pontos de vantagem para o PSD sobre o PS
SÓ O CHEIRO A DISTINGUE
SÓ O CHEIRO A DISTINGUE
A CASA PIA AGORA DÁ ESTÁGIOS PARA FUTUROS PRESOS
Lisboa: Operação junto ao Colégio de Pina Manique, no Restelo
Rusga em escola da Casa Pia
A PSP realizou ontem de manhã uma operação de prevenção criminal nas imediações do Colégio de Pina Manique, no Restelo, Lisboa, o mesmo onde o jovem Eucride Varela foi morto à facada a 12 de Dezembro de 2008.
A operação visou combater o tráfico de droga e a vaga de roubos com faca ocorridos na zona. Há semanas que se somam as queixas de jovens, alunos do Colégio e da Escola Secundária Marquês de Pombal, vítimas de assaltos com ameaças de arma branca. Em simultâneo, a PSP investiga alguns focos de tráfico de droga nas imediações.
Assim, a 4ª Divisão da PSP de Lisboa reuniu informações, e ao princípio da manhã de ontem mobilizou vários agentes para a revista de suspeitos.
Dezenas de jovens, a maioria estudantes do Colégio de Pina Manique e da Escola Secundária Marquês de Pombal, foram alvo de busca individualizada. A operação decorreu nas ruas dos Jerónimos e Alexandre Sá Pinto.
"Procurava-se pessoas externas a ambos os estabelecimentos de ensino, suspeitos dos crimes", disse ao Correio da Manhã fonte policial.
BASTA LÁ IR ASSISTIR Á SAIDA DAS "AULAS" E ATÉ PENSAMOS QUE O D. MANUEL I MANDOU FAZER OS JERÓNIMOS EM ÁFRICA...
DEPOIS AQUELA RAPAZIADA TODA É A NATA DOS BONS ALUNOS QUE A ESCOLA INTEGRADORA DA LURDINHAS(QUE RECORDE-SE NÃO É SEF) ANDOU A PRODUZIR DE ACORDO COM A TEORIA ISCTE DO "BOM SELVAGEM" ALEGADAMENTE PARA NOS ENRIQUECER...
TEMOS QUE NESTA CIRCUNSTÂNCIA REALÇAR O VALOR DAS NOSSAS REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS EM ÁFRICA QUE TUDO TÊM FEITO PARA NOS ENCHER DESTA RIQUEZA E VÁ LÁ PARA "PAGAR" LOCALMENTE O QUE FOR NECESSÁRIO PARA "SALVAR O PLANETA"...MESMO QUE SEJA COM DINHEIRO "EMPRESTADO"!
Rusga em escola da Casa Pia
A PSP realizou ontem de manhã uma operação de prevenção criminal nas imediações do Colégio de Pina Manique, no Restelo, Lisboa, o mesmo onde o jovem Eucride Varela foi morto à facada a 12 de Dezembro de 2008.
A operação visou combater o tráfico de droga e a vaga de roubos com faca ocorridos na zona. Há semanas que se somam as queixas de jovens, alunos do Colégio e da Escola Secundária Marquês de Pombal, vítimas de assaltos com ameaças de arma branca. Em simultâneo, a PSP investiga alguns focos de tráfico de droga nas imediações.
Assim, a 4ª Divisão da PSP de Lisboa reuniu informações, e ao princípio da manhã de ontem mobilizou vários agentes para a revista de suspeitos.
Dezenas de jovens, a maioria estudantes do Colégio de Pina Manique e da Escola Secundária Marquês de Pombal, foram alvo de busca individualizada. A operação decorreu nas ruas dos Jerónimos e Alexandre Sá Pinto.
"Procurava-se pessoas externas a ambos os estabelecimentos de ensino, suspeitos dos crimes", disse ao Correio da Manhã fonte policial.
BASTA LÁ IR ASSISTIR Á SAIDA DAS "AULAS" E ATÉ PENSAMOS QUE O D. MANUEL I MANDOU FAZER OS JERÓNIMOS EM ÁFRICA...
DEPOIS AQUELA RAPAZIADA TODA É A NATA DOS BONS ALUNOS QUE A ESCOLA INTEGRADORA DA LURDINHAS(QUE RECORDE-SE NÃO É SEF) ANDOU A PRODUZIR DE ACORDO COM A TEORIA ISCTE DO "BOM SELVAGEM" ALEGADAMENTE PARA NOS ENRIQUECER...
