Friday, March 22, 2019

ORA ORA ANDAM NA IMPORTAÇÃO DE SUBVERSÃO CONTRA O REGIME "INTERPRETADOR" DA VONTADE POPULAR...

"Na Suíça a oposição é o povo. Com 50 mil assinaturas qualquer um faz um referendo"


Esse acordo iria depois a referendo?
É quase inevitável. Diz-se muitas vezes que na Suíça não há oposição, a oposição é o povo. Com 50 mil assinaturas qualquer um pode fazer um referendo. E com cem mil pode fazer uma iniciativa e no final é o povo quem decide.

Essa tradição de referendos surpreende sempre, sobretudo quando o resultado é menos óbvio. Lembro-me de um em que decidiram que não queriam mais dias de férias...
Sim, os suíços acham que já têm férias suficientes. E pensam um bocado à frente. Se tivermos mais férias, produzimos menos, logo ganhamos menos. Pensam nas consequências.

Voltando só um pouco atrás, a Suíça é conhecida pela tradição de neutralidade. Hoje isso é mais importante que nunca?
É um legado da Suíça e está tão enraizada que é importante. Mas a neutralidade é um instrumento da nossa política externa. Não é o objetivo. Não diria que a neutralidade ajuda a resolver os problemas. Além do mais nós não deixamos de ter opinião. Podemos dizer que uma coisa é boa ou má.

Voltando aos referendos. Diria que essa democracia direta é a melhor forma de democracia?
Hoje em dia os políticos esquecem-se de escutar o que o povo quer. Ficam dentro de um castelo de vidro e não veem como a sociedade se desenvolve, como muda. Na Suíça temos um parlamento que não é profissional. Cada deputado tem uma outra atividade profissional. Desta forma, eles estão muito mais próximos da sociedade. Sabem o que as pessoas pensam. Por isso, quando se faz de repente um referendo noutro país, sim, até pode cair um governo. Essa tradição do referendo é muito boa. Mas é complicada. Não é sempre fácil. Quando se vai ouvir a população tem de se explicar o que é positivo, o que é negativo. Posso dizer-lhe que no início da minha carreira, em 1986, fiquei chocado quando votámos pela primeira vez para a adesão às Nações Unidas. A Suíça é o único país onde o povo votou se deviam entrar ou não na ONU. Na altura todos os partidos, toda a elite política pensava que ia passar sem problema. Mas acho que foram 76% da população a dizer Não. Naquela época disseram não porque havia aqueles dois grandes blocos, Leste-Oeste, e eles pensaram: o que é que a nossa pequena Suíça vai fazer numa instituição onde está tudo bloqueado. Só em 2001, numa segunda tentativa, o povo disse sim à entrada na ONU. A democracia tem de se aprender. E um referendo não é a maneira mais fácil de administrar um país. É demorado. Mas a partir do momento em que uma lei passou na votação do povo, aí já não há mais discussão.

OLHA SE O ZÉ POVINHO CONSULTADO DISSESSE QUE NÃO QUERIA NEM MAIS UM PRETINHO...

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