Wednesday, June 11, 2014

O PAI DA PÁTRIA QUE APOIA O ANTÓNIO COSTA RETRATADO PELA PIDE/DGS

Portugal deixou a PIDE colaborar com apartheid - Óscar Cardoso
09-06-2014 | Fonte: Jornal de Angola
Óscar Cardoso foi inspector-adjunto da PIDE/DGS. Era o número dois da organização em Angola. Nas savanas do Cuando Cubango fundou os Flechas “para travarem a UNITA que queria fazer a guerrilha na região”. O sucesso destas forças levou a multiplicar os grupos em todos os teatros de operações.


Em 1976, Óscar Cardoso foi para a Rodésia de Ian Smith onde criou forças especiais para enfrentar os guerrilheiros da ZANU, comandados por Robert Mugabe. Um ano depois foi para a África do Sul organizar as forças de Savimbi na guerra contra Angola. Pela primeira vez, depois da “Revolução dos Cravos” em Portugal e a extinção formal da polícia política portuguesa, um alto responsável da PIDE fala do percurso de Savimbi ao serviço de Portugal e do apartheid.


Jornal de Angola - Foi para Angola como militar ou já ao serviço da PIDE? 

Óscar Cardoso - Eu era um homem de confiança do regime e a PIDE soube que o director da polícia em Angola, São José Lopes, estava metido numa conspiração com a Rodésia e a África do Sul para proclamarem a independência do território. Com São José Lopes estavam pessoas com grande poder económico na província. Era preciso travar aquilo. Fui para Luanda com essa missão. Nessa altura já era inspector.

JA - Conseguiu travar essa conspiração? 

OC - A minha missão era secreta, mas São José Lopes soube tudo ainda eu não tinha desembarcado em Luanda. Por isso, quando cheguei, mandou-me para o Cuando Cubango alegando que havia movimentos subversivos na região que era preciso travar. Quis ver-se livre de mim, rapidamente. Na verdade as forças do MPLA usavam o norte do Cuando Cubango para se infiltrarem no planalto central e o Savimbi queria fazer a guerrilha naquela zona. Eu estudei antropologia na Escola Colonial e interessei-me pelos khoisan, os chamados bosquímanos. Conheci-os ao vivo. Quanto à conspiração, eles pararam na altura mas nunca abandonaram o projecto. Logo a seguir ao 25 de Abril, retomaram-no.

JA - O que concluiu com os seus estudos? 

OC - Os bosquímanos foram empurrados para os locais mais inóspitos e por isso odiavam todos os que não eram da tribo. Verifiquei que eram pisteiros espantosos. Liam os rastos como nós lemos um livro. Sabiam se as pegadas eram de homem ou mulher, se iam carregados ou não. Um dia até me disseram que a pista era de uma mulher grávida. O administrador Amaral Pontes tinha uma grande paixão pelos bosquímanos. Chamavam-lhe Tata Kun. Um dia decidimos fazer deles uma força contra os grupos da UNITA que queriam implantar-se no Cuando Cubango. Como as suas armas eram os arcos e flechas, pus-lhes o nome de “Flechas”.

JA - Como conseguiam enfrentar forças armadas só com arcos e flechas?

OC - As flechas eram armas terríveis. Eles conhecem um tubérculo altamente venenoso que fica uns dias em infusão. Depois embebem as pontas das flechas naquele líquido e quando acertam nas presas, elas ficam paralisadas. Nem os elefantes resistem ao veneno. Os Flechas arrasaram os homens da UNITA porque eles tinham medo da noite. Os bosquímanos conhecem a noite tão bem como o dia e atacavam o inimigo quando estava a dormir. Seguiam o lema do general chinês Sun Tse Wu, que existiu há mais de 3500 anos: sejam mais rápidos que o vento e tão misteriosos como a mata. Sejam destruidores como o fogo e silenciosos como as montanhas. Sejam impenetráveis como a noite e furiosos como o trovão.