TEMOS QUE NESTA CIRCUNSTÂNCIA REALÇAR O VALOR DAS NOSSAS REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS EM ÁFRICA QUE TUDO TÊM FEITO PARA NOS ENCHER DESTA RIQUEZA E VÁ LÁ PARA "PAGAR" LOCALMENTE O QUE FOR NECESSÁRIO PARA "SALVAR O PLANETA"...MESMO QUE SEJA COM DINHEIRO "EMPRESTADO"!
AGORA SÓ FALTAM OS CIGANOS ROMENOS E OS AFRICANOS...
GNR "libertou" assistente social sequestrada
00h44m
Nuno Silva
A GNR de Arcozelo (Gaia) teve de intervir, ontem à tarde, para socorrer uma assistente social que foi vítima de sequestro e ameaças por parte de uma mulher, por questões de atribuição de habitação social.
O alerta surgiu cerca das 16 horas. A mulher, de etnia cigana e com 33 anos, residente em Grijó (Gaia), entrou no gabinete da assistente social, instalado na urbanização Alberto Martins Andrade, mais conhecida por "bairro das Facas", em S. Félix da Marinha.
Com um tom agressivo e intimidatório, a mulher terá exigido a entrega de uma casa e perante a resposta da vítima de que tal decisão não estava nas suas mãos, fechou-se com ela no gabinete, impedindo-a de sair.
A dado momento, terá chegado a empurrar a assistente social contra a parede. Os elementos da GNR de Arcozelo foram ao bairro e acabaram por pôr cobro ao conflito, que se terá prolongado por pelo menos meia hora.
A agressora foi identificada e a força de segurança elaborou um auto de notícia, que será encaminhado para tribunal.
AFINAL TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS TÊM SEMPRE ESTES QUERIDOS NA BOCA.OFERECEM SEMPRE MAIS E RETIRAM-LHES SEMPRE MENOS.ATÉ TUDO ESTOIRAR COMO QUASE ESTÁ...
A RAPAZIADA ELEITA QUE SÓ POR SI "DERRUBA" O ERÁRIO PÚBLICO TEM A VISÃO DE QUE O "MUNDO É UM SÓ" E QUE "SOMOS TODOS FILHOS DO MESMO DEUS" PROMETE TUDO A TODOS.MAS COMO SÃO CADA VEZ MENOS OS QUE PRODUZEM ESTÃO COM PROBLEMAS DE TESOURARIA...DE QUE ALIÁS DE FORMA INTELIGENTE SE SOUBERAM FURTAR...COM O TAL AUMENTO DE 20% NAS VERBAS DE "REPRESENTAÇÃO"...MAS TEMOS QUE COMPREENDER QUE PARA SER UM BOM HUMANISTA O ELEITO TEM QUE SE SENTIR NA ABUNDÂNCIA...
00h44m
Nuno Silva
A GNR de Arcozelo (Gaia) teve de intervir, ontem à tarde, para socorrer uma assistente social que foi vítima de sequestro e ameaças por parte de uma mulher, por questões de atribuição de habitação social.
O alerta surgiu cerca das 16 horas. A mulher, de etnia cigana e com 33 anos, residente em Grijó (Gaia), entrou no gabinete da assistente social, instalado na urbanização Alberto Martins Andrade, mais conhecida por "bairro das Facas", em S. Félix da Marinha.
Com um tom agressivo e intimidatório, a mulher terá exigido a entrega de uma casa e perante a resposta da vítima de que tal decisão não estava nas suas mãos, fechou-se com ela no gabinete, impedindo-a de sair.
A dado momento, terá chegado a empurrar a assistente social contra a parede. Os elementos da GNR de Arcozelo foram ao bairro e acabaram por pôr cobro ao conflito, que se terá prolongado por pelo menos meia hora.
A agressora foi identificada e a força de segurança elaborou um auto de notícia, que será encaminhado para tribunal.
AFINAL TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS TÊM SEMPRE ESTES QUERIDOS NA BOCA.OFERECEM SEMPRE MAIS E RETIRAM-LHES SEMPRE MENOS.ATÉ TUDO ESTOIRAR COMO QUASE ESTÁ...
