PSP acusada de agressão a refugiada da Somália
Muna Chamac tem 25 anos e está há quase seis em Portugal. Os dois filhos já nasceram cá
Muna Chamac, uma refugiada somali, acusa um agente da PSP de São
João da Talha, em Loures, de a ter agredido física e verbalmente.
A jovem de 25 anos, há quase seis em Portugal, apresentou uma queixa
que já foi enviada para o Ministério Público.
João da Talha, em Loures, de a ter agredido física e verbalmente.
A jovem de 25 anos, há quase seis em Portugal, apresentou uma queixa
que já foi enviada para o Ministério Público.
O caso ocorreu ao fim da tarde de 25 de junho, quando Muna presenciou
uma discussão entre outras duas refugiadas. Obrigada por um agente
à paisana a identificar-se, disse que não tinha os documentos consigo,
mas que podia ir buscá-los já que estava a 50 metros de casa.
uma discussão entre outras duas refugiadas. Obrigada por um agente
à paisana a identificar-se, disse que não tinha os documentos consigo,
mas que podia ir buscá-los já que estava a 50 metros de casa.
"Como é que uma preta como tu anda sem documentos?", terá
começado por dizer o agente que resolveu levá-la para esquadra.
"Ao meter-me no carro puxou-me os cabelos", conta Muna ao Expresso.
começado por dizer o agente que resolveu levá-la para esquadra.
"Ao meter-me no carro puxou-me os cabelos", conta Muna ao Expresso.
Já na esquadra, a jovem continuou a ouvir insultos racistas, ao mesmo tempo
que o agente, que se recusou a identificar-se, lhe" levantava a mão".
que o agente, que se recusou a identificar-se, lhe" levantava a mão".
Muna conta que perguntou, várias vezes, ao agente como se chamava
e porque a tratava assim. "Eu já te digo quem eu sou. Sua preta, sua
puta andas aqui a comer o meu salário, vai mas é para a tua terra", disse o mesmo agente, nas palavras da queixosa.
e porque a tratava assim. "Eu já te digo quem eu sou. Sua preta, sua
puta andas aqui a comer o meu salário, vai mas é para a tua terra", disse o mesmo agente, nas palavras da queixosa.
Perante a situação, a jovem diz que os outros polícias aconselharam o agente a afastar-se da jovem porque
ela percebia português. No entanto, esses conselhos terão sido em vão: "Estou farto de pretos neste país. Quem és
tu para me dizeres alguma coisa?"
ela percebia português. No entanto, esses conselhos terão sido em vão: "Estou farto de pretos neste país. Quem és
tu para me dizeres alguma coisa?"
Pedido de ajuda a investigadora
Assustada com o que se estava a passar, Muna telefonou a pedir ajuda a uma investigadora do ISCTE, que trabalha
há sete anos com refugiados e que conhece a jovem.
há sete anos com refugiados e que conhece a jovem.
A docente universitária, que prefere não ser identificada, contou ao Expresso que quando chegou à esquadra
a tentaram demover a não apresentar queixa.
a tentaram demover a não apresentar queixa.
"Chamaram-me à parte e perguntaram-me se queria mesmo apresentar queixa ou fazê-lo apenas no livro de
reclamações, argumentando que era a mesma coisa", conta.
reclamações, argumentando que era a mesma coisa", conta.
A investigadora diz que depois de três horas para apresentar queixa, por aparentes problemas informáticos,
a polícia se recusou a dar-lhes a cópia do documento assinado.
a polícia se recusou a dar-lhes a cópia do documento assinado.
"Quando apresentámos queixa o agente em causa já não estava, mas os colegas nunca o identificaram. A refugiada
teve de assinar seis páginas, aparentemente iguais, sem me darem tempo, a mim, de ler tudo e traduzir para inglês", diz.
teve de assinar seis páginas, aparentemente iguais, sem me darem tempo, a mim, de ler tudo e traduzir para inglês", diz.
A jovem somali, mãe de dois rapazes menores (três e um ano de idade), confessa que agora receia andar no bairro.
"Sempre que vejo um carro da polícia tenho medo. No dia a seguir telefonaram-me para eu voltar à esquadra,
mas tive medo e não fui."
"Sempre que vejo um carro da polícia tenho medo. No dia a seguir telefonaram-me para eu voltar à esquadra,
mas tive medo e não fui."
Contactada pelo Expresso, o gabinete de imprensa da PSP disse que a queixa foi enviada para o Ministério Público,
como a lei obriga. A queixa terá de seguir também para o IGAI (Inspecção-Geral da Inspeção Interna) para ser analisada.
como a lei obriga. A queixa terá de seguir também para o IGAI (Inspecção-Geral da Inspeção Interna) para ser analisada.
E A ANA GOMES COM 20000 EUROS/MÊS NÃO A LEVA PARA CASA DELA?