JA - Os Flechas no Leste também eram bosquímanos? 

OC – Não. Dado o êxito dos Flechas no Cuando Cubango, decidimos criar unidades em todos os postos situados no teatro de guerra. Em Gago Coutinho (Lumbala Ngimbo) foram recrutados os antigos guerrilheiros que se entregaram ou foram feitos prisioneiros. Depois também recebemos um grande reforço dos guerrilheiros da UNITA comandados pelo major Sachilombo, formado na academia militar de Nankin e que na época era o número dois da UNITA.

JA - A UNITA foi criada pela PIDE? 

OC - Não, a UNITA foi criada pelo Savimbi e mais alguns companheiros, que receberam treino político e militar na China. Nós conhecíamos o perfil de todos e quando se instalaram na Frente Leste fomos estabelecendo contactos. Eles estavam a ser muito úteis porque combatiam as forças do MPLA. Mas depois infiltraram-se na zona do Munhango e começaram a incomodar a actividade dos madeireiros. Nessa altura fizemos o que qualquer força de inteligência militar faz: estabelecemos contactos com Savimbi e os seus oficiais.

JA - Está a falar da “Operação Madeira”? 

OC- Exactamente. O pessoal da PIDE e do comando da Frente Militar Leste começou a estabelecer contactos com Savimbi e os seus oficiais. Conseguimos resolver o problema dos madeireiros. Logo nos primeiros contactos verificámos que o Savimbi tinha muito gosto em trabalhar connosco. O general Bettencourt Rodrigues, um militar extraordinário, deu luz verde e a UNITA passou a combater ao lado das tropas portuguesas.

JA - Quem fez os contactos com a UNITA no Munhango?

OC - Alguns nomes são públicos, mas eu não vou repeti-los. Por uma questão de ética só dou eu a cara. E refiro o senhor general Bettencourt Rodrigues porque ele nunca escondeu o seu papel na Operação Madeira. O Savimbi estava cheio de vontade para combater as forças do MPLA e nós fizemos-lhe a vontade.

JA - Savimbi fez alguma exigência para lutar ao lado das tropas portuguesas e dos Flechas da PIDE? 

OC - Fizemos um acordo, ele combatia os guerrilheiros do MPLA e nós dávamos em troca armas, apoio logístico e médico. O Savimbi esteve várias vezes internado no Hospital do Luso (Luena). Ele tinha problemas de saúde que se agravaram mais tarde. Recebeu tratamento várias vezes num hospital da África do Sul que tinha uma área secreta, destinada exclusivamente ao pessoal da UNITA.

JA - Depois da “Operação Madeira” a UNITA fez operações contra a tropa portuguesa? 

OC - Fez algumas, para limpar a imagem. Quando se soube que Savimbi estava do nosso lado, perdeu prestígio em África. E ele queria mostrar que eram mentiras para o prejudicar. Fez uma operação que quase me custou a vida. Mas Deus salvou-me.

JA - Não me diga que Deus estava ao lado da PIDE?

OC - Pensem o que quiserem, mas eu fui salvo por Deus. Quando os comandantes Sachilombo e Pedro foram para Gago Coutinho, algum tempo depois começaram a circular notícias que davam a UNITA como uma organização ao serviço da PIDE. Então o Savimbi, que era muito traiçoeiro, resolveu fazer uma operação para limpar a imagem negativa. Armou-me uma cilada. Queria matar-me, matar um coronel da Força Aérea da África do Sul e o major Sachilombo. 

JA - O que aconteceu? 

OC – O Savimbi mandou dizer que queria mandar um grupo grande de guerrilheiros para nos ajudar  na III e na IV Região do MPLA. Disse que o comandante Nzau Puna ia comandar esses grupos. Montámos a Operação Viragem e tratámos de todos os pormenores. O ponto de encontro era perto de Cangamba. Nós mandámos Flechas por terra em direcção ao local. Eu e o major Sachilombo fomos num helicóptero sul-africano, pilotado por um coronel. Aterrámos a cinco quilómetros do objectivo, num pequeno planalto, como estava previamente combinado. Veio ao nosso encontro um homem andrajoso, mas com as mãos e as unhas bem tratadas. Fiquei desconfiado com isso.