A RAPAZIADA ELEITA QUE SÓ POR SI "DERRUBA" O ERÁRIO PÚBLICO TEM A VISÃO DE QUE O "MUNDO É UM SÓ" E QUE "SOMOS TODOS FILHOS DO MESMO DEUS" PROMETE TUDO A TODOS.MAS COMO SÃO CADA VEZ MENOS OS QUE PRODUZEM ESTÃO COM PROBLEMAS DE TESOURARIA...DE QUE ALIÁS DE FORMA INTELIGENTE SE SOUBERAM FURTAR...COM O TAL AUMENTO DE 20% NAS VERBAS DE "REPRESENTAÇÃO"...MAS TEMOS QUE COMPREENDER QUE PARA SER UM BOM HUMANISTA O ELEITO TEM QUE SE SENTIR NA ABUNDÂNCIA...
Friday, November 12, 2010
O CARRILHO ATÉ FOI MUITO GASTADOR...
PLANO DE REFORMA DIPLOMÁTICA
Tendo o plano de reforma da diplomacia portuguesa, que oportunamente apresentei ao primeiro-ministro, sido hoje objecto de notícia (no Diário de Notícias), pareceu-me útil torná-lo público na íntegra, sem prejuízo da apresentação, em breve, de uma versão mais aprofundada e detalhada, na qual tenho vindo a trabalhar. É o que se segue. mmc
«Ex.mo Senhor Eng. José Sócrates
Primeiro-ministro do Governo Português
I.
Acompanhando com a maior atenção e preocupação a evolução da situação portuguesa em tudo o que diz respeito ao equilíbrio das finanças públicas, e ao esforço do Governo a que V.Exª preside no sentido de repor, e consolidar, esse equilíbrio, venho sugerir a consideração de um plano de reformas, e de racionalização de despesas, no sector em que tenho tido a honra de, nos últimos tempos, servir o país: a diplomacia portuguesa.
O plano, que assim venho colocar à consideração de V. Ex.ª, - e que, de resto, a meu ver, se integra na inspiração reformista do MNE, tal como foi assumida em 2005 -parece-me oportuno, justo e viável.
Oportuno, porque no momento em que as receitas orçamentais escasseiam, se impõem comportamentos e estratégias de acção política adaptadas a essa realidade, descobrindo soluções que salvaguardem o essencial, e se possível o reforcem, pois tal não é incompatível com um programa que corte com o acessório, o periférico e o transitório.
Justo, porque se esta preocupação é válida em todos os domínios da administração pública, não poderia deixar de o ser no âmbito da diplomacia, da política externa. A diplomacia portuguesa é sem dúvida um sector vital da administração do Estado português, que enfrenta, como todos os outros, dificuldades de vária ordem. Mas que também, como todos os outros, não deve ficar à margem do esforço nacional que - como tanto V.Exª como SEXA o Presidente da República têm sublinhado - tem que ser equitativamente distribuído por todos os portugueses, sem excepção.
Mas se a oportunidade e a justiça deste plano aparecem como imediatamente consensuais, já a sua viabilidade merece um atenção mais detalhada. São dois, aqui, os principais vectores a considerar: a reestruturação da rede diplomática em quantidade e qualidade, e uma nova perspectiva de afectação funcional dos seus agentes. Convém ter presente que estas reformas são hoje seriamente ponderadas em vários países, não só devido aos efeitos da crise, mas também em consequência das alterações que se deram no mundo das relações internacionais na convergência do processo de globalização com o da eclosão das novas tecnologias. Como há dias sublinhava um diplomata ao jornal Le Monde, as funções de um embaixador e de uma embaixada são hoje muito diferentes, quando se dispõe da Internet e os Chefes de Estado e de Governo falam entre si regularmente ao telefone. Também aqui, no campo da diplomacia, o mundo mudou, e são muitos os ajustes e as reformas que - tal como tem acontecido, por exemplo, na saúde ou na escola - se torna imperativo fazer.
II.
Nada ajuda mais a distinguir com clareza o essencial do acessório, do que os tempos difíceis. Por isso, quanto à reestruturação da rede diplomática, é preciso começar por sublinhar que o essencial é, sem qualquer dúvida, preservar e reforçar os interesses permanentes de Portugal; acessório será tudo o resto, desde que, directamente ou indirectamente, não comprometa aquele objectivo.
Ora, quais são os interesses permanentes de Portugal, enquanto Estado soberano e europeu, periférico mas consciente do seu potencial lusófono, de escassos recursos mas ambicioso de mais desenvolvimento? São precisamente aqueles que, por um lado, garantem a sua subsistência e o seu desenvolvimento, e, por outro lado, promovem a sua afirmação e a sua projecção. Esses objectivos são prosseguidos por variadíssimas formas e numa multiplicidade de níveis. No que toca ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tais propósitos focam-se em três áreas principais: a política strictu sensu, e a sua acção nos domínios económico e cultural.
