"Para acabar com os estereótipos sobre as mulheres negras"
Instituto da Mulher Negra em Portugal é apresentado este sábado, em Lisboa. No INMUNE, mulheres, negras, feministas interseccionais querem questionar o instituído pela sociedade, a narrativa única, contrariar o poder, acabar com estereótipos. De todo o tipo.
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos", lê-se no artigo 1.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pelas Nações Unidas, a 10 de dezembro de 1948. "Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação", lê-se no artigo 2.º da mesma declaração, que ao todo tem três dezenas de artigos.
70 anos passados sobre a adoção deste importante documento, comprova-se que, a cada minuto, a cada hora e a cada dia que passa, em várias partes do mundo, nos mais variados tipos de situações, o que nele consta não é respeitado. Comprova-se que este é um dos muitos exemplos de disposições, declarações, tratados, leis, diretivas, protocolos que parecem estar muito à frente do seu tempo por não serem acompanhados pela realidade.
"Se olharmos para países como Portugal, Espanha, Itália, quantas mulheres são assassinadas por violência doméstica? Há um nível de emancipação a nível da legislação que não acompanha a realidade. E isto significa algo. Que nada está garantido", diz ao DN Joacine Katar Moreira, académica e ativista negra, presidenta do Instituto da Mulher Negra em Portugal (INMUNE). Porque nada está garantido, ela e mais de três dezenas de mulheres negras decidiram criar este instituto, que é oficialmente apresentado este sábado, às 17.00, na Cordoaria Nacional, em Lisboa.
Joacine, Alessandra e Alexandra junto do mural que o artista português Vhils fez a meias com o norte-americano Shepard Fairey na Graça em Lisboa. É o rosto de uma mulher muçulmana, metade esculpido, metade pintado, obra que os autores dedicaram a todas as mulheres do mundo, independentemente da zona que são ou da religião a que pertencem© Jorge Firmino - Global Imagens
"O INMUNE nasce para acabar com os estereótipos sobre as mulheres negras. O nosso objetivo é que isto seja usado em benefício das mulheres negras em Portugal. E isso significa, basicamente, beneficiar as famílias, os filhos, as filhas, significa envolver os homens. É acabar com a invisibilidade e o silenciamento que as mulheres negras habitualmente têm. Nós somos as herdeiras de uma história imensa que foi uma história de violência e de exploração: com a Escravatura, com o colonialismo, enquanto mulheres imigrantes e, hoje em dia, enquanto descendentes continuamos a ser olhadas como pessoas estrangeiras", constata a presidenta do INMUNE, de 36 anos, que tem nacionalidade guineense e portuguesa.
Esclarece, de imediato, que este não é um instituto só de mulheres africanas. Mas sim de mulheres negras. "Vamos ter mulheres negras, africanas, afrodescendentes, imigrantes, podem ser de África, da Europa, da América, da Ásia... Desde que estejam em Portugal. Também podem ser mulheres mães ou cuidadoras de crianças negras. As quotas são de 12 euros ao ano. Mas mulheres desempregadas, com dois filhos, em situação de monoparentalidade não têm que pagar. Teremos associados efetivos, honorários, independentemente de serem mulheres, homens, negros ou não, podem ser associados INMUNE. Podem participar nas nossas iniciativas mas não ocupar os órgãos sociais dos departamentos", explica Joacine, ladeada por Alessandra Brito e Alexandra Santos à mesa de um café da zona da Graça em Lisboa.
Os departamentos são oito e vão desde a área da solidariedade e entreajuda, à cultura, artes e espetáculos, passando pela infância e juventude e ainda género, feminismos e questões LGBTQI+. Alessandra Brito e Alexandra Santos são duas das responsáveis por este último departamento. "Isto não é uma união de mulheres negras que desejam visibilidade. É uma união de mulheres negras com habilitações, formação, estrutura, com uma ótica nas diferentes áreas e que com essas ferramentas têm como objetivo um investimento alto na elaboração de conteúdos e na intervenção social", sublinha Joacine, doutorada em Estudos Africanos e investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE.
LÁ NA SUA QUERIDA ÁFRICA QUE PELOS VISTOS AGORA SÓ ASPIRA A MUDAR-SE PARA A EUROPA OS BRANCOS TAMBÉM FORAM CONSIDERADOS AFRICANOS TOPAM?CORRIDOS E SEM BENS E AINDA MAL AGRADECIDOS...
DEPOIS DIGAM QUE NÃO ANDAM A IMPORTAR A GUERRILHA E SUBSIDIADA PELO ESTADO POR DISCRIMINAÇÃO POSITIVA...
PS
E NÃO TÊM VERGONHA DE INVOCAREM OS "DIREITOS HUMANOS" QUE DIGA-SE NINGUÉM POR CÁ VOTOU, QUE NÃO SERVIRAM PARA SAFAR O BRANCO EM ÁFRICA...EXPULSO E SEM BENS.MAS AGORA SERVEM-SE DELES PARA NOS COLONIZAREM...
NESTAS CIRCUNSTÂNCIAS O RACISMO VAI AUMENTAR E MUITO.UMA ANTIGA FORMA DE AUTO-DEFESA...
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