Wednesday, May 3, 2017

OS EMIGRANTES PORTUGUESES EM FRANÇA E OS LUSO FRANCESES ANDAM A MIJAR FORA DO PENICO SEGUNDO OS NOSSOS INTERNACIONALISTAS DA RAÇA MISTA...

A política francesa vista com sotaque português e um tique Le Pen

O que leva os emigrantes, e os descentes de emigrantes da Europa do Sul, a simpatizar com o partido de Marine Le Pen? Há estudos que mostram a ligação e há esforços da comunidade portuguesa em França para contrariar essa tendência.

OS NOSSOS INTERNACIONALISTAS O QUE QUERIAM ERA UMA NOVA VENEZUELA EM FRANÇA...E MUITA RAÇA MISTA COM FESTAS LUSÓFONAS...
MAS A REALIDADE É ESTA:A ESCOLA PÚBLICA PORTUGUESA DAS IGUALDADES DESDE QUE SE NASCE ATÉ QUE SE MORRE DEPOIS DE 43 ANOS DE LUZES E MUITA ANIMAÇÃO SÓ PREPARA OS PORTUGUESES PARA DUAS COISAS:ELAS A MULHER DE LIMPEZAS, ELES A ASSENTAR TIJOLO.E OS INTERNACIONALISTAS ATÉ ISSO QUEREM TIRAR AOS PORTUGUESES COM A SUA TEORIA DE AGORA O MUNDO SER UM SÓ E VENHA A ÁFRICA E A ÁSIA QUE CABEMOS CÁ TODOS E NUMA DE TODOS IGUAIS, TODOS DIFERENTES.E JÁ NEM FALO NAS CONVERSÕES PROPICIADAS PELA RAÇA MISTA...
MANDEM O EMBAIXADOR FAZER COMÍCIOS COM O AMIGO DO ROTSCHILD PORRA...QUE EMBORA NÃO SENDO DESCENDENTE DE AFRICANO COMO OS NOSSOS SEFARDITAS É DA MESMA RELIGIÃO.A DA RAÇA ELEITA...QUE TUDO TEORIZA E CONDUZ...

Tuesday, May 2, 2017

COME QUEM MANDA TRABALHA QUEM PODE.ALÉM DE ISTO SER TUDO UM PUTEDO SÓ VEMOS CORNOS MANSOS...

A passividade da sociedade portuguesa

Vejamos apenas os factos que são do conhecimento público. Primeiro. Até 2013, a banca portuguesa era considerada excelente, apreciada como uma referência internacional, um exemplo de modernização e desenvolvimento, um polo de inovação e um orgulho nacional. Os elogios e os encómios não eram apenas na comunicação social (que até hoje ainda não explicou como errou durante tanto tempo na sua análise laudatória). Constam de muitos documentos oficiais já posteriores à crise de 2008. E, inclusivamente, são partilhados por instituições como a União Europeia e o Fundo Monetário já em vigência da troika. Em 2011, Portugal não era nem a Grécia, nem a Espanha, nem a Irlanda porque precisamente tinha uma banca forte, saudável e bem gerida. Segundo. Neste momento, os contribuintes terão já pago quase 15 mil milhões de euros para salvar a banca do colapso. Os números que circulam referem-se apenas a custos diretos. Evidentemente não estimam os custos de oportunidade e, ainda menos, as distorções na afetação de recursos decorrentes das medidas de resolução. Haveria ainda que acrescentar os swaps, em que os tais 440 milhões mais juros a pagar ao Santander foram agora transformados num empréstimo de 2,3 mil milhões a pagar em 15 anos com um juro "favorável". Apesar da magnitude do número - 15 mil milhões -, ele estará significativamente subestimado. Terceiro. Sendo anunciado em vários casos concretos que, fundamentalmente, temos um assunto de polícia, em maio de 2017, com referência a gestão danosa ou qualquer outro crime na banca, a contabilidade aponta para o seguinte número de condenações transitadas em julgado: BPN-0; BPP-0; BES-0; Banif-0; CGD-0; Montepio-0; swaps-0. Bem sei que é uma contabilidade provisória (uma vez que há vários casos ainda em investigação), mas também podemos adivinhar que não vamos ter números definitivos antes de 2025 ou por aí. Quarto. Não havendo grande discussão pública sobre falhas do regulador, os partidos políticos limitam-se a umas comissões parlamentares de inquérito sem grandes consequências práticas e, mais recentemente, a umas propostas legislativas muito técnicas, de importância algo duvidosa. Resta saber até onde vai a tese do metarregulador, um disparate monumental, mas aguardemos pela sua apresentação formal para perceber o alcance. Quinto. Só no caso do BES/Novo Banco, existem cerca de 1500 processos em tribunal e o Banco de Portugal terá pago, até ao momento, dez milhões de euros em assessoria técnicas (incluindo quase 0,5 milhões a Sérgio Monteiro e cerca de quatro milhões a uma conhecida sociedade de advogados de Lisboa).

