Segunda-feira, Julho 9
"Partidarização da Administração pública"
Na fácil crítica corrente da "partidarização da Administração pública", em que a oposição tem insistido ultimamente, há muito de hipocrisia e de propositada confusão.
Primeiro, farisaísmo --, pois os partidos da oposição fazem o mesmo de que acusam o Governo, nos sítios onde detêm o poder de governar (Madeira e município de Lisboa, por exemplo). Segundo, confusão --, na medida em que se confunde deliberadamente o preenchimento de cargos directivos, em regra de livre nomeação, e o recrutamento para os serviços da Administração pública, que se deve pautar constitucionalmente por critérios de imparcialidade e igualdade.
Ora, no que respeita aos primeiros (normalmente ocupados em regime de requisição temporária), é perfeitamente lícito e natural que o factor da confiança política entre nos critérios de escolha, desde logo porque se trata de cargos de que depende a boa execução das políticas governamentais (desde o presidente de um instituto público a um director regional). Isto vale para todos os governos e para todas as instâncias de poder.
O que importa é delimitar cuidadosamente as duas esferas e impedir a partidarização dos serviços administrativos. Mas a condenação demagógica da liberdade de escolha dos cargos directivos não ajuda a salvaguardar a isenção partidária da Administração propriamente dita.
E NAS FORÇAS ARMADAS? E NOS JUIZES? E NA PJ? E NOS RESTANTES "TÉCNICOS"?
QUE TAL O TAL PAPELINHO QUE TODOS DEVERIAM ASSINAR E RESPEITAR, SOB PENA DE EXPULSÃO, QUE GARANTISSE MELHOR O APARTIDARISMO E PORTANTO O MELHOR FUNCIONAMENTO DO ESTADO?
Monday, July 9, 2007
QUEM SE METE COM O PS LEVA?
InApto 09/07: Este blog foi processado!
Category: Geral Posted by: InApto
O governo “socialista” de Sócrates tem-se empenhado com algum êxito em liquidar as liberdades individuas, cívicas e de opinião dos cidadãos que vergonhosamente assistem a este dilate.
Medidas aparentemente avulsas vão contaminando o que vulgarmente designamos por democracia: a revisão do código dos jornalistas que obriga estes a delatar as fontes deixando uma grande margem de manobra ao poder judicial para decidir o que é de importante e o que não é, os acontecimentos repetidos sistematicamente na DREN, os processos do governo e do cidadão Sócrates às gentes de Guimarães que ousaram afrontá-lo, o mediático caso do blog “Do Portugal Profundo”, a demissão compulsiva do director clínico de uma unidade de saúde, etc, etc…
Sócrates mostra a face hedionda, que já julgávamos enterrada com a revolução de Abril, da ditadura mais abjecta.
Enquanto jornalista, assinei alguns artigos sobre aquilo que considerei e continuo a considerar um péssimo serviço prestado às gentes de Viseu pela actual directora do Museu Grão Vasco que em lugar de mostrar com o seu trabalho que estávamos enganados, preferiu recorrer aos tribunais, numa atitude óbvia de intolerância.
Já o afirmei e repito: não temo o tribunal. Temo a falta de isenção da justiça, claramente servil ao poder político e ao ditador Sócrates.
É perturbador pensar que num país supostamente livre, os cidadãos não possam usar do seu direito à opinião.
Fui, por causa desses artigos que assinei e aos quais não retiro uma vírgula, notificado para comparecer na Polícia Judiciária e interrogado sobre o que escrevi. – Acrescento que me recusei a prestar declarações –
Após duas citações e duas comparências e quando julguei que o MP já tinha matéria suficiente para me queimar num auto de fé, eis que recebo uma terceira notificação para esclarecer – pasme-se! – sobre quem havia comentado neste blog e sobre alguns textos que aqui publiquei. (Ao tempo o blog tinha os comentários abertos. Refiro ainda que curiosamente todos esses comentários e textos desapareceram dos arquivos e que não fui eu a fazê-lo)
As razões da nomeação desta figura patética estão ainda por esclarecer; é suposto que quem está à frente de um museu seja alguém com um nível cultural elevado e um profundo conhecedor/a de museologia, o que não é obviamente o caso.
O MP insatisfeito com o trabalho da PJ e certamente pressionado pelos poderes que se movem na sombra resolveu que eu saberia os nomes dos autores de comentários nada favoráveis à Dr.ª Ana Paula Abrantes e que teria por consequência de os revelar; não sei os nomes e se soubesse também não os diria, ainda que isso acarretasse pena de prisão efectiva.