Delimitados por estas três áreas de acção, é fácil concluir que os interesses permanentes de Portugal na esfera política, económica e cultural devem ser realizados através da nossa presença e acção em determinados locais, mais do que noutros. Idealmente, seria bom que a todos pudéssemos dedicar a atenção adequada. Mas se a boa estratégia aconselha sempre clareza nas escolhas, hoje, os escassos recursos financeiros impõem-nas imperativamente. E qualquer boa estratégia começa na coragem das prioridades que ela fixa.
É isso que, a meu ver, aconselha uma urgente e bem planeada reestruturação da rede diplomática, que se poderia desenvolver em torno de cinco eixos: - o encerramento de determinados postos, o reforço de outros, a adequação funcional de outros tantos, a partilha de competências com outros organismos do Estado actuantes no plano internacional e o recurso a figuras menos tradicionais de representação e promoção dos interesses nacionais no quadro externo.
Todos estes cinco eixos são importantes. O mais controverso será, certamente, o do encerramento de Embaixadas, que implicaria a cessação dos contratos de arrendamento de chancelarias e residências e a eventual venda (ou reafectação a outras funções) daquelas que sejam propriedade do Estado Português. Mas quando o Estado encerra por todo o país serviços de saúde, escolas ou repartições de finanças, poderá a diplomacia ficar fora deste esforço nacional?
A pergunta nuclear a que é preciso responder é, pois, esta: em que capitais pode Portugal encerrar as suas Embaixadas, sem que isso resulte num prejuízo político, económico ou de prestígio para o país? O assunto merece, naturalmente, uma análise ponderada e detalhada. E sobretudo, o eventual encerramento de embaixadas não deve nunca ser visto como uma simples medida economicista, num contexto de dificuldades orçamentais. Uma tal decisão deve apenas, e sempre sob o prisma dos interesses permanentes de Portugal, equacionar-se em resposta à questão nuclear de saber o que beneficia Portugal em ter Embaixada aberta em - por exemplo - Sarajevo, Zagreb, Nicósia, Bogotá, Liubliana, Talin, Adis Abeba, Riga, Vilnius, La Valetta, Lima, Nairobi, Dakar, Banguecoque, Tunis, Harare…Ou à questão de saber se um Embaixador não poderia assegurar a chefia de várias missões que ficam na mesma cidade ou no mesmo país, como hoje acontece em França, nos Estados Unidos, na Suíça ou na Bélgica.
É certo que esta pode ser uma aproximação maximalista, mas em quantos dos postos acima mencionados não poderia fazer-se uma gestão conjunta da mesma região? O Magrebe, por exemplo: não poderia uma só (ou duas) Embaixada(s) assegurar a representação no Cairo, em Tripoli, em Argel e em Tunis? Nos Balcãs poderia colocar-se igual questão: não seria possível defender os interesses de Portugal a partir de um só posto que cobrisse quatro capitais (Sófia, Zagreb, Sarajevo e Belgrado)? E será imprescindível ter representação diplomática material em Islamabade e em Banguecoque? E o mesmo raciocínio se poderá fazer para certas Embaixadas em África ou nas Américas.
O fundamental é defender sempre, e do melhor modo, os interesses permanentes do país. E a resposta certa, creio, é através da presença nos centros de decisão política com repercussão nos interesses portugueses e nos países com os quais temos uma ligação histórica mais íntima. E que, de alguma forma, podem actuar connosco de modo coordenado na esfera internacional, numa partilha de sinergias útil a todos. Através da presença nos mercados de origem (e trânsito) dos produtos energéticos e de matérias-primas identificadas para a alta tecnologia e as indústria de ponta, bem como naqueles de que dependemos para a obtenção de bens alimentares. Não esquecendo, naturalmente, os nossos mercados de exportação actual e potencial, apoiando a internacionalização de empresas portuguesas.
Por outro lado, o facto de deixarmos de dispor de Embaixada em determinados países, não significa que os nossos laços – nomeadamente económicos ou culturais – enfraqueçam ou cessem. Pelo contrário, sempre que necessário, as missões da AICEP ou do Instituto Camões deveriam assegurar essa ligação, que assim passaria a estar limitada ao âmbito que, em cada caso, verdadeiramente mais interessa.
III.