Perante esta conjugação de factos, poderíamos pensar que a sociedade portuguesa está em plena convulsão. Estagnada, sem grande horizonte de crescimento, obrigada a suportar agora uma enorme carga fiscal para salvar a banca sem nenhum aparente apuramento de responsabilidades (insisto, contabilidade provisória). Ora, precisamente o que surpreende é a total passividade da sociedade portuguesa. Politicamente, os sinais de descontentamento são muito ténues. Não há partidos novos, não há movimentos políticos novos, os protagonistas são os mesmos há várias décadas. Sim, a abstenção eleitoral (mais votos brancos e nulos) vai subindo, aproximando-se dos 50% em eleições legislativas, mas sem consequências relevantes. Nas eleições autárquicas, assistimos a uma proliferação de candidaturas independentes e a uma crise dos aparelhos partidários (mais PSD do que PS), mas trata-se, em geral, de confrontos entre atuais e antigos poderes locais. Nas eleições presidenciais, Paulo Morais, com o seu discurso anticorrupção, apenas conseguiu cem mil votos, mas também é verdade que Marcelo ganhou com um programa fundamentalmente antipartidos (apesar da sua conhecida ligação, quer ao PSD quer ao mundo financeiro). Já socialmente, apenas assistimos a protestos de café e sofá. Não há grandes movimentações cívicas, nem os portugueses estão mais envolvidos nas associações de combate à corrupção. Academicamente, o tema também não parece interessar: estimações sobre os custos impostos à economia portuguesa pela debacle bancária não se conhecem. No mundo dos juristas, as reformas do Ministério Público ou da regulação continuam a ser temas para pensar dentro da caixa (mudar o artigo xyz do CPP ou a lei do não-sei-quê). Em resumo, a sociedade portuguesa parece estar razoavelmente tranquila e apaziguada com os factos enumerados no parágrafo anterior.

Existem várias teses para explicar esta tranquilidade. Uma: o povo português é sereno. Pode ser. Mas não esqueçamos que o povo de brandos costumes foi uma reinvenção propagandística do António Ferro, há 80 anos. Outra: a emigração de quadros nos últimos anos retirou a Portugal uma massa crítica de pensamento e capital humano que permita mudar a atual dinâmica das coisas. Ao mesmo tempo, a globalização e a europeização desinteressaram dos problemas locais muitos quadros que vivem em Portugal. Também pode ser. Mas a consequência será aprofundar ainda mais o fosso entre as elites políticas e as restantes elites (culturais, académicas, empresariais), com péssimas implicações a médio prazo (ainda pior qualidade da classe política). Uma terceira explicação: os portugueses estão anestesiados pelo futebol, pelas férias, pelos pastorinhos e por outras tantas coisas. Se for verdade, é muito preocupante. Porque é o caminho certo para um qualquer populismo. Hoje, Portugal ainda está na periferia dos populismos. Mas a tranquilidade pode ser aparente e enganadora se o sistema político não encontrar válvulas de escape. Diria mesmo que, se nada for feito em termos de combate à corrupção e aos crimes que justificam os 15 mil milhões já perdidos na banca, podemos estar a criar o ambiente social propício a um projeto de democracia musculada como temos na Hungria ou na Polónia.