Os tiques ditatoriais do cidadão Sócrates e do séquito que o rodeia tentam através da intimidação silenciar a revolta latente na sociedade portuguesa –, indignada com o baixíssimo nível de vida a que este desgoverno nos conduziu, desiludida com o aumento do desemprego, irritada com a falta de uma política verdadeiramente educativa, e furiosa com a ausência de justiça que só parece funcionar para quem tem as contas bancárias recheadas à custa do erário público e o ainda mal esclarecido caso do certificado de habilitações do primeiro-ministro –, através de métodos usados por sistemas autoritários.
Pois saiba o cidadão Sócrates – por enquanto primeiro-ministro – e todos/as os/as apaniguados/as que pelo menos alguns portugueses saberão responder-lhe à letra e que não o temem. Nem a si nem à gentalha que o acompanha e que recebe nomeações em troca de favores.
Não consigo vislumbrar o porquê da perseguição a este espaço onde tem imperado a liberdade de opinião. Mas deixe-me dizer-lhe senhor primeiro-ministro: não o temo, tal como não temo os processos que me foram movidos por mais uma das suas nomeações duvidosas.
Os artigos da polémica podem ser lidos nos arquivos – no jornal – www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=104&id=4140&idSeccao=877&Action=noticia, www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=99&id=3765&idSeccao=832&Action=noticia, www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=98&id=3708&idSeccao=822&Action=noticia
Nota: este blog está sob investigação do MP.
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O governo “socialista” de Sócrates tem-se empenhado com algum êxito em liquidar as liberdades individuas, cívicas e de opinião dos cidadãos que vergonhosamente assistem a este dilate.
Medidas aparentemente avulsas vão contaminando o que vulgarmente designamos por democracia: a revisão do código dos jornalistas que obriga estes a delatar as fontes deixando uma grande margem de manobra ao poder judicial para decidir o que é de importante e o que não é, os acontecimentos repetidos sistematicamente na DREN, os processos do governo e do cidadão Sócrates às gentes de Guimarães que ousaram afrontá-lo, o mediático caso do blog “Do Portugal Profundo”, a demissão compulsiva do director clínico de uma unidade de saúde, etc, etc…
Sócrates mostra a face hedionda, que já julgávamos enterrada com a revolução de Abril, da ditadura mais abjecta.
Enquanto jornalista, assinei alguns artigos sobre aquilo que considerei e continuo a considerar um péssimo serviço prestado às gentes de Viseu pela actual directora do Museu Grão Vasco que em lugar de mostrar com o seu trabalho que estávamos enganados, preferiu recorrer aos tribunais, numa atitude óbvia de intolerância.
Já o afirmei e repito: não temo o tribunal. Temo a falta de isenção da justiça, claramente servil ao poder político e ao ditador Sócrates.
É perturbador pensar que num país supostamente livre, os cidadãos não possam usar do seu direito à opinião.
Fui, por causa desses artigos que assinei e aos quais não retiro uma vírgula, notificado para comparecer na Polícia Judiciária e interrogado sobre o que escrevi. – Acrescento que me recusei a prestar declarações –
Após duas citações e duas comparências e quando julguei que o MP já tinha matéria suficiente para me queimar num auto de fé, eis que recebo uma terceira notificação para esclarecer – pasme-se! – sobre quem havia comentado neste blog e sobre alguns textos que aqui publiquei. (Ao tempo o blog tinha os comentários abertos. Refiro ainda que curiosamente todos esses comentários e textos desapareceram dos arquivos e que não fui eu a fazê-lo)
As razões da nomeação desta figura patética estão ainda por esclarecer; é suposto que quem está à frente de um museu seja alguém com um nível cultural elevado e um profundo conhecedor/a de museologia, o que não é obviamente o caso.
O MP insatisfeito com o trabalho da PJ e certamente pressionado pelos poderes que se movem na sombra resolveu que eu saberia os nomes dos autores de comentários nada favoráveis à Dr.ª Ana Paula Abrantes e que teria por consequência de os revelar; não sei os nomes e se soubesse também não os diria, ainda que isso acarretasse pena de prisão efectiva.
Os tiques ditatoriais do cidadão Sócrates e do séquito que o rodeia tentam através da intimidação silenciar a revolta latente na sociedade portuguesa –, indignada com o baixíssimo nível de vida a que este desgoverno nos conduziu, desiludida com o aumento do desemprego, irritada com a falta de uma política verdadeiramente educativa, e furiosa com a ausência de justiça que só parece funcionar para quem tem as contas bancárias recheadas à custa do erário público e o ainda mal esclarecido caso do certificado de habilitações do primeiro-ministro –, através de métodos usados por sistemas autoritários.
Pois saiba o cidadão Sócrates – por enquanto primeiro-ministro – e todos/as os/as apaniguados/as que pelo menos alguns portugueses saberão responder-lhe à letra e que não o temem. Nem a si nem à gentalha que o acompanha e que recebe nomeações em troca de favores.