Quanto à nova perspectiva da reafectação funcional, ela deve ser pensada como complementar da reforma da rede diplomática. Quer isto dizer que o Estado poderá servir-se do conjunto de Embaixadores e de Ministros Plenipotenciários que anteriormente estavam acreditados num determinado Estado, para uma representação mais activa e focada numa determinada região e num determinado sector.
Países há - Israel, por exemplo - que utilizam “embaixadores itinerantes”, aos quais é atribuída uma dada região do mundo ou um conjunto mais ou menos alargado de países, onde desenvolvem a sua actividade diplomática, no domínio económico ou cultural, com claros benefícios para o seu país de origem. Esta itinerância dispensa instalações fixas e outras dispendiosas estruturas que uma Embaixada implica, e assegura que um determinado funcionário se dedique integralmente a uma missão, ou a um conjunto de missões, de uma forma mais eficaz.
Em síntese, o plano que apresento à sua consideração consiste no seguinte:
1) – na redução do número Embaixadas de Portugal no Mundo, sendo a nova Rede da Embaixadas definida em função dos principais objectivos estratégicos do País. Em muitos casos manter-se-ia, naturalmente, o que está, mas combinar-se-ia esse facto com a criação de Embaixadas de âmbito regional e com a figura de Embaixador itinerante, entre outro tipo de medidas. Creio ser possível, sem qualquer prejuízo da qualidade da representação de Portugal no mundo, reduzir em 1/5 o número das nossas Embaixadas.
2) – a assunção por um só Embaixador de algumas das várias missões que existem numa mesma capital ou num mesmo país, como acontece nos Estados Unidos (bilateral e ONU), em França ( bilateral, Ocde, Unesco e Conselho da Europa, três em Paris e uma em Estrasburgo), na Bélgica (bilateral, Nato e União Europeia) e na Suíça (bilateral e Nuoi). É um procedimento já usado por vários países, nomeadamente pelos países nórdicos. Isso permitiria eliminar vários postos de Embaixador, com todas as despesas (e são muitas: residência, pessoal, carro, etc.) que isso acarreta.
3) – a estas duas medidas parece-me imperativo acrescentar uma terceira: a definição de um mais justo e transparente escalonamento dos “abonos” dos diplomatas em serviço no estrangeiro, bem como a sua tributação. Sobre este último ponto, torna-se difícil compreender o regime de total isenção fiscal que (através da sua equiparação a ajudas de custo) abrange estes abonos, sobretudo numa época em que tantas e tão pesadas restrições recaem sobre o comum dos portugueses. Ao tributar estes abonos, contribuir-se-ia para uma maior equidade no esforço colectivo que é pedido aos portugueses, afastando a ideia que há corporações privilegiadas no seio da administração pública.
Espero, Senhor Primeiro-ministro, que estas sugestões - que nas minhas estimativas permitiriam ao Estado Português uma significativa redução de despesa, na ordem de muitos milhões de euros por ano - , possam contribuir para a uma eficaz e prestigiante reforma da rede diplomática portuguesa e para o sucesso dos esforços que o Governo está a fazer no sentido de repor o equilíbrio das finanças públicas.
Ao inteiro dispor, com a maior consideração,
Manuel Maria Carrilho
Embaixador, Chefe da Missão de Portugal junto da UNESCO
(POSTSCRIPTUM - A proposta indicada em 2) exigiria, naturalmente, que as “missões permanentes” em questão passassem a ser chefiadas pelo Embaixador bilateral, pelo que devem ter um nº 2 (“Delegado-adjunto”) da maior competência e capacidade. Tenho naturalmente consciência que a proposta que faço implicaria o termo das minhas funções como Embaixador de Portugal na UNESCO. Mas quando se pensa no bem comum, as situações individuais pouco interessam.
Foi também por isso que, tendo em conta as dificuldades que o país vive, e contrariando o que estava previsto, solicitei que o automóvel da Missão de Portugal junto da UNESCO, apesar dos seus esforçados oito anos, continuasse ao serviço, deixando-se a sua eventual substituição para melhores dias. E que, por outro lado, requeri autorização superior para, caso se mantenha a actual situação, proceder às diligências necessárias à troca do arrendamento (feito em 26.05.1993) da actual residência oficial por uma outra, que seja – como deve e pode ser - substancialmente mais barata, sem qualquer prejuízo da sua dignidade funcional.»)
