"Muitos dos que acusaram o bispo Azevedo na nunciatura e no episcopado eram também homossexuais"
Frédéric Martel, autor da investigação sobre a homofobia e a homossexualidade na Igreja católica, veio a Lisboa promover o seu livro No Armário do Vaticano e revela que uma das suas principais fontes é um padre português gay.
28 Fevereiro 2019 — 14:04
LIVRO
O livro que revela os segredos no Armário do Vaticano
VATICANO
"Vaticano tem uma das maiores comunidades homossexuais do mundo"
Estava a entrevista a começar e Frédéric Martel não parava de consultar o telemóvel. Sorri e não é capaz de ficar em silêncio: "O livro já está na lista dos best-seller do The New York Times. É a primeira vez na minha vida que estou nos top's dos Estados Unidos." Um sucesso que acontece em todos os 20 países onde No Armário do Vaticano está a ser publicado desde o dia 21, um lançamento que coincidiu com a reunião de cardeais convocada pelo Papa Francisco para debater o abuso sexual de menores no seio da Igreja Católica.
Martel faz uma visita relâmpago a Lisboa para promover o seu livro, mas não é apenas por essa razão que o jornalista francês visita Portugal, como explica: "Tenho muitas fontes portuguesas." Daí que a 'presença' portuguesa nos escândalos sobre a homofobia e a homossexualidade no Vaticano seja bem maior do que vem referido explicitamente no livro: "Não posso denunciar essas fontes e foi preciso guardar segredo dos seus nomes." Mas, alerta, "os depoimentos dos portugueses estão todos no livro, basta estar atento". Quantos? Frédéric Martel não hesita: "Uma dezena!"
O autor de No Armário do Vaticano, um livro que em vários países foi intitulado apenas Sodoma, vem preparado para oferecer detalhes nacionais. Vai até à página 631 e mostra o relato do padre José Maria Pacheco, jornalista lusófono da Rádio Vaticano. Quanto aos restantes portugueses, além de Carlos Azevedo, o autor revela: "Como há muitos padres portugueses no livro, em não podia deixar de vir a Portugal também".
Qual é a importância do caso português em No Armário do Vaticano?
Tenho muitos informadores entre os 27 padres gays que vivem no Vaticano e entre eles um português. Ou seja, uma das minhas fontes principais para esta investigação é portuguesa. No entanto, entre as fontes importantes são várias as que estão em Lisboa e por isso vim à cidade duas vezes durante a investigação.
Só refere de forma abrangente o caso do bispo Carlos Azevedo. Porquê?
Ele está no Vaticano atualmente e encontrei-me várias vezes com ele. É um bispo acusado de uma forma muito pouco clara por alguma coisa que também não é muito clara. Eu não faço juízos sobre caso, mas sou crítico do facto de não ter existido um processo ou uma condenação e, apesar de tudo, Azevedo ter sido uma vítima, marginalizado da Igreja portuguesa e enviado para Roma sem um processo ou uma decisão. Só se pode ser culpado se houver julgamento.
AGORA SÓ PRECISAM QUE O MAMADOU BA NOMEIE UNS SENEGALESES ENTRONCADOS COMO SACRISTÃES...
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