De visita ao local, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação confirmou que os achados foram conservados "de acordo com os padrões internacionais" desde a sua descoberta em 2008.
"Estou muito satisfeita com a visita que fizemos ao local onde está o espólio resgatado da nau do Bom Jesus. Constatámos que está tudo muito bem guardado, quer em condições de segurança, quer nas matérias que são conformes aos padrões exigidos internacionalmente", disse Teresa Ribeiro.
Em declarações à Lusa por telefone a partir de Windhoek, onde está numa visita oficial, Teresa Ribeiro salientou que "o espólio é muito rico", mas escusou-se a confirmar o valor de 11 milhões de euros pelas moedas que foram encontradas no navio, que viajava de Portugal para a Índia.
"O valor comercial apontado pelo professor [Luís Filipe Thomaz] não é o mais importante, o valor é incalculável, tem um valor histórico único", disse a secretária de Estado, assegurando que a prioridade não é trazer o espólio para Portugal.
"Deixámos claro às autoridades da Namíbia que há que expor e assegurar a exposição pública do património nos dois países e trabalhamos para isso", disse a governante, salientando que se a descoberta tivesse sido feita por uma empresa privada "Portugal não hesitaria em reivindicar a propriedade" da descoberta.
O arqueólogo também relata à cadeia de televisão norte-americana que o tesouro de valor incalculável – só as moedas de ouro valerão 13 milhões de dólares, segundo a Fox News – fica para o governo da Namíbia.
Noli explica que quando se encontra “um navio de estado” em território de outro país, os vestígios ficam para “o país sob cuja bandeira o navio navegava”.
O navio foi identificado como sendo “O Bom Jesus” que partiu de Lisboa, em 1533, rumo a Goa, na Índia, transportando a bordo um verdadeiro tesouro de moedas de ouro, mas também estanho, cobre e marfim, além de cerca de 300 pessoas, entre marinheiros, soldados, padres, nobres e escravos.
Capitaneado por D. Francisco de Noronha, o navio terá naufragado ao largo da costa da Namíbia, depois de ter possivelmente tentado atravessar o temido Cabo da Boa Esperança.
SÓ FALTA SABER O QUE TERÁ ACONTECIDO AOS SOBREVIVENTES