É QUE AGORA TEMOS A DIPLOMACIA EUROPEIA OU NÃO TEMOS?DEPOIS A RAPAZIADA TEM QUE SE CONVENCER QUE O TEMPO DAS VACAS GORDAS JÁ FOI.SÃO UM RECTÂNGULOZINHO, NADA PRODUZEM PELO QUE SE DEVEM É DEDICAR AO PASTOREIO EM VEZ DE MANDAR O ZÉ POVINHO...
Tendo o plano de reforma da diplomacia portuguesa, que oportunamente apresentei ao primeiro-ministro, sido hoje objecto de notícia (no Diário de Notícias), pareceu-me útil torná-lo público na íntegra, sem prejuízo da apresentação, em breve, de uma versão mais aprofundada e detalhada, na qual tenho vindo a trabalhar. É o que se segue. mmc
«Ex.mo Senhor Eng. José Sócrates
Primeiro-ministro do Governo Português
I.
Acompanhando com a maior atenção e preocupação a evolução da situação portuguesa em tudo o que diz respeito ao equilíbrio das finanças públicas, e ao esforço do Governo a que V.Exª preside no sentido de repor, e consolidar, esse equilíbrio, venho sugerir a consideração de um plano de reformas, e de racionalização de despesas, no sector em que tenho tido a honra de, nos últimos tempos, servir o país: a diplomacia portuguesa.
O plano, que assim venho colocar à consideração de V. Ex.ª, - e que, de resto, a meu ver, se integra na inspiração reformista do MNE, tal como foi assumida em 2005 -parece-me oportuno, justo e viável.
Oportuno, porque no momento em que as receitas orçamentais escasseiam, se impõem comportamentos e estratégias de acção política adaptadas a essa realidade, descobrindo soluções que salvaguardem o essencial, e se possível o reforcem, pois tal não é incompatível com um programa que corte com o acessório, o periférico e o transitório.
Justo, porque se esta preocupação é válida em todos os domínios da administração pública, não poderia deixar de o ser no âmbito da diplomacia, da política externa. A diplomacia portuguesa é sem dúvida um sector vital da administração do Estado português, que enfrenta, como todos os outros, dificuldades de vária ordem. Mas que também, como todos os outros, não deve ficar à margem do esforço nacional que - como tanto V.Exª como SEXA o Presidente da República têm sublinhado - tem que ser equitativamente distribuído por todos os portugueses, sem excepção.
Mas se a oportunidade e a justiça deste plano aparecem como imediatamente consensuais, já a sua viabilidade merece um atenção mais detalhada. São dois, aqui, os principais vectores a considerar: a reestruturação da rede diplomática em quantidade e qualidade, e uma nova perspectiva de afectação funcional dos seus agentes. Convém ter presente que estas reformas são hoje seriamente ponderadas em vários países, não só devido aos efeitos da crise, mas também em consequência das alterações que se deram no mundo das relações internacionais na convergência do processo de globalização com o da eclosão das novas tecnologias. Como há dias sublinhava um diplomata ao jornal Le Monde, as funções de um embaixador e de uma embaixada são hoje muito diferentes, quando se dispõe da Internet e os Chefes de Estado e de Governo falam entre si regularmente ao telefone. Também aqui, no campo da diplomacia, o mundo mudou, e são muitos os ajustes e as reformas que - tal como tem acontecido, por exemplo, na saúde ou na escola - se torna imperativo fazer.
II.
Nada ajuda mais a distinguir com clareza o essencial do acessório, do que os tempos difíceis. Por isso, quanto à reestruturação da rede diplomática, é preciso começar por sublinhar que o essencial é, sem qualquer dúvida, preservar e reforçar os interesses permanentes de Portugal; acessório será tudo o resto, desde que, directamente ou indirectamente, não comprometa aquele objectivo.
Ora, quais são os interesses permanentes de Portugal, enquanto Estado soberano e europeu, periférico mas consciente do seu potencial lusófono, de escassos recursos mas ambicioso de mais desenvolvimento? São precisamente aqueles que, por um lado, garantem a sua subsistência e o seu desenvolvimento, e, por outro lado, promovem a sua afirmação e a sua projecção. Esses objectivos são prosseguidos por variadíssimas formas e numa multiplicidade de níveis. No que toca ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tais propósitos focam-se em três áreas principais: a política strictu sensu, e a sua acção nos domínios económico e cultural.