JA - Retiraram da zona? 

OC - Desconfiei e manifestei as minhas desconfianças ao major Sachilombo. Mas decidimos acompanhar aquela figura estranha. Dois quilómetros à frente, encontrámos os nossos Flechas. Estavam todos sem armas. Disseram que os oficiais da UNITA lhes pediram para guardarem as armas porque estávamos numa operação de amizade e não fazia sentido andarem armados. Fiquei ainda mais desconfiado. O guia indicou-nos um morro a cerca de dez quilómetros. Era lá que estavam os homens da UNITA e o Savimbi. Nesse momento o major Sachilonmbo chamou-me à parte e disse para sairmos imediatamente dali. Dissemos aos homens para se dispersarem e esperarem a chegada do helicóptero.

JA - Como escaparam?

OC - Partimos apressadamente para o helicóptero e quando levantámos voo pedi ao piloto para sobrevoar o morro onde estava Savimbi e os seus homens. Mas o piloto disse que tinha pouco combustível e era melhor regressar a Cangamba para abastecer. Chegámos a uma hora que já não dava para regressar. No dia seguinte, ao nascer do sol, partimos para o local. Estava tudo limpo, mas sobre o morro caía uma chuva torrencial. Não se via nada. Demos algumas voltas até que o nosso radiotelegrafista em terra nos disse que quase todos os Flechas tinham sido mortos pela UNITA. Disse-lhe para desligar o rádio e esconder-se. Montámos uma operação de resgate. Os Flechas em terra tinham sido esquartejados. Foi horrível. Se não fosse aquela chuva hoje não estava aqui. 

JA - Acabaram aí as relações com a UNITA? 

OC - Continuaram, mas quisemos saber o que tinha acontecido. Os seus homens disseram que o Savimbi decidiu montar a Operação Baile para limpar a imagem da UNITA. Queria apresentar a minha cabeça, as do major Sachilombo e do coronel sul-africano. Além disso ficava com o helicóptero como troféu. Assim provava que nada tinha a ver com a PIDE e ainda acusava os portugueses de estarem aliados à África do Sul. Dizer ao mundo que tinha morto em combate o fundador dos Flechas era um grande trunfo. E fazia o papel de justiceiro em relação ao major Sachilombo.

JA - Essa foi a única operação contra as forças portuguesas? 

OC - Ainda fizeram mais uma ou duas operações contra as forças armadas portuguesas, sempre para mostrar que a UNITA lutava contra nós. Eu alertei para este comportamento, mas nada pude fazer quando, depois do 25 de Abril, a inteligência apresentou Savimbi como o “muata da paz” e a UNITA como o “movimento dos brancos”.

JA - Ninguém o quis ouvir? 

OC - Não, eu estava de licença graciosa em Portugal e apanhei lá os acontecimentos do 25 de Abril. Perdi os contactos e não pude agir. Aquela ideia de fazer do Savimbi o grande dirigente angolano da paz foi um erro trágico. Perderam os angolanos e os portugueses. Depois fui preso no Forte de Peniche. Estive lá dois lados. Comandei o forte e depois fui prisioneiro. Mas nunca ninguém me tocou com um dedo. Só quiseram destruir-me psicologicamente. Resisti. 

JA - O senhor era considerado da linha dura da PIDE.

OC – O que é isso da linha dura? Nunca torturei ninguém. Nunca toquei com um dedo num preso. Havia um dirigente estudantil que andava a fazer asneiras. Foi preso. Quando o interroguei percebi que ele não valia nada. Telefonei à mãe para ir buscá-lo à sede da PIDE. No dia seguinte todos os estudantes souberam o que aconteceu e ele perdeu o prestígio. Depois do 25 de Abril reapareceu e hoje é um grande político. Mas confesso que, por vezes, era preciso dar uns calores.

