Maçonaria apoia casamento entre homossexuais
JOÃO PEDRO HENRIQUES
O Grande Oriente Lusitano (GOL), principal obediência maçónica em Portugal, aprova o aproveitamento, em 2010, das celebrações dos cem anos da instauração da República, para se rever o Código Civil de forma a permitir o casamento entre homossexuais.
Falando ao DN, o grão-mestre do GOL, António Reis, disse que é precisamente isso que significa a referência à necessidade de "proceder à revisão do Código Civil em matéria de realidades sociais, tendo em conta as novas realidades sociais" que consta no relatório, já entregue ao Governo, da Comissão de Projectos para as Comemorações do Centenário a República (CPCCR).
Esta comissão foi presidida pelo constitucionalista Vital Moreira e integrava, entre outros, o historiador António Reis. "Tudo o que vem nesse relatório foi unânime, ou quase, dentro da comissão", disse o grão-mestre ao DN.
Segundo acrescentou, "faz todo o sentido" aproveitar as celebrações da República para se "reforçarem legalmente os direitos conjugais dos homossexuais".
"Se a República se distinguiu foi, nomeadamente, pelas leis sobre a família que aprovou, como a lei do divórcio e a que acabou com o estatuto de filho ilegítimo", explicou Reis.
A obediência maçónica Grande Oriente Lusitano, segundo o relatório da Comissão Promotora das Comemorações do Centenário da República, deverá ter um papel especial nas celebrações dos cem anos do 5 de Outubro. Uma forma de responder ao papel histórico dos maçons em todo o processo que levou ao desmantelamento da monarquia, na revolução do 5 de Outubro propriamente dita, e na construção da Primeira República (1910-1926).|