Delimitados por estas três áreas de acção, é fácil concluir que os interesses permanentes de Portugal na esfera política, económica e cultural devem ser realizados através da nossa presença e acção em determinados locais, mais do que noutros. Idealmente, seria bom que a todos pudéssemos dedicar a atenção adequada. Mas se a boa estratégia aconselha sempre clareza nas escolhas, hoje, os escassos recursos financeiros impõem-nas imperativamente. E qualquer boa estratégia começa na coragem das prioridades que ela fixa.
É isso que, a meu ver, aconselha uma urgente e bem planeada reestruturação da rede diplomática, que se poderia desenvolver em torno de cinco eixos: - o encerramento de determinados postos, o reforço de outros, a adequação funcional de outros tantos, a partilha de competências com outros organismos do Estado actuantes no plano internacional e o recurso a figuras menos tradicionais de representação e promoção dos interesses nacionais no quadro externo.
Todos estes cinco eixos são importantes. O mais controverso será, certamente, o do encerramento de Embaixadas, que implicaria a cessação dos contratos de arrendamento de chancelarias e residências e a eventual venda (ou reafectação a outras funções) daquelas que sejam propriedade do Estado Português. Mas quando o Estado encerra por todo o país serviços de saúde, escolas ou repartições de finanças, poderá a diplomacia ficar fora deste esforço nacional?
A pergunta nuclear a que é preciso responder é, pois, esta: em que capitais pode Portugal encerrar as suas Embaixadas, sem que isso resulte num prejuízo político, económico ou de prestígio para o país? O assunto merece, naturalmente, uma análise ponderada e detalhada. E sobretudo, o eventual encerramento de embaixadas não deve nunca ser visto como uma simples medida economicista, num contexto de dificuldades orçamentais. Uma tal decisão deve apenas, e sempre sob o prisma dos interesses permanentes de Portugal, equacionar-se em resposta à questão nuclear de saber o que beneficia Portugal em ter Embaixada aberta em - por exemplo - Sarajevo, Zagreb, Nicósia, Bogotá, Liubliana, Talin, Adis Abeba, Riga, Vilnius, La Valetta, Lima, Nairobi, Dakar, Banguecoque, Tunis, Harare…Ou à questão de saber se um Embaixador não poderia assegurar a chefia de várias missões que ficam na mesma cidade ou no mesmo país, como hoje acontece em França, nos Estados Unidos, na Suíça ou na Bélgica.
É certo que esta pode ser uma aproximação maximalista, mas em quantos dos postos acima mencionados não poderia fazer-se uma gestão conjunta da mesma região? O Magrebe, por exemplo: não poderia uma só (ou duas) Embaixada(s) assegurar a representação no Cairo, em Tripoli, em Argel e em Tunis? Nos Balcãs poderia colocar-se igual questão: não seria possível defender os interesses de Portugal a partir de um só posto que cobrisse quatro capitais (Sófia, Zagreb, Sarajevo e Belgrado)? E será imprescindível ter representação diplomática material em Islamabade e em Banguecoque? E o mesmo raciocínio se poderá fazer para certas Embaixadas em África ou nas Américas.
O fundamental é defender sempre, e do melhor modo, os interesses permanentes do país. E a resposta certa, creio, é através da presença nos centros de decisão política com repercussão nos interesses portugueses e nos países com os quais temos uma ligação histórica mais íntima. E que, de alguma forma, podem actuar connosco de modo coordenado na esfera internacional, numa partilha de sinergias útil a todos. Através da presença nos mercados de origem (e trânsito) dos produtos energéticos e de matérias-primas identificadas para a alta tecnologia e as indústria de ponta, bem como naqueles de que dependemos para a obtenção de bens alimentares. Não esquecendo, naturalmente, os nossos mercados de exportação actual e potencial, apoiando a internacionalização de empresas portuguesas.
Por outro lado, o facto de deixarmos de dispor de Embaixada em determinados países, não significa que os nossos laços – nomeadamente económicos ou culturais – enfraqueçam ou cessem. Pelo contrário, sempre que necessário, as missões da AICEP ou do Instituto Camões deveriam assegurar essa ligação, que assim passaria a estar limitada ao âmbito que, em cada caso, verdadeiramente mais interessa.
III.
Quanto à nova perspectiva da reafectação funcional, ela deve ser pensada como complementar da reforma da rede diplomática. Quer isto dizer que o Estado poderá servir-se do conjunto de Embaixadores e de Ministros Plenipotenciários que anteriormente estavam acreditados num determinado Estado, para uma representação mais activa e focada numa determinada região e num determinado sector.