UMA CORTE TÃO EXTENSA VISA ACALMAR AS OPOSIÇÕES.PODEM SÓ COMER MIGALHAS MAS ANDAM SATISFEITOS POR ESTAREM LÁ SENTADOS NA MESA DO ORÇAMENTO.AQUI QUEM FALE DEMAIS LEVA LOGO.MESMO CONTRA CORRUPTOS ENCARTADOS E INTERNACIONALISTAS TRAIDORES...
MAS O 80 VIRÁ.E LÁ IRÃO ELES COMO FOI O AFONSO COSTA.TÃO ASSUSTADO QUE NUNCA MAIS CÁ VOLTOU...
ISTO COM MENOS UMAS DEZENAS DE MILHAR FICA NUM BRINCO DEPRESSA...

ESTE PORTAS COMEÇOU NO PCP E DEPOIS MUDOU-SE PARA O BE.AS BOAS FAMÍLIAS ESPALHARAM-SE PELOS VÁRIOS PARTIDOS NUMA ESPÉCIE DE SEGURO CONTRA TODOS OS RISCOS...

Marcelo condecorou Miguel Portas com a Ordem da Liberdade
Cinco anos depois do seu falecimento, o presidente da República condecorou postumamente o político por proposta de António Costa

APROVEITAM-LHES SEMPRE UMAS BOAS QUALIDADES MERECEDORAS. EU SÓ ME LEMBRO DE UM PROGRAMA SOBRE A SÍRIA EM QUE A DIVERSIDADE E O MULTI RELIGIOSO ERA O FAROL DA CIVILIZAÇÃO E O FUTURO...
PENA O PORTAS JÁ CÁ NÃO ESTAR PARA VER AGORA AQUILO DO PARAÍSO NA TERRA....
MAS OS SEUS COMPAGNONS DE ROUTE AINDA NÃO DESISTIRAM DE FAZER O MESMO POR CÁ.ENQUANTO NÃO LHES FECHAREM A TORNEIRA DO CRÉDITO É SEMPRE A ACELERAR E A SALVAR PLANETA...

E EU A JULGAR QUE A RAÇA MISTA AVANÇAVA NO REINO UNIDO E AFINAL ERA UMA HUSSAIN...

Refugiado paquistanês ataca mulher por não ter feito o jantar Homem de 21 anos espancou inglesa com quem tinha casado para ter visto de residência. Usou um martelo.

Akram estava no Reino Unido há cerca de um ano quando conheceu a Sr.ª Hussain, uma jovem de 20 anos, em 2013.

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/refugiado-paquistanes-ataca-mulher-por-nao-ter-feito-o-jantar?ref=HP_Grupo1

ISTO DAS NACIONALIZAÇÕES NA HORA DÁ CÁ CADA CONFUSÃO...

DEPOIS DA TETA DOS LGBT A CÂNCIO ELEGEU OS PRETINHOS COMO SUPORTE...


"Persiste nos manuais a narrativa de que fomos bons colonizadores"
01 DE MAIO DE 2017

Fernanda Câncio

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Passado Colonial. "Não sabemos o lado verdadeiro da nossa história"
01 DE MAIO DE 2017

Fernanda Câncio

UMA LUTADORA ESTA CÂNCIO .E SEMPRE COM ORGÃO DE PROPAGANDA À DISPOSIÇÃO PARA NOS VERGASTAR E AOS NOSSOS ANTEPASSADOS...
MAS TENHAM CALMA QUE ELA AINDA UM DIA IRÁ ABORDAR A DESCOLONIZAÇÃO VIRTUOSA EM QUE UM MILHÃO DE PORTUGUESES FOI EXPULSA E SEM BENS DE ÁFRICA SEM RACISMO NEM XENOFOBIA, NEM INVEJA...
EU DA CÂNCIO SÓ QUERIA VER AS FOTOS DE SEXO COM O NAMORADO.NÃO O SÓCRATES MAS O OUTRO EM QUE ELA DEVERIA ESTAR EM FORMA...

Monday, May 1, 2017

A GERAÇÃO MAIS BEM PREPARADA DE SEMPRE AFINAL TEM POUCA TECNOLOGIA E MUITO INTERNACIONALISMO


Jornal de Notícias

Pai e filha morrem vítimas de intoxicação numa casa no concelho de Almeida
Jornal de Notícias - ‎há 1 hora‎
Uma jovem de 14 anos e o pai, de 42, morreram, esta manhã, na sequência de uma possível fuga de monóxido de carbono, numa casa em Almeida. O homem, de 42 anos, foi encontrado sem vida "na casa de banho, no polibã" e a menina, de 14 anos, ...