Não consigo vislumbrar o porquê da perseguição a este espaço onde tem imperado a liberdade de opinião. Mas deixe-me dizer-lhe senhor primeiro-ministro: não o temo, tal como não temo os processos que me foram movidos por mais uma das suas nomeações duvidosas.
Os artigos da polémica podem ser lidos nos arquivos – no jornal – www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=104&id=4140&idSeccao=877&Action=noticia, www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=99&id=3765&idSeccao=832&Action=noticia, www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=98&id=3708&idSeccao=822&Action=noticia
Nota: este blog está sob investigação do MP.
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MAS NO MAI NÃO EXISTE UM QUE DIZ QUE O MELHOR É DEIXÁ-LOS IR?
Um indivíduo, de 25 anos, foi condenado a quatro anos de prisão efectiva por conduzir sem carta. O jovem, que já tinha cadastro pelo mesmo crime, sofreu um acidente de viação, do qual resultaram duas vítimas mortais. Os juízes do Supremo Tribunal de Justiça entendem que uma pessoa que conduz sem carta de condução e que provoca a morte de outras duas deve cumprir uma pena de cadeia efectiva, não devendo a mesma ser suspensa.
PELOS VISTOS O AGORA DETIDO ESTAVA ACOSTUMADO A ISSO...
PELOS VISTOS O AGORA DETIDO ESTAVA ACOSTUMADO A ISSO...
O BEIRÃO LÁ SABIA...
"Este almoço foi todavia, para minha inteira surpresa e, devo dizer, não menor perplexidade, precedido de vários recados, de proveniência muito diversa mas de conteúdo sempre idêntico - O Salgado quer ser vereador. A minha perplexidade decorria de eu saber que Manuel Salgado tinha muitos projectos em curso na cidade de Lisboa, o que configurava uma situação de óbvio, e perturbante, conflito de interesses. Foi isto, de resto, depois de ele me confirmar o seu desejo de integrar a minha equipa, que eu lhe disse com toda a frontalidade. Ele reconheceu que havia dificuldades, mas que juridicamente havia soluções, que se podia pensar num blind trustee para dirigir o seu atelier. Tudo me pareceu pouco claro, pelo que ficámos de pensar melhor no assunto - mas eu fiquei muito preocupado, não só juridicamente mas também eticamente, com os contornos desta inesperada situação."
in Manuel Maria Carrilho, SOB O SIGNO DA VERDADE, D. Quixote, página 53.
Publicada por João Gonçalves em 9.7.07 1 comentários
Etiquetas: António Costa, Expo98 - Manuel Salgado - Tribunal de Contas" e "Centro Cultural de Belém - Manuel Salgado - Tribunal de Contas, Manuel Maria Carrilho
in Manuel Maria Carrilho, SOB O SIGNO DA VERDADE, D. Quixote, página 53.
Publicada por João Gonçalves em 9.7.07 1 comentários
Etiquetas: António Costa, Expo98 - Manuel Salgado - Tribunal de Contas" e "Centro Cultural de Belém - Manuel Salgado - Tribunal de Contas, Manuel Maria Carrilho
O AMBIENTE EM PORTUGAL
Na minha juventude Beirã, antes do 25/4,não havia água canalizada para casa e não havia esgotos.Era, conforme verifiquei logo a seguir ao 25/4, uma das chagas do "fassismo".
Naquele tempo , no verão, os barbos e enguias , no intervalo dos mergulhos no rio, não tinham descanso embora por vezes tivessem a sua vingançazinha como a perda do meu primeiro anel de ouro algures num dos buracos onde se refugiavam os peixes.
Agora , em regime democrático, tudo é diferente.A água com lixívia já vai a todas as casas, a merda fermentada, já não vai para as terras, abandonadas na sua maior parte, mas para os canos de esgoto, que claro vão dar a uns tanques que vão cloacar directamente e sem tratamento ao rio.
O rio esse morreu, escuro , cheio de merda sem vida nenhuma e se nada fizerem também os que beberem a água da barragem da Aguieira hão-de morrer mais cedo...um dia...
Vim enjoado e não só das rotundas...
Naquele tempo , no verão, os barbos e enguias , no intervalo dos mergulhos no rio, não tinham descanso embora por vezes tivessem a sua vingançazinha como a perda do meu primeiro anel de ouro algures num dos buracos onde se refugiavam os peixes.
Agora , em regime democrático, tudo é diferente.A água com lixívia já vai a todas as casas, a merda fermentada, já não vai para as terras, abandonadas na sua maior parte, mas para os canos de esgoto, que claro vão dar a uns tanques que vão cloacar directamente e sem tratamento ao rio.
O rio esse morreu, escuro , cheio de merda sem vida nenhuma e se nada fizerem também os que beberem a água da barragem da Aguieira hão-de morrer mais cedo...um dia...
Vim enjoado e não só das rotundas...
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