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Wednesday, September 12, 2007

A MINISTRA DA EDUCAÇÃO NÃO QUER SER AVALIADA...

– Várias associações de professores têm sugerido a realização de exames nacionais alternados por disciplinas e anos lectivos. Vai manter a actual matriz de exames?

– Há modalidades de avaliação que estão associadas aos currículos e programas e que os alunos têm o direito de conhecer e acompanhar. Os exames, tal como as provas de aferição, têm a virtude de ser uma prova nacional e um objecto de avaliação externa. É um instrumento insubstituível, para aferir externamente a qualidade das aprendizagens. Mas não vale a pena ‘reificar’ esse instrumento, porque tem capacidade limitada de avaliação. Não avalia a performance oral, é um exame limitado, avalia uma parte da competência dos alunos e não a totalidade. Não vale a pena pensar que é ter um exame a todas as disciplinas e em todos os anos que resolve o problema. A prova é que temos exames do secundário desde 1997 e os resultados nunca melhoraram. Os exames não resolvem nada.

É QUE NÃO HAVENDO EXAMES NACIONAIS VAMOS SEMPRE TER "BORLAS" QUE AUMENTEM O "SUCESSO" E "ESCONDAM" OS CANCROS GERIDOS POR ESPÍRITOS ADEPTOS DAS INVESTIGAÇÕES HUMANISTAS PRÁ FRENTEX

Monday, June 25, 2007

ROUBADO NO 4ª REPÚBLICA

Nunca compreenderiam!...

Uns milhares de alunos do 4º ano (antiga 4ª classe) apresentaram-se recentemente nas salas de aula para responderem a umas perguntas sobre as matérias leccionadas, a que pomposamente chamaram “exames”.
O facto fez-me recordar memórias longínquas da minha infância, na década de cinquenta, já do século passado, em que os exames da terceira e da quarta classe se revestiam de solenidade, em que os pais vestiam os rebentos a preceito, já que as provas constituíam um marco na vida dos seus filhos. As pessoas orgulhavam-se de ter a quarta classe!...
A minha mãe dava aulas numa aldeia encavalitada numa das muitas serras beirãs, longe da terra onde morávamos. A estrada ficava-se pelo meio do caminho, pelo que o percurso, às segundas-feiras de madrugada, na ida, e às sextas-feiras à tarde, na volta, era feito a pé, quatro horas por carreiros e atalhos difíceis, para encurtar distância, por vezes a cavalo, que a minha mãe evitava, por ter medo. Chegou a leccionar simultaneamente a 80 alunos, da primeira à quarta classe.
Na altura, se os exames eram importantes para os alunos, eram também muito importantes para os professores, cujo prestígio não sofria ver alunos seus reprovados.
Por isso, findas as aulas e uma semana antes dos exames, que se faziam na sede do concelho, a minha mãe deixava a escola e trazia para a nossa casa, a seu cargo e encargo, os alunos da quarta, que não eram muitos, dadas as dificuldades da vida de então, para lhes dar a preparação final. Eram submetidos a ditados e redacções incessantes, estudo da Geografia e da História de Portugal de Tomás de Barros, faziam dezenas de problemas de aritmética. O certo é que a minha mãe se orgulhava de nenhum aluno seu ter reprovado na 4ª classe e de alguns terem passado com distinção.
Lembro-me ainda que um ou outro que tinha possibilidade de prosseguir os estudos continuava lá por casa a preparar-se para o exame de admissão. Passados anos, alguns, melhor ou pior na vida, iam aparecendo e era uma alegria para todos.
Os tempos, os métodos e as condições de hoje são tão diferentes que a situação descrita parecerá estranha e inverosímil para muitos, longe de um tempo e de um ambiente felizmente já desaparecidos.
Mas, diferentes as condições, não deveria ser menor o grau de exigência. Antes pelo contrário.
A minha homenagem à minha mãe e a todos os professores que, antes e agora, lutaram e lutam pela dignificação do ensino e que nunca compreenderiam, como eu agora não compreendo, o facilitismo dos Ministérios para quem não contam, nem os erros nas provas de português, nem as contas mal feitas nas provas de aritmética, como vem acontecendo nos actuais "exames"!...

posted by Pinho Cardão @ 21:32 7 comments