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Seis pessoas realojadas após explosão no centro do Porto
TSF Online - ‎há 14 minutos‎
Seis pessoas foram realojadas na madrugada de hoje em casa de familiares após uma explosão ter "praticamente destruído" o apartamento onde viviam na rua do Heroísmo. Lusa

EM NOME DAS IGUALDADES DESDE QUE SE NASCE ATÉ QUE SE MORRE OS QUERIDOS LAVA PRATOS APENAS CHEGARAM EXTINGUIRAM O ENSINO TÉCNICO PROFISSIONAL DAS ESCOLAS TÉCNICAS DO SALAZAR.DESDE ENTÃO E COM OS PAPAGAIOS INSTALADOS NOS MEIOS DE PROPAGANDA É SEMPRE LUTA A SEGUIR A LUTA MAS CADA VEZ PIOR.QUANTAS MORTES E ACIDENTES NÃO HOUVE POR FALTA DE TÉCNICOS NOMEADAMENTE NA ÁREA DO GÁS?
AS IGUALDADES RUMAM A ÁFRICA AGORA SÓ CÁ DENTRO...

OS SEFARDITAS AFINAL SÃO AFRICANOS.BÉRBERES CONVERTIDOS AO JUDAÍSMO...


quinta-feira, abril 20, 2017

Entrevista ao historiador israelita Shlomo Sand: Quando e como é que o povo judeu foi inventado
O historiador Shlomo Sand afirma que a existência das diásporas do Mediterrâneo e da Europa Central é o resultado de antigas conversões ao judaísmo. Para ele, o exílio do povo judeu é um mito, nascido de uma reconstrução a posteriori sem fundamento histórico.

Shlomo Sand nasceu em 1946 em Linz (Áustria) e viveu os dois primeiros anos da sua vida em campos de refugiados judeus na Alemanha. Em 1948 os seus pais emigram para Israel, onde cresceu. Cursou História, tendo começado na Universidade de Telavive e terminado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Desde 1985 lecciona História Contemporânea na Universidade de Telavive. Publicou em francês «L'Illusion du politique. Georges Sorel et le débat intellectuel 1900 » (La Découverte, 1984), «Georges Sorel en son temps», com J. Julliard (Seuil, 1985), «Le XXe siècle à l'écran» (Seuil, 2004) e «Les mots et la terre. Les intellectuels en Israël» (Fayard, 2006).


Jornal Israelita Haaretz - 21/03/2008

Demolindo uma "Mitologia nacional"


Artigo de Ofri Ilani

Tradução por Atrida

Entre a profusão de heróis nacionais que o povo de Israel produziu ao longo de gerações, a sorte não sorriu a Dahia Al-Kahina que chefiou os Berberes de Aures, na África do Norte. Embora tendo sido uma judia indomável, poucos israelitas ouviram alguma vez o nome desta rainha guerreira que, no século VII da era cristã, unificou várias tribos berberes e chegou mesmo a repelir o exército muçulmano que invadiu o norte de África. A razão poderá estar no facto de Dahia Al-Kahina ter nascido numa tribo berbere convertida (ao judaísmo), ao que parece várias gerações antes do seu nascimento, por volta do século VI.

Segundo o historiador Shlomo Sand, autor do livro «Quando e como é que o povo judeu foi inventado» [Quand et comment le peuple juif a-t-il été inventé?] (aux éditions Resling - em hebraico), a tribo da rainha Dahia Al-Kahina assim como outras tribos do Norte de África convertidas ao judaísmo são a principal origem a partir da qual se desenvolveu o judaísmo sefardita. Esta afirmação, referente às origens dos judeus do Norte de África a partir de tribos locais que foram convertidas – e não a partir de exilados de Jerusalém – é apenas uma componente de uma ampla tese desenvolvida na nova obra de Sand, professor do departamento de História da Universidade de Telavive.

