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Monday, November 18, 2024
O CONTRIBUINTE PORTUGUÊS SABE QUANTOS INIMIGOS TEM A SER ADUBADOS COM OS SEUS IMPOSTOS AÍ PELAS UNIVERSIDADES DEMOCRATAS
Não se trata de pânico, nem sequer de medo. Trata-se de rejeição, de enfado. Portugal e o resto do mundo ocidental, parece-me, estão fartos, fartíssimos, das infantilidades e exageros do wokismo.
De todo o modo, o que importa frisar é que num segundo momento, passada essa primeira fase de negação e dissimulação, e a par dos que, como Miguel Vale de Almeida ou Paulo Baldaia, por exemplo, continuaram e continuam a negar a evidência e a rejeitar a designação e a existência de wokismo, emergiram aqueles que vestiram a camisola, como se diz no mundo do futebol, e se assumiram, nas redes sociais, claramente como wokes. Fizeram-no através da adopção de declarações expressas, tanto em francês, “Woke et fière” — caso de Kitty Furtado, por exemplo — como na versão inglesa “Say it Loud. I am woke and I’m Proud!” — como sucedeu com Mamadou Ba.
Existem, portanto, dois tipos de woke, os assumidos e os camuflados, mas em ambos os grupos tem sido evidentíssimo o mal-estar que a derrota de Kamala Harris provocou. Evidentíssima, também, tem sido a necessidade de contra-atacar e, acima de tudo, de se justificar. É claro que, em si mesmo, o mal-estar resulta da vitória de Trump, com todo o cortejo de perigos e males reais ou imaginários que lhes estão associados, mas há também, ou sobretudo, uma grande incomodidade por essa vitória representar, em tese, a derrota do wokismo e, mais do que isso, uma factura, um dedo condenatório directamente apontado por certos sectores da esquerda a essa corrente de opinião e aos seus promotores.
Foi isso que criou grande agitação entre os wokes nacionais, tanto entre os assumidos como entre os camuflados. De Miguel Vale de Almeida a Isabel Moreira, de Mamadou Ba a Luísa Semedo e a muitos outros (a listagem seria cansativa) estas pessoas vieram para as redes sociais ou para os jornais responder ao dedo condenatório, e tentar refutar a tese de que Trump venceu também por causa dos woke. Como diz, com azedume e preocupação, a deputada woke Isabel Moreira, em recente artigo no Expresso, “tem sido um desafio intelectual ver tanta gente concluir que a vitória de Trump foi a derrota do ‘wokismo’. No fundo, ele ganhou por culpa da esquerda woke”.
Diga-se que a reacção dos woke portugueses tem seguido várias linhas. Alguns tentam satirizar e caricaturar, contra-atacando, os que, como João Marques de Almeida, por exemplo, afirmam que “a ideologia woke está a destruir a esquerda”. Para levar a cabo o contra-ataque puseram a correr nas redes sociais uma imagem que representa o wokismo como um macio e inofensivo coelho negro e os que o temem ou antagonizam, isto é, aqueles que na sua terminologia designam por “fachos” e “moderados”, como duas crianças alvas e louras injustificadamente apavoradas e encolhidas num canto (ver imagem).
Ainda há pouco uma das pessoas woke que difundiu essa imagem, a professora Luísa Semedo, veio complementá-la com um artigo no Público a que deu o título de “O pânico woke” e no qual procurou explicitar os objectivos (supostamente justos) do wokismo, explicando que assentava num saudável questionar das ideias feitas e procurando reconectar com os “moderados”, mostrando-lhes que não há razão para estarem em pânico com o que a ideologia propõe. Mas há aqui um mal-entendido de base. Não se trata de pânico, nem sequer de medo. Trata-se de rejeição, de enfado. Portugal e o resto do mundo ocidental, parece-me, estão fartos, fartíssimos, das infantilidades e exageros do wokismo.
Outros procuram fingir que a questão não existe, tentando fazer passar a ideia de que o wokismo nada tem de novo ou recente, mais não sendo, no fundo, do que a defesa dos direitos humanos (Isabel Moreira também lhes chama “direitos fundamentais”), mas é claro que não se trata disso, pois o wokismo tem uma componente persecutória e canceladora muitíssimo vincada, orweliana, até, no que respeita ao controlo da linguagem, à implantação da vigilância, inclusive policial, sobre os que não seguem a sua cartilha. Como ideologia milenarista que é, o wokismo faz o que o milenarismo fazia na Idade Média: para apressar a vinda do (suposto) bem e da almejada justiça social não se coíbe de atropelar umas pessoas que se atravessam no caminho e de calar outras que dele discordam. Será fazer a apologia dos direitos humanos desejar ou exigir que eu seja afastado dos órgãos de comunicação social e que os jornais deixem de publicar o que escrevo, como muitos woke, aparentemente desconhecedores do que diz o artigo 19º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, não se cansam de pedir? Parece evidente que o wokismo vai muito para lá da mera defesa dos direitos das pessoas e se entretem a, ou se vocaciona para, perseguir outras pessoas e reduzir-lhes ou anular-lhes o direito de discordar de forma fundamentada do programa de acção woke quanto à História colonial ou às identidades.
