
Se voltasse atrás no tempo, que coisas faria hoje diferente?
Depois do 25 de Abril, nunca acreditei que a nossa diferença com o reformismo fosse tão profunda. Eu sabia o que é que a casa gastava, mas admiti várias vezes fazer alianças com o PCP. Mas nunca pensei que eles colaborassem no 25 de Novembro, no triunfo da contra-revolução. É um facto que a base do PC não colaborou, mas a direcção sim. A correlação de forças era tão tão tão favorável à esquerda, que foi quase uma vergonha como o 25 de Novembro se pôde implantar com meia dúzia de mercenários. Foi necessário dividir o espaço dos trabalhadores e surpreender para que isso fosse possível.
Nós, com a direcção político-militar que tínhamos, oficiais destacados nesse processo, e simultaneamente com o SUV (Soldados Unidos Vencerão), que eram uma força muito considerável dentro dos quarteis, não era preciso dar um tiro. Apenas estar calmo e dizer 'deixa-os vir, que a gente resolve o problema'. Foi necessário a implicação do Otelo nisso. O Otelo que fala muito contra o PC, mas na verdade fez um acordo com o Cunhal na véspera do 25 de Novembro. Foram precisos comportamentos desse género para que aquilo triunfasse. Milhões de pessoas estavam disponíveis para mudar o país. E até que chegamos a isto. 'A Europa é nossa' e como vê 'o nosso' ficou nisto.
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CARLOS ANTUNES foi, conjuntamente com Isabel do Carmo, um dos mentores da Brigadas Revolucionárias, o grupo que entre 1971 e 1974 levou a cabo ações de luta armada contra o regime do Estado Novo, com especial enfase na contestação à guerra colonial.
Nasceu em 1940 na aldeia de São Pedro, na Serra da Cabreira, no distrito de Braga. No filme refere que apesar do meio católico e conservador de onde é oriundo, as posições anti-clericais e anti-fascistas do seu pai o marcaram ideologicamente.
Também marcante foi ter ido viver sozinho para Braga, com apenas 10 anos, a fim de prosseguir os estudos. Aos 15 anos iniciou o seu percurso político com a adesão ao Partido Comunista Português no Porto. Três anos mais tarde ficaria responsável pela organização do partido na região do Minho. Logo no ano seguinte, em Lisboa, passaria à clandestinidade tornando-se funcionário do Secretariado do Comité Central do Partido.
Em 1963 muda-se para a Roménia onde será membro da direcção da Rádio Portugal Livre até 1966, ano em passará a viver em Paris onde ficará responsável pela organização do PCP no estrangeiro.
O afastamento para com Álvaro Cunhal e com o partido ocorre no final dessa década, já após Marcelo Caetano ter substituído Salazar. No início da década de 1970 regressa clandestino a Portugal para coordenar a ação das Brigadas Revolucionárias. Paralelamente ao grupo armado, participou em 1973 na criação do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), que seria legalizado após o 25 de Abril.
A sua intensa participação política manter-se-ia ao longo dessa década. Começou por apoiar Otelo Saraiva de Carvalho, de quem iria depois se distanciar.
Entre 1978 e 1982 esteve preso preventivamente conjuntamente com Isabel do Carmo e outros militantes do PRP, sob a acusação de autoria de várias ações armadas, entre as quais assaltos a bancos, e ações revolucionárias. Ao longo do período de detenção chegou a recorrer à greve de fome para chamar as atenções para os seus casos. Acabariam por ser julgados e absolvidos.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-bombas-nao-fazem-milagres=f866813#ixzz2zzL4W3ZE
CUIDA-TE QUE SE HOUVER PROBLEMAS NO HORIZONTE EXISTEM PARA AÍ MONTES DE MERCENÁRIOS...JÁ ADEPTOS DO ABORTO!E DA EUTANÁSIA!
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