Neste livro, Sand tenta demonstrar que os judeus que vivem hoje em Israel e noutros locais do mundo, não são de forma nenhuma os descendentes do antigo povo que vivia no reino de Judeia na época do primeiro e segundo templo. Eles devem a sua origem, segundo ele, a povos diversos que se converteram ao longo da história em diversos locais da bacia do Mediterrâneo e regiões vizinhas. Não apenas os judeus da África do Norte descenderiam na sua maior parte de pagãos convertidos, mas também os judeus iemenitas (vestígios do reino Himiarita, no sul na península arábica, que se convertera ao judaísmo no século IV), e os judeus Asquenazes da Europa de Leste (refugiados do reino Khazar convertido ao judaísmo no século VIII).

Ao contrário de outros «novos historiadores» que procuraram abalar as convenções da historiografia sionista, Shlomo Sand não se contenta em regressar a 1948 ou aos princípios do sionismo, mas remonta a milhares de anos atrás. Shlomo tenta provar que o povo judeu nunca existiu como um «povo-raça» partilhando uma origem comum, mas que é uma multitude variada de grupos humanos que, em momentos diferentes da história, adoptaram a religião judaica. Segundo Shlomo, para alguns pensadores sionistas, esta concepção mítica dos judeus como um povo antigo conduz a um pensamento verdadeiramente racista: «Existiram na Europa períodos onde, se alguém tivesse declarado que todos os judeus pertenciam a um povo de origem não judia, essa pessoa seria julgada imediatamente como anti-semita. Hoje, se alguém ousa sugerir que aqueles que são considerados judeus no mundo (…) nunca constituíram e não constituem nem um povo nem uma nação, seria imediatamente denunciado como uma pessoa que odeia Israel.»

De acordo com Shlomo Sand, a descrição dos judeus como um povo de exilados, errante e mantendo-se à parte, que «vagueando sobre mares e terras, chegaram ao fim do mundo e que, finalmente, com a chegada do sionismo, fazem meia-volta para retornar em massa à sua terra órfã», esta descrição é necessária a uma «mitologia nacional». Tanto como outros movimentos nacionais na Europa, que revisitaram uma sumptuosa idade de ouro para em seguida, graças a ela, fabricar o seu passado heróico – por exemplo, a Grécia clássica ou as tribos teutónicas – a fim de provar que eles existiam há muito, «tal como, os primeiros brotos do nacionalismo judeu se viraram para essa luz intensa cuja fonte era o reino mitológico de David.»

Mas então, quando é que o povo judeu foi realmente inventado, segundo a tese de Sand? «Na Alemanha do século dezanove, num determinado momento, os intelectuais de origem judaica, influenciados pelo carácter 'volkiste' do nacionalismo alemão, atribuíram-se a missão de fabricar um povo "retrospectivamente", com o desejo de criar uma nação judaica moderna. A partir do historiador Heinrich Graetz, os intelectuais judeus começam a delinear a história do judaísmo como a história de um povo que tinha um carácter nacional, que se tornou um povo errante e que finalmente fez meia-volta para regressar à sua pátria.»



Entrevista a Shlomo Sand conduzida por Ofri Ilani:

Ofri: De facto, o essencial do seu livro não trata da invenção do povo judeu pelo nacionalismo moderno mas da questão de saber de onde vêm os judeus.

Shlomo: O meu projecto inicial consistia na análise de uma categoria específica de materiais historiográficos modernos e examinar como foi inventada a ficção do povo judeu. Mas assim que comecei a confrontar as fontes históricas deparei-me com contradições. E foi isso que me impeliu: embrenhei-me no trabalho sem saber a que conclusões chegaria. Analisei documentos originais de modo a examinar a atitude de autores antigos - aquilo que haviam escrito a propósito da conversão.

Shlomo Sand, historiador do século XX, tinha até agora estudado a história intelectual da França moderna (no seu livro “L'intellectuel, la vérité et le pouvoir“ [O intelectual, a verdade e o poder], Am Oved ed. , 2000 - em hebraico), e a relação entre o cinema e a história política («Le cinéma comme Histoire» ["O cinema como História] Am Oved, 2002 – em hebraico). De forma pouco comum para historiadores de profissão, ele debruça-se, no seu novo livro, sobre os períodos que ele nunca tinha estudado - geralmente apoiando-se em pesquisadores anteriores que têm avançado com posições não ortodoxas sobre as origens dos judeus.


Ofri: Especialistas da história do povo judeu afirmam que você se ocupa de temas que não compreende e que se baseia em autores que não consegue ler no texto original.