JA  – A PIDE tinha infiltrados nos movimentos de libertação.

OC  – Sim, nós tinhamos e eles também tinham pessoas infiltradas nos nossos serviços.

JA - Depois do 25 de Abril foi julgado em Tribunal Militar? 

OC - Fui julgado e na minha folha de serviços constavam relevantes serviços prestados à pátria, no Exército, na GNR e na PIDE/DGS. Apanhei dois meses de prisão por não me ter apresentado semanalmente no posto da GNR, como tinha sido determinado pelo Tribunal civil. Nos meses que se seguiram ao 25 de Abril soube que a UNITA tinha torturado e assassinado o Soba Matias no Cuando Cubango. Fiquei em choque. Ele era um valioso combatente ao serviço de Portugal.

JA - Quem era o Soba Matias? 

OC - Um grande homem. Um dia foi ter comigo ao posto da PIDE em Serpa Pinto (Menongue) e disse que andavam homens da UNITA a fazer mal ao povo. Pediu-me oito armas para ir apanhá-los. Confiei nele e entreguei-lhe as armas. Apanhou os guerrilheiros da UNITA. Desde então, foi um combatente extraordinário. Depois do 25 de Abril os homens da UNITA foram à sua aldeia e mandaram-no arriar a bandeira portuguesa. Ele recusou. Torturaram-no até à morte e esquartejaram-no para servir de exemplo ao povo. Foi terrível.

JA - Mesmo sabendo disso, foi trabalhar com Savimbi na África do Sul? 

OC - Eu tive de fugir de Portugal. Passei 730 dias preso em Peniche e quando saí em liberdade condicional, participei em algumas operações do ELP e do MDLP. Fui denunciado e os revolucionários queriam prender-me outra vez. Quando o autocarro se atrasa 15 minutos ficamos logo nervosos. Eu passei 730 dias da minha vida no Forte de Peniche. Não queria ficar preso nem mais um minuto. Contactei os meus amigos da Rodésia e fui para lá. Saí de Portugal clandestinamente e em Madrid os meus amigos do MDLP arranjaram-me um passaporte. Eles tinham muitos passaportes, em branco. Tive que arranjar um nome falso.

JA - Como passou a chamar-se? 

OC - Rogério Ramon Pinto de Castro. Cada nome destes correspondia ao meu pseudónimo nas organizações a que pertencia: Exército de Libertação de Portugal (ELP), Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), Frente de Libertação dos Açores (FLA) e Frente de Libertação da Madeira (FLAMA). Preenchemos o passaporte e um amigo fez um carimbo com uma batata para parecer verdadeiro. Assim embarquei para Salisbúria (actual Harare, capital do Zimbabwe).

JA - Em Portugal participou nos atentados do MDLP e do ELP? 

OC - Ajudei a fazer atentados. Mas só atacámos as sedes do Partido Comunista. Ainda tentámos salvar Portugal, mas quando precisámos de um presidente, o general Spínola fugiu para o Brasil. Percebi logo que aquilo não ia dar nada.

JA - António Spínola não era o vosso chefe? 

OC - Nunca foi. O ELP foi fundado pelo coronel Santos e Castro. O MDLP foi criado pelo comandante Alpoim Calvão. A FLAMA tinha pouco peso e a FLA não ia a lado nenhum. A CIA pediu-me para ir aos Açores ver se havia possibilidades da independência do arquipélago. Mas isso só era possível se derrotássemos os comunistas. Moscovo estava por trás do 25 de Abril. Eles queriam Portugal na órbita comunista por causa das colónias. Mas percebi logo que não íamos a lado nenhum. Então decidi oferecer os meus préstimos à Rodésia.

JA - Trabalhou com a CIA?