Países há - Israel, por exemplo - que utilizam “embaixadores itinerantes”, aos quais é atribuída uma dada região do mundo ou um conjunto mais ou menos alargado de países, onde desenvolvem a sua actividade diplomática, no domínio económico ou cultural, com claros benefícios para o seu país de origem. Esta itinerância dispensa instalações fixas e outras dispendiosas estruturas que uma Embaixada implica, e assegura que um determinado funcionário se dedique integralmente a uma missão, ou a um conjunto de missões, de uma forma mais eficaz.
Em síntese, o plano que apresento à sua consideração consiste no seguinte:
1) – na redução do número Embaixadas de Portugal no Mundo, sendo a nova Rede da Embaixadas definida em função dos principais objectivos estratégicos do País. Em muitos casos manter-se-ia, naturalmente, o que está, mas combinar-se-ia esse facto com a criação de Embaixadas de âmbito regional e com a figura de Embaixador itinerante, entre outro tipo de medidas. Creio ser possível, sem qualquer prejuízo da qualidade da representação de Portugal no mundo, reduzir em 1/5 o número das nossas Embaixadas.
2) – a assunção por um só Embaixador de algumas das várias missões que existem numa mesma capital ou num mesmo país, como acontece nos Estados Unidos (bilateral e ONU), em França ( bilateral, Ocde, Unesco e Conselho da Europa, três em Paris e uma em Estrasburgo), na Bélgica (bilateral, Nato e União Europeia) e na Suíça (bilateral e Nuoi). É um procedimento já usado por vários países, nomeadamente pelos países nórdicos. Isso permitiria eliminar vários postos de Embaixador, com todas as despesas (e são muitas: residência, pessoal, carro, etc.) que isso acarreta.
3) – a estas duas medidas parece-me imperativo acrescentar uma terceira: a definição de um mais justo e transparente escalonamento dos “abonos” dos diplomatas em serviço no estrangeiro, bem como a sua tributação. Sobre este último ponto, torna-se difícil compreender o regime de total isenção fiscal que (através da sua equiparação a ajudas de custo) abrange estes abonos, sobretudo numa época em que tantas e tão pesadas restrições recaem sobre o comum dos portugueses. Ao tributar estes abonos, contribuir-se-ia para uma maior equidade no esforço colectivo que é pedido aos portugueses, afastando a ideia que há corporações privilegiadas no seio da administração pública.
Espero, Senhor Primeiro-ministro, que estas sugestões - que nas minhas estimativas permitiriam ao Estado Português uma significativa redução de despesa, na ordem de muitos milhões de euros por ano - , possam contribuir para a uma eficaz e prestigiante reforma da rede diplomática portuguesa e para o sucesso dos esforços que o Governo está a fazer no sentido de repor o equilíbrio das finanças públicas.
Ao inteiro dispor, com a maior consideração,
Manuel Maria Carrilho
Embaixador, Chefe da Missão de Portugal junto da UNESCO
(POSTSCRIPTUM - A proposta indicada em 2) exigiria, naturalmente, que as “missões permanentes” em questão passassem a ser chefiadas pelo Embaixador bilateral, pelo que devem ter um nº 2 (“Delegado-adjunto”) da maior competência e capacidade. Tenho naturalmente consciência que a proposta que faço implicaria o termo das minhas funções como Embaixador de Portugal na UNESCO. Mas quando se pensa no bem comum, as situações individuais pouco interessam.
Foi também por isso que, tendo em conta as dificuldades que o país vive, e contrariando o que estava previsto, solicitei que o automóvel da Missão de Portugal junto da UNESCO, apesar dos seus esforçados oito anos, continuasse ao serviço, deixando-se a sua eventual substituição para melhores dias. E que, por outro lado, requeri autorização superior para, caso se mantenha a actual situação, proceder às diligências necessárias à troca do arrendamento (feito em 26.05.1993) da actual residência oficial por uma outra, que seja – como deve e pode ser - substancialmente mais barata, sem qualquer prejuízo da sua dignidade funcional.»)
É QUE AGORA TEMOS A DIPLOMACIA EUROPEIA OU NÃO TEMOS?DEPOIS A RAPAZIADA TEM QUE SE CONVENCER QUE O TEMPO DAS VACAS GORDAS JÁ FOI.SÃO UM RECTÂNGULOZINHO, NADA PRODUZEM PELO QUE SE DEVEM É DEDICAR AO PASTOREIO EM VEZ DE MANDAR O ZÉ POVINHO...
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