Shlomo: É um facto que sou um historiador da França e da Europa, e não da Antiguidade. Sabia que assim que me ocupasse de períodos antigos como esses, ficaria exposto a críticas assassinas vindas de historiadores especializados nesses campos de estudo. Mas disse a mim próprio que não me poderia apoiar apenas em material historiográfico moderno sem examinar os factos que esse material descreve. Se não o tivesse feito eu próprio, teria sido necessário esperar o tempo de uma geração. Se tivesse continuado a trabalhar sobre França, talvez tivesse obtido uma cátedra na universidade e uma glória provincial. Mas tinha decidido renunciar à glória.

«Após o povo ter sido exilado à força da sua própria terra, permaneceu-lhe fiel em todos os países da sua dispersão e não cessou de orar e esperar o seu regresso à terra para aí restaurar a sua liberdade política»: eis o que afirma o preâmbulo da Declaração de Independência [de Israel]. É também a citação que abre o terceiro capítulo do livro de Shlomo Sand "A Invenção da Diáspora". De acordo com Sand, o exílio do povo judeu da sua própria terra nunca teve lugar.


«O paradigma supremo do exílio era necessário para que se construísse uma memória de longo prazo na qual um povo-raça imaginário e exilado é colocado na continuação directa do "Povo do Livro" que o antecedeu», Sand explica. Sob a influência de outros historiadores que se debruçaram nos últimos tempos sobre esta questão, ele afirma que o exílio do povo judeu é, na origem, um mito cristão, que descreve o exílio como uma punição divina castigando os judeus pelo pecado de terem rejeitado o evangelho cristão.

Comecei a procurar livros sobre o exílio – um acontecimento fundador na História Judaica - quase como o genocídio; mas, para meu grande espanto, descobri que não existia literatura sobre o tema. O motivo é que ninguém exilou um povo desta terra. Os Romanos não deportaram povos e não o poderiam ter feito mesmo que o pretendessem. Não tinham nem comboios nem camiões para poder deportar populações inteiras. Uma logística dessas não existiu antes do século XX. Foi, de facto, a partir daí que surgiu o meu livro: da compreensão que a sociedade judaica não tinha sido dispersa nem exilada.


Ofri: Se o povo não foi exilado, está na realidade a afirmar que os verdadeiros descendentes dos habitantes do reino da Judeia são os Palestinianos.

Shlomo: Nenhuma população se mantém pura ao longo de um período de milhares de anos. Mas a possibilidade de que os Palestinianos sejam os descendentes do antigo povo da Judeia são bastante maiores que a possibilidade que você ou eu [ambos judeus] o sejamos. Os primeiros sionistas, até à insurreição árabe [1936-1939], sabiam que não existira nenhum exílio e que os Palestinianos eram os descendentes dos habitantes da região. Eles sabiam que os camponeses não partem de um local a não ser que sejam expulsos. Até Yitzhak Ben Zvi, o segundo presidente do Estado de Israel, escreveu em 1929 que "a grande maioria dos fellahs (camponeses árabes) não são originários dos invasores árabes mas, muito antes disso, dos fellahs judeus que constituíam a maioria da região".


Ofri: E como é que milhões de judeus apareceram à volta do Mediterrâneo?

Shlomo: O povo não se disseminou, foi a religião judaica que se propagou. O judaísmo era uma religião prosélita (que convertia outras pessoas à sua religião). Contrariamente ao que se pensa, no judaísmo antigo exista uma vontade muito forte de converter. Os Hasmoneanos foram os primeiros a começar a criar grande número de judeus por meio de conversões massivas, sob a influência do helenismo. São estas conversões, desde a revolta dos Hasmoneanos até à de Bar Kochba, que prepararam o terreno para a posterior difusão massiva do Cristianismo. Após o triunfo do Cristianismo, no século IV, o movimento de conversão ao judaísmo foi travado no mundo cristão e houve uma diminuição brutal do número de judeus. Pode-se supor que muitos judeus convertidos na zona mediterrânica se tenham tornado cristãos. Então, o judaísmo começa a difundir-se noutras regiões pagãs - por exemplo, no Iémen e no norte de África. Se isto não tivesse sucedido - se o judaísmo não se tivesse continuado a converter no mundo pagão – teria ficado uma religião completamente marginal, se é que não teria mesmo desaparecido.


