PCTP/MRPP. Arnaldo Matos diz que acontecimentos em Nice são um “ato legítimo de guerra”
JORNAL I
19/07/2016 16:38
Fundador do PCTP/MRPP escreve editorial a defender que atos de terrorismo afinal são atos de resistência dos povos oprimidos
Um editorial do Luta Popular, órgão central do PCTP/MRPP, classificou como “um ato legítimo de guerra” o ataque que vitimou mais de 80 pessoas na passada quinta-feira em Nice. O texto, intitulado “resistência não é terrorismo”, está assinado por Arnaldo Matos, fundador do partido.
“Devemos deixar aqui muito bem esclarecido e estabelecido: os atos de resistência dos povos explorados, oprimidos e agredidos não são atos terroristas; são atos legítimos de guerra, sejam praticados na frente de combate, se houver frente de combate, sejam praticados no interior do país imperialista agressor, como sucedeu nos ataques levados a cabo em Nova Iorque e em Washington, em Paris, em Londres, em Madrid ou em qualquer outro lugar onde o imperialismo possa ser atacado pelos povos agredidos, como ocorreu anteontem em Nice”, escreveu o dirigente.
Para Arnaldo Matos, “a resistência dos povos agredidos não é terrorismo. Terrorismo é a guerra cobarde do imperialismo para explorar, oprimir e rapinar os povos do mundo”.
“Todas as guerras contra o imperialismo são guerras justas, guerras de resistência e acabarão por triunfar”, continuou, acusando “os imperialistas” de promoverem, “através do seu vasto aparelho ideológico, que vai desde as igrejas às universidades e aos órgãos de comunicação social, campanhas ideológicas contínuas, destinadas a fazer passar por justas” essas guerras, e a fazer “passar por injustas as guerras da classe operária e dos povos oprimidos do mundo”.
E prosseguiu: “Assim, todos os atos de guerra do imperialismo, desde o emprego de bombas atómicas aos bombardeamentos aéreos das populações indefesas, ou são escondidos dos olhos dos povos do mundo ou considerados justos e até santificados pelas igrejas, enquanto que os atos de resistência dos povos agredidos e oprimidos são apresentados como atos terroristas, e os atos terroristas dos imperialistas contra os povos indefesos são considerados como justos atos de guerra”.
Para Arnaldo Matos, “atos de guerra como os levados a cabo pelos jiadistas franceses em Paris, Bruxelas e Nice, podem ocorrer brevemente em Portugal praticados por jiadistas dos países” onde estão “tropas portuguesas a atacar povos estrangeiros, designadamente no Afeganistão, no Iraque, no Chade, no Mali, na Somália e na República Centro Africana”, defendendo a retirada dessas forças para assim se “evitar qualquer ato de resistência dos povos oprimidos praticados” em território nacional.
“A classe operária seria uma classe de traidores se não combatesse o imperialismo dominador no seu país e, ainda por cima, achasse que os atos de resistência dos povos oprimidos seriam atos terroristas”, concluiu Arnaldo Matos.
QUE UM SUNITA RICO DÊ UM SUBSÍDIO AO MRPP...
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