OC - Sim, trabalhei mas só depois do 25 de Abril. Fui aos Açores ver se havia possibilidade de declarar a independência do arquipélago. Os meus contactos foram muito importantes, mais tarde. O meu amigo Daniel Chipenda foi abandonado pelos americanos depois da independência de Angola e eu meti-o na CIA. 

JA - Antes de irmos à Rodésia: qual foi o papel de Mário Soares no Verão Quente? 

OC - Serviu-se de nós. Ele queria poder a todo o custo. Apoiou os operacionais do ELP e do MDLP, trabalhou com a CIA, fez tudo o que Carlucci lhe mandou fazer. Quando conseguiu o que queria, abandonou os amigos. É muito parecido com o Savimbi. Por isso, sou capaz de me sentar à mesa com todos, menos com os socialistas.

JA - Qual foi o seu papel na Rodésia de Ian Smith?

OC - Organizei as forças especiais, para enfrentarem os guerrilheiros da ZANU. Eu ganhei muita experiência em Angola e acabei por criar “Flechas” na Rodésia. Um ano depois, fui-me embora. Eles tratavam-me como se fosse um criado. Nunca fui tão maltratado. Meti-me num avião e aterrei em Joanesburgo. Viram o apelido Castro no meu passaporte, o meu rosto barbudo e disseram que era um espião cubano. Pedi um rand para telefonar ao brigadeiro Ben Roos. Recusaram. Ofereci dez dólares rodesianos por um rand. Nada. Depois veio um oficial, ouviu a minha história e deu-me um rand para telefonar. Falei com o brigadeiro e ele mandou logo os seus homens tirar-me do aeroporto.

JA - Foi assim que ficou a trabalhar com os sul -africanos? 

OC - A minha ideia era essa. Ben Roos disse-me que a África do Sul estava a preparar a batalha final contra Angola e que iam ganhar. Convidou-me para ser o oficial superior de ligação com os homens da UNITA e do Batalhão Búfalo. Aceitei. Mas alertei imediatamente o brigadeiro para a personalidade do Savimbi. Ele já sabia tudo . Foi assim que fui parar a Oshakati, onde montei o comando. E comecei a trabalhar com o pessoal da UNITA.

JA - Quem era o seu contacto? 

OC - Era o senhor Isaías Samakuva, um homem muito apagado e extremamente limitado. Tinha pouco rasgo. Não é fácil trabalhar com pessoas que não percebem nada do que lhe dizemos. Expliquei-lhe que a África do Sul queria que a UNITA servisse de tampão aos avanços da SWAPO. Mas o Savimbi tinha-lhe dito que a UNITA estava a lutar contra os cubanos e os russos e ele repetia esse discurso por tudo e por nada. Mas não tomava qualquer decisão. Quando vejo que hoje é líder da UNITA, fico admirado. Ele não serve para liderar seja o que for. Não tem qualidades.

JA - Nesta altura falou com Jonas Savimbi? 

OC - Muitas vezes. Mas ele nada tinha a ver com as operações, os sul-africanos não lhe davam confiança para isso. Em Oshakati e no Rundu só tratávamos de inteligência, de operações militares e de sabotagens. O Savimbi era o político, nada tinha a ver com estas coisas. A base militar principal era na Jamba. Os sul-africanos e os americanos criaram ali aquela estrutura, grande em qualquer parte do mundo. Lá nada faltava. Mas eu estava mais ligado à inteligência e às operações. No início, o objectivo era travar a SWAPO. O Savimbi aceitou as regras, mas cedo mostrou que o seu único pensamento estava no combate ao MPLA para um dia chegar ao poder em Angola. Além de traiçoeiro, ele era de uma ambição sem limites.

JA - Qual era a sua missão? 