Ofri: Como é que chegou à conclusão que os judeus do Norte de África são descendentes de Berberes convertidos?

Shlomo: Interroguei-me por que razão comunidades judaicas tão importantes podiam ter surgido em Espanha. Reparei então que Tariq Ibn-Ziyad, comandante supremo dos muçulmanos que invadiram a Espanha, era berbere e que a maioria dos seus soldados eram também berberes. O reino berbere judeu de Dahia Al-Kahina fora vencido apenas 15 anos antes. E a verdade é que há diversas fontes cristãs que declaram que muitos de entre os invasores de Espanha eram convertidos ao judaísmo. A origem da grande comunidade judaica de Espanha eram estes soldados berberes convertidos ao judaísmo.

Segundo Sand, o contributo demográfico mais decisivo para a população judaica no mundo deu-se na sequência da conversão do reino khazar - o vasto império estabelecido na Idade Média nas estepes circundantes do rio Volga e que, no auge do seu poder, dominava desde a actual Geórgia até Kiev. No século VIII os reis khazares adoptaram a religião judaica e fizeram do hebreu a língua escrita do reino. A partir do século X o reino estava já enfraquecido e no século XIII foi derrotado em toda a linha pelos invasores mongóis e o destino da sua população judaica perde-se então nas brumas.


Shlomo Sand revisita a hipótese, já avançada por historiadores dos séculos XIX e XX, segundo a qual os khazares convertidos ao judaísmo seriam a principal origem das comunidades judaicas da Europa de Leste: «No início do século XX há uma grande concentração de judeus na Europa de Leste; só na Polónia são três milhões», afirma. «A historiografia sionista pretende que a sua origem provém da comunidade judaica mais antiga da Alemanha, mas essa historiografia não explica por que motivo o reduzido número de judeus originários da Europa Ocidental - de Mainz e Worms - pôde fundar o povo yiddish da Europa de Leste; na verdade, os judeus da Europa de Leste são uma mistura de khazares e eslavos rechaçados para Ocidente.»


Ofri: Se os judeus da Europa de Leste não são originários da Alemanha porque é que falavam yiddish, que é uma língua germânica?

Shlomo: Os judeus, a leste, formavam um grupo que dependia da burguesia alemã e foi dessa forma que adoptaram palavras alemãs. Aqui, apoio-me nas investigações do linguista Paul Wechsler, da Universidade de Telavive, que demonstrou que não existe ligação etimológica entre a língua judaica alemã da Idade Média e o yiddish. O Rabi Yitzhak Bar Levinson, já em 1928, dizia que a antiga língua dos judeus não era o yiddish. Até Ben Tzion Dinour, pai da historiografia israelita, não tinha problemas em apontar os khazares como a origem dos judeus da Europa de Leste, descrevendo a Khazaria como a "mãe das comunidades de exílio" na Europa de Leste. No entanto, desde 1967 que qualquer pessoa que fale dos khazares como sendo os antepassados dos judeus da Europa de Leste é encarado como bizarro e delirante.


Ofri: Na sua opinião, porque é que a ideia de uma origem khazar é tão ameaçadora?

Shlomo: É evidente que o receio se prende com a contestação do direito histórico sobre esta terra [Israel]. Revelar que os judeus não vieram da Judeia parece reduzir a legitimidade da nossa presença aqui. Desde o início do período de descolonização, os colonos não podem vir simplesmente dizer: «viemos, vencemos e agora somos daqui» - como também afirmaram os americanos, os brancos da África do Sul e os australianos. Existe um receio profundo que seja posta em causa o nosso direito à existência.


Ofri: E esse receio não tem fundamento?

Shlomo: Não. Não creio que o mito histórico do exílio e da errância seja a origem da minha legitimidade em estar aqui [em Israel]. Para mim é indiferente saber que sou de origem khazar. Não receio este abalar da nossa existência pois penso que a natureza do Estado de Israel ameaça de forma bem mais grave a sua existência. O que pode fundar a nossa existência aqui não são direitos históricos mitológicos mas o facto de virmos a estabelecer aqui uma sociedade aberta, uma sociedade do conjunto de todos os cidadãos israelitas.


Ofri: No fundo, afirma que não existe um povo judeu.