Toda a gente sabe o que os woke querem nessas duas áreas e, como é óbvio, isso tem pouco a ver com direitos humanos. Querem, por exemplo, julgar (e condenar) o passado com os olhos, isto é, com os conceitos e juízos morais, do presente; querem pedidos de desculpa oficiais por antigas injustiças e violências coloniais; querem reparações materiais pelo envolvimento dos países ocidentais — apenas de países ocidentais, sublinhe-se — na escravatura de há dois, três, quatro séculos; querem — ou quiseram — fomentar um grande debate público, fazendo passar a falsa ideia de que o assunto nunca antes se debatera, para tentar impor a sua versão dos acontecimentos; querem alterar o ensino da disciplina de História de acordo com essa versão; querem a descolonização do espaço público, isto é, a demolição ou remoção de estátuas e representações, de alguma forma ligados ou evocativos de um passado colonial; etc. E querem, noutra esfera, que deixe de haver distinção vincada entre feminino e masculino; que não se atribua ou reserve a cor azul aos meninos e o rosa à meninas; que as casas-de-banho sejam, ou possam ser, comuns; que a mudança de sexo seja facilitada ou apressada; que os ex-homens que agora se assumem como mulheres possam competir em provas desportivas femininas; que se altere a linguagem para que se troque a palavra “mulher” por “pessoa que menstrua”; etc. E poderíamos, se quiséssemos entrar no plano do controlo da linguagem, referir que também querem corrigir — ou melhor, censurar — livros e filmes, alterar as legendas de peças museológicas e por aí fora.
Isto é algo que a generalidade do povo português rejeita e, pelos vistos, a do norte-americano também, e foi em parte por causa dessa agenda que Kamala Harris perdeu tão estrondosamente. Como escreveu Maureen Dowd no New York Times, “woke is broke”. Ou, como disse um eleitor democrata, em carta ao editor do mesmo jornal, a retórica woke foi “alienating and counterproductive”. Isto é, claro está, apenas uma interpretação. Trata-se de uma interpretação que perfilho, admitindo que possa estar errada. Mas a pergunta importante é a seguinte: porque é que essa interpretação — que, repito, pode estar errada — irritou tanto, agitou tanto, os woke nacionais que, com excepção dos que vivem nos Estados Unidos, nem sequer votaram? Porque, não sendo destituídos de inteligência, têm, muitos deles, um problema de má-consciência ou de consciência pesada que decorre do facto de terem a percepção — ainda que a neguem — de que a ideologia que perfilham e propagam foi instrumental na vitória de Trump e na correspondente derrota de Harris. Por muitas voltas que dêem ao texto, não podem deixar de perceber que houve um nexo qualquer entre wokismo e triunfo dos Republicanos. No seu proselitismo a favor do bem e da justiça social presente ou retroactiva, acabaram por dar impulso e ânimo àquelas que eles classificam como as forças retrógradas e malignas. E apercebendo-se disso, dando-se conta de que uma parte substancial da esquerda — os tais “moderados” da imagem acima — vê nos woke norte-americanos e na correspondente agenda radical os culpados pelo desastre eleitoral dos Democratas, apressam-se a vir sacudir essa água do capote. Os seus escritos não são para gente como eu nem para os partidários do Chega, nem, claro está, para quem vive nos Estados Unidos; são para as gentes moderadas do PS e de certas margens ou fracções do PSD; são uma tentativa de desculpabilização e uma procura desesperada de uma boa desculpa ou de um bode expiatório.
João Pedro Marques
QUEM É QUE PÕE ORDEM NESSA MERDA?ROMA NÃO PAGAVA A TRAIDORES...E A UE TAMBÉM NÃO DEVE PAGAR.AOS MUITOS MILHARES QUE andAM POR AÍ A FAzerem a cama aos europeus como submarinos inimigos
A CLASSE DO JORNALISMO DE CAUSAS DEVIDAMENTE ORIENTADA PELOS SEUS COMISSÁRIOS POLÍTICOS TEM VINDO A LAVAR A CEBECINHA DO "NOSSO POVO".POVO QUE JÁ NEM OS LÊ E VÃO ACABAR NO DESEMPREGO.CONHECI HÁ MUITOS ANOS UM BEIRÃO QUE ACABOU NA CATALUNHA NO TEMPO DA GUERRA CIVIL EM QUE FAZER DE UM PADRE DOIS ERA MUITO CHIQUE.VI-O NA BAIXA DE LISBOA A VENDER SANTINHOS NO FIM DA SUA VIDINHA...E ESSE ERA "NOSSO".MAS ANDAM M´POR AÍ MUTOS A QUEM DERAM PAPÉIS E QUE NOS DESEJAM O PIORIO DO PLANETA.E AINDA POR CIMA NOS GOZAM POR OS ANDARMOS A PAGAR...
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