OC - Fazia tudo. Vezes sem conta fui levar armas e munições à fronteira. Transportei dezenas de feridos. Eles eram retirados de Angola em bicicletas e chegavam à fronteira num estado lastimável. Quase sempre tinham que ser mandados para o Rundu. Quando o Hospital de Ondângua não respondia à gravidade dos feridos, iam para Pretória, para o Hospital Voortekerhoogte. Ali os serviços secretos criaram uma área só para o pessoal da UNITA. Ninguém tinha acesso a essa zona. Médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal de apoio eram todos credenciados pelos serviços secretos.

JA - A UNITA usava armas sul-africanas?

OC - Nem pensar. A África do Sul não podia arriscar tanto. Montámos um esquema perfeito. Comprávamos armas de origem soviética à Hungria e a UNITA dizia que aquele material era apreendido às FAPLA nos combates. Todas as armas eram soviéticas. Entregávamos o material em Omungwelume, no Marco 14. Ali era o centro logístico. No Rundu tínhamos o grande aeroporto onde chegavam os aviões carregados de material. Nesta altura, também estava activo o Batalhão Búfalo, treinado pelo meu amigo Jan Breytenbach, um grande militar sul-africano. E tínhamos Flechas do Cuando Cubango. Hoje vivem algures na África do Sul, abandonados por todos.

JA - Na Jamba encontrou aqueles políticos portugueses que iam ver Savimbi?

OC - A Jamba era mais para mostrar a organização da UNITA e eu trabalhava como operacional. Ali estavam todos seguros, os aviões da Força Aérea Angolana não tinham capacidade de ir lá bombardear e regressar às suas bases. Os portugueses iam mais para tratar de negócios. Os diamantes e o marfim fizeram muitos amigos à UNITA.

JA - Sabe o que aconteceu com o avião de João Soares?

OC - Claro que sei. O avião era de um grande amigo meu, Joaquim Silva Augusto, comerciante no Rundu. Ele como piloto não era grande coisa. Carregaram os porões com pontas de marfim e com diamantes. Levantaram voo, mas o Augusto não conseguiu aguentar o aparelho no ar. Foi terrível, ficaram todos em mau estado. Foram transportados para o Hospital Verwoerd, onde a minha mulher era enfermeira. Só sabíamos que o Augusto estava gravemente ferido. A minha mulher foi imediatamente para o hospital, mas não encontrou o Augusto, estava a fazer exames de Raios X. Os outros tinham os olhos negros, estavam irreconhecíveis.

JA - Como soube que um dos feridos era João Soares?

OC - A minha mulher soube que os feridos eram todos portugueses. No dia seguinte já encontrou no hospital a mãe e a esposa de João Soares. Ele estava gravemente ferido. O nosso amigo Augusto, também. O tráfico de diamantes e de marfim daquela vez correu mal.

JA - João Soares diz que isso é invenção do Jornal de Angola. 

OC - O avião estava cheio de marfim e diamantes. Perguntem ao nosso amigo Augusto, que ele confirma tudo. A UNITA roubava os diamantes em Angola e matava os elefantes. Depois os amigos iam à Jamba buscar o material. 

JA - É verdade que os sul-africanos pediram a Mário Soares apoio à UNITA, em troca de lhe salvarem o filho?

OC - Desconheço. O Mário Soares não foi à África do Sul ver o filho ao hospital. Maria Barroso esteve lá muitos dias. A esposa de João Soares também. É uma situação interessante. Eu trabalhava com os sul-africanos na ligação com a UNITA. E Mário Soares apoiava a UNITA em Portugal. Estávamos unidos no mesmo objectivo. Mas para mim, esse homem foi o que de pior aconteceu à minha querida pátria.

JA - Pertencia às Forças Armadas Sul-Sfricanas?

OC - Trabalhei sempre com a inteligência militar. E sou coronel na reforma da Força Aérea da África do Sul. Fui condecorado. Quando chegou a altura de ir para casa perguntaram-me se queria uma pensão mensal ou se queria receber tudo de uma vez. Preferi o dinheiro todo. Deram-me 100.000 euros. Fui muito bem tratado na África do Sul. Participei nas negociações que conduziram à retirada das nossas tropas de Angola.