Shlomo: Não reconheço um povo judeu internacional. Reconheço um "povo yiddich" que existia na Europa de Leste, que não é uma nação mas onde é possível ver uma civilização yiddish com uma cultura popular moderna. Penso que o nacionalismo judeu se desenvolveu a partir desta base yiddish. Reconheço igualmente a existência de uma nação israelita e não contesto o seu direito à soberania. Mas o sionismo, tal como o nacionalismo árabe ao longo dos anos, não estão preparados para o reconhecer.

Do ponto de vista do sionismo, este Estado não pertence aos seus cidadãos, mas sim ao povo judeu. Reconheço uma definição de Nação: um grupo humano que pretende viver de forma soberana. Mas a maioria dos judeus em todo o mundo não quer viver no Estado de Israel, apesar de nada os impedir a que o façam. Assim, não se pode ver neles uma nação.


Ofri: O que é que existe de perigoso no facto de os judeus imaginarem que pertencem a um só povo? Por que razão isso seria errado?

Shlomo: No discurso israelita sobre as suas raízes existe uma dose de perversão. É um discurso etnocêntrico, biológico, genético. Mas Israel não tem existência como estado judaico: se Israel não se desenvolve e se transforma numa sociedade aberta e multicultural, teremos um Kosovo na Galileia. A consciência de um direito sobre este local deve ser mais flexível e variada e se eu contribuí com este livro para que eu próprio e os meus filhos possamos viver aqui com os outros, neste Estado, numa situação mais igualitária, terei feito a minha parte.

Devemos começar a trabalhar duramente para transformar este local que é o nosso numa república israelita, onde nem a origem étnica nem a crença serão pertinentes à luz da lei. Quem conhece as jovens elites entre os árabes de Israel pode constatar que eles não concordam em viver num Estado que proclama que não é o seu. Se fosse palestiniano rebelar-me-ia contra um tal Estado, mas é também como israelita que me rebelo contra este Estado.


Ofri: A questão que se põe é saber se, para chegar a tais conclusões, seria necessário ir até ao reino dos Khazars e ao Reino Himiarita.

Shlomo: Não escondo que sinto um grande incómodo em viver numa sociedade em que os princípios nacionais que a dirigem são perigosos e que esse incómodo serviu de motor para a minha pesquisa. Sou cidadão deste país mas também sou historiador e, enquanto historiador, tenho obrigação de escrever a História e de examinar os textos. Foi isso que fiz.


Ofri: Se o mito do sionismo é o mito do povo judeu que retornou do exílio a esta terra, qual será o mito do Estado que imagina?

Shlomo: Um mito de futuro é, a meu ver, preferível a mitologias do passado e de se fechar em si próprio. Para os americanos, e também para os europeus de hoje, o que justifica a existência de uma Nação é a promessa de uma sociedade aberta, avançada e opulenta. Os condimentos israelitas existem mas há que lhes acrescentar, por exemplo, festas que reúnam todos os israelitas. Reduzir um pouco os dias comemorativos e acrescentar dias consagrados ao futuro. E também, por exemplo, acrescentar uma hora para comemorar a Nakba (literalmente, a "catástrofe" – o termo palestiniano para aquilo que aconteceu quando Israel foi fundado], entre o Dia do Senhor e o Dia da Independência.
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ISSO EXPLICA A SUA PRESENÇA NO IMPÉRIO ROMANO EM QUE O COMÉRCIO COM O NORTE DE ÁFRICA ERA MUITO E COMO DURANTE O PERÍODO VISIGODO ELES ACABARAM POR FACILITAR A INVASÃO MUÇULMANA QUE VEIO CHEIA DE BÉRBERES...
ALIÁS BASTA VER O ASPECTO FÍSICO DE ALGUNS SEFARDITAS E COINCIDEM NA PERFEIÇÃO COM NORTE AFRICANOS...
SE FORAM EXPULSOS POR SE RECUSAREM A CONVERTER-SE AO CRISTIANISMO E MUITOS PREFERIRAM VOLTAR PARA ÁFRICA TUDO BEM.AGORA QUE ANDEM A ENGANAR O ZÉ POVINHO COM ESSA DE "PORTUGUESES" VÊ-SE QUE NÃO TEM PÉS PARA ANDAR...