13 Março 2009 - 00h30
Guiné-Bissau: Major do Exército, de etnia balanta, estudou na ex-URSS
Médico militar esquartejou Nino
O médico ‘Tcham’, major do Exército guineense, foi um dos militares que torturaram e assassinaram Nino Vieira, na sua residência, na noite de 2 de Março. Terá sido ele a usar a catana que as televisões mostraram nos quatro cantos do mundo. Segundo apurou o Correio da Manhã, este foi o método encontrado pelo médico militar para levar a cabo a sua vingança contra o ex--presidente da Guiné-Bissau.
Estudante na antiga União Soviética, o jovem médico encontrava-se de férias na terra-natal quando aconteceu, em 1985, o caso 17 de Outubro – a alegada tentativa de golpe de Estado que culminou na morte do ex-primeiro-ministro Paulo Correia e de vários dirigentes guineenses. ‘Tcham’ acabou por ser envolvido no golpe e foi detido pelas autoridades locais. Todos os implicados eram de etnia balanta, como ele. Todos foram torturados, como ele – uma catanada deixou-o incapacitado do braço direito. Passados 23 anos, foi dos primeiros a chegar a casa de Nino Vieira e não se esqueceu de levar a catana para aplicar a lei de talião, ‘olho por olho, dente por dente’.
Médicos e familiares que viram o corpo do ex-presidente dizem não acreditar que um ser humano tenha sido capaz de perpetrar um acto tão bárbaro. O major ‘Tcham’ não foi visto no funeral de Nino Vieira, mas assistiu às exéquias de Tagmé na Waie, equipado à militar, com a respectiva kalashnikov. Desde então o médico tem sido visto nas ruas de Bissau acompanhado de dois guarda-costas.
GENERAL 'MINA' DESAPARECIDO
Longe de olhares indiscretos, os militares guineenses continuam a ditar a lei. Na sequência das investigações levadas a acabo pela comissão de inquérito que averigua os assassinatos do ex-presidente Nino Vieira e do ex-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Tagmé Na Waie, diversas detenções estão a ser feitas em Bissau, sem que haja, no entanto, confirmações oficiais. A última, segundo apurou o CM, foi a do general Milcíades, mais conhecido por ‘Manuel Mina’, um dos heróis da Junta Militar na guerra contra Nino Vieira e as tropas senegalesas, em 1998. O general foi chamado no passado domingo ao Estado--Maior do Exército e, desde então, apurou o CM, a família nunca mais teve notícias suas.
APOIANTES
CIVIS DETIDOS
Quatro civis, considerados pelos militares como apoiantes de Nino Vieira, foram detidos na quarta-feira, acabando por ser libertados com termo de identidade e residência. O ‘crime’ foi terem criticado publicamente o assassínio do presidente.
MUITOS FUGITIVOS
Diversas personalidades tidas como próximas de Nino Vieira encontram-se em parte incerta ou pediram asilo em embaixadas. É o caso de Fernando ‘Paris’, ex-motorista das embaixadas da Guiné--Bissau em Moscovo e em Paris, que se encontrava no quintal da casa de Nino Vieira quando os militares chegaram.
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