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"Tudo o que remeta para a questão da raça é tabu em Portugal"
Pedro Schacht Pereira fotografado em Lisboa, este verão
Pedro Schacht Pereira nasceu no Porto, em 1969. Vive nos EUA desde 1995. É licenciado em Filosofia pela Universidade de Coimbra e doutorado em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Universidade de Brown. Leciona na The Ohio State University
O nome Schacht vem donde?
A minha mãe é neta de um alemão que foi para a Guiné fazer negócios no final do século XIX, num momento em que o poder colonial português ainda não se tinha consolidado e havia muita resistência por parte de várias etnias na Guiné. Sei isso não só porque li algumas coisas mas também porque tive acesso ao testamento do meu bisavô e sei que ele deserdou um dos filhos por ter tomado o partido dos nativos. Só dizia isso. Ele morreu nos anos 30 do século passado. Tinha uma família na Alemanha e formou outra na Guiné, com uma mulher mestiça com "pedigree" - tinha um nome português, portanto era uma assimilada.
Na perspetiva americana, é negro.
Se os americanos soubessem da minha história, sim. Por causa do one drop rule ["regra da gota de sangue", que chegou ser lei e considera negra qualquer pessoa com um ascendente negro]. E para mim sempre foi extraordinário lidar com o preenchimento de formulários porque perguntam sempre de que etnia se é.
Escreveu uma carta, que se transformou em petição, em reação às declarações do PR no antigo entreposto de escravos de Gorée, e ao facto de este ter dito que o marquês de Pombal fez um decreto em 1761 a abolir a escravatura na metrópole por "humanismo". Na carta diz que se tem de se reconhecer o reflexo da escravatura e do colonialismo no presente. Mas acha-se que é algo que aconteceu há muito tempo, está ultrapassado.
Defende que deve haver reparações.
A reparação não tem de assumir uma forma monetária - até porque ia-se pagar a quem, aos países? Há outras formas. A lei da nacionalidade é a primeira, e precisamos de ação afirmativa. Há pessoas que acham que porque temos uma ministra da Justiça negra o problema está todo resolvido. E vem depois vem o discurso sobre o mérito. A questão é que quem nasceu num bairro da periferia de Lisboa e é negro muito dificilmente chegará à posição de ministra, como a própria já disse. Ela assume que as pessoas negras são discriminadas. Mas por parte da população branca não há consciência de que os negros não têm acesso à cidadania. As pessoas pensam "não há negros nas universidades porque nunca se esforçaram para lá chegar" ou "há mais negros nas prisões porque são bandidos". Mas basta olhar para o Brasil e ver a evolução que houve desde que se introduziram quotas raciais nas universidades. De repente há alunos negros nas universidades, há professores universitários negros, e a mesma coisa aconteceria aqui.
LEMBRAM-SE DAQUELE SEFARDITA QUE ESCREVEU NO FACEBOOK DAQUELE GAJO DO CDS?SÓ UM GAJO CONVENCEU LOGO TODOS OS OUTROS DEPUTADOS...
ESTE EMÉRITO CIENTISTA DA RAÇA MISTA ESCREVEU E TAMBÉM CONSEGUIU.
PORTANTO TRABALHADORES VAMOS LÁ CANTAR A INTERNACIONAL QUE COM DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS ÀS DIFERENÇAS LOGO A SEGUIR VÃO TER O TAL CAPATAZ COM QUE ALEGADAMENTE AGORA SONHAM SEGUNDO AS VOSSA VANGUARDAS...QUE ADORAM O MAMADOU BA SÓ DE SONHAREM COM ELE NA CAMA...
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