JA - Como oficial das forças sul-africanas? 

OC - Sim, nessa condição. Era perito em inteligência militar. Reuní-me com os oficiais angolanos e tratámo-nos todos com respeito. Do lado angolano estava gente com muito valor. Retirámos as nossas forças para além do paralelo determinado. Mas a guerra através da UNITA continuou até à Batalha do Cuito Cuanavale. Foi a batalha final. Os angolanos saíram vitoriosos. Tenho de reconhecer que foram heróicos, bateram-se pela pátria deles, como ninguém. São os vencedores.

JA - Tem alguma pensão do Estado Português?

OC - Tenho uma pensão, porque servi Portugal no Exército, na GNR e na PIDE/DGS. Fui condecorado e louvado. Mas agora andam a cortar-me a pensão. Estou muito triste com o presente de Portugal e apreensivo quanto ao futuro. Há demasiada corrupção. Deve ser o país mais corrupto do mundo. Depois as manobras do super capitalismo estão a lançar as pessoas na pobreza.

JA - Como vê as relações com Angola?

OC - Também estou apreensivo. A maneira como tratam Angola é revoltante. Há situações de autêntica irresponsabilidade. Mas Angola e Portugal estão condenados a ter boas relações. Espero que todos os problemas sejam ultrapassados. A presença da China em Angola também me preocupa. Se eles não tivessem ambições expansionistas, não tinham um exército tão grande. Aqueles milhões de homens em armas não são apenas para as paradas.

CLARO QUE AO ÓSCAR(ESTE) PORQUE O OUTRO SÓ "ENTREGOU" NÃO LHE PERGUNTARAM PELO SOBADO DE LISBOA EM CONSTRUÇÃO...E PELOS MESMOS GAJOS DAS "ENTREGAS" E COM A MESMA DETERMINAÇÃO MARXISTA-LENINISTA-MAOISTA!

ESPERO QUE A SEGURANÇA SOCIAL ESTUDE TAMBÉM O ASSUNTO PARA PAGAR MENOS RSI´S...

Prostituição passa a ser contabilizada para o PIB e poderá valer 1,1 mil milhões
11 Junho 2014, 10:21 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt
O INE vai, esta quarta-feira, esclarecer a forma de incluir actividades paralelas como a prostituição, no PIB. Segundo o Correio da Manhã, este negócio poderá valer 0,6% do produto interno bruto nacional.

PUTAS AO PODER QUE OS FILHOS JÁ LÁ ESTÃO!

PS

MAS NÃO ESMOREÇAM A PERSEGUIÇÃO AOS QUE RECORREM ÀS PUTAS(UMA EXCEPÇÃO À PANELEIRAGEM SERÁ JUSTIFICADA COMO DISCRIMINAÇÃO POSITIVA)

VIVA O MAMADOU BA QUE ENTROU A SALTO NA EUROPA PELA GRÉCIA, E É ASILADO PELA BÉLGICA, MAS DOUTRINA EM PORTUGAL EM PORTUGUÊS FLUENTE...



A salto




Mamadou Ba, um refugiado guineense na Grécia, e como tal perseguido pelos neonazis do partido Aurora Dourada, pediu ajuda à Bélgica, e a Bélgica apreciou positivamente o seu caso, concedendo-lhe o estatuto de asilado.
Que importância tem isto? Muita. Em certo sentido, muda tudo o que se esperava da Europa ainda há poucos anos. Ao admitir (corretamente) que se pode estar num país da União como a Grécia e ainda assim correr um tal risco de vida que justifica a concessão do estatuto de asilado, a Bélgica cruzou um rubicão no entendimento que os países da União têm uns dos outros. Fê-lo de forma plenamente justificada, mas não deixa de ser uma coisa enorme, se pensarmos um bocadinho: um país da União (a Bélgica) deixou de considerar que outro (a Grécia) seja um estado de direito no qual os direitos fundamentais das pessoas sejam respeitados. Fê-lo, é certo, para um cidadão de um país extra-comunitário, a Guiné (Conacri). Mas pouco faltará para que um cidadão europeu, um grego de esquerda, ou um húngaro judeu, ou um lituano homossexual, ou um eslovaco cigano, também mereça com igual justificação direito de asilo noutro país europeu. A diferença é que estes (ainda) podem viajar sem passaporte dentro do espaço Schengen.
E, de repente, isto remete-nos para um passado não tão longínquo quanto isso. Nesse passado, havia dois tipos de países europeus. Em primeiro lugar, os que faziam figura de países europeus, ou seja, que eram democráticos e desenvolvidos. Em segundo lugar, os que sendo europeus faziam lembrar países de outros continentes, onde havia pobreza e ditaduras. E as pessoas emigravam “a salto” dos segundos para os primeiros.
***
A continuar assim, um dia vamos olhar com admiração para as poucas décadas em que a coisa foi diferente. Não era preciso conceder asilo de um país europeu para outro porque se partia do princípio que, com diferenças, todos os países eram estados de direito e democracias nas quais os direitos fundamentais eram respeitados.
Nesta visão, que se arrisca a ter durado pouco tempo, a Europa era um “espaço de liberdade, segurança e justiça” onde o grau de proteção de direitos poderia sofrer algumas variações, mas não era essencialmente diferente. Poderia dar-se asilo a alguém do Turquemenistão ou da Birmânia, mas nada levaria a crer na necessidade de se dar asilo a um cidadão do país europeu ao lado. Chegou-se ao ponto de criar uma Carta Europeia dos Direitos Fundamentais para todos os cidadãos da União (cuja aplicação dentro dos estados-membros foi devidamente bloqueada pelos governos).
Olharemos com admiração para isto, e talvez com saudade. Primeiro, veio a crise financeira, e a divisão da Europa em países credores e países endividados. Depois, a crise económica e social, a emigração, e a divisão dos imigrantes entre os desejados (os “cérebros”) e os indesejados. E agora chegou a crise da representação democrática. Há que reconhecê-lo: em muitos dos nossos países, a política está doente. A nível europeu, nunca esteve boa. A “união cívica” que estivemos quase a ser está a ser desmantelada. Os “estados cívicos” que fomos, ainda que por pouco tempo, não estão melhor.
Ao subdesenvolvimento acrescentam-se as subdemocracias. Vamos a salto para o passado.

Ó TAVARES CONFESSA LÁ QUE TENS UMA CERTA QUEDA PARA AFRICANOS PÁ.DEPOIS DA ENTREGA DE TUDO O QUE TINHA PRETO E NÃO ERA NOSSO CLARO...
A CHATICE É QUE JÁ DEIXASTE DE PODER "INTERPRETAR/REPRESENTAR" COISA QUE AINDA VAI NO ADRO PARA OS HABITUAIS GAJOS DO TUDO E DO SEU CONTRÁRIO...

A UNANIMIDADE DA TRAIÇÃO..."INTERPRETADORA/REPRESENTANTE"

Judeus Sefarditas lutam para recuperar nacionalidade

por Luís GodinhoHoje65 comentários

Descendentes de judeus expulsos nos séculos XV e XVI pedem que legislação com um ano seja regulamentada e criticam atraso do Governo
Os descendentes dos judeus sefarditas expulsos de Portugal nos séculos XV e XVI continuam à espera que o Governo regulamente uma lei aprovada por unanimidade pela Assembleia da República, por iniciativa do CDS e do PS, que lhes permite adquirir a nacionalidade portuguesa. A Lei nº 43/2013, publicada dia 3 de julho em Diário da República, previa que os procedimentos para a aquisição da nacionalidade ficassem definidos nos três meses seguintes. Passado um ano, a comunidade sefardita não foi sequer ouvida sobre o assunto.

NUNCA EM TEMPO ALGUM  AO