"FICA TUDO NA BOA"



O ex-secretário de Estado Henrique Gomes já o disse de forma enfática: como o défice tarifário não conta para o Orçamento do Estado, mas sim para a competitividade da economia, o ministro das Finanças foi na conversa do Dr. Mexia e, em nome dessa operação de venda da EDP, não se fez nada. Escrevi uma carta, em nome do núcleo de pessoas que lançaram o manifesto da política energética, aos ministros das Finanças, da Economia e ao primeiro--ministro a lembrar que deviam atacar as rendas excessivas antes da privatização da EDP porque depois era mais complicado. Podem perder alguns milhões de euros, mas tomem nota que isto traz um sério problema de competitividade às empresas, portanto vão perder por aí. Mas não nos ligaram nenhuma, nem sequer responderam. O que se está a passar em termos de défice tarifário mostra que as nossas preocupações eram válidas. O governo espanhol está a cortar forte e feio em eólicas, solares, nas remunerações das empresas de electricidade - a EDP está a apanhar por tabela em Espanha -, o que mostra que há uma consciência do mesmo problema, embora a outra escala. A nossa dívida tarifária é de 4 mil milhões de euros, a espanhola anda nos 20 mil milhões. Mas o problema foi o mesmo: um excesso da aposta nas tecnologias intermitentes (como as renováveis). Estas tecnologias precisam de duas muletas: centrais de bombagem de noite para armazenar e centrais térmicas de dia e geram sobrecustos.»
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JOÃO GONÇALVES | LINK DO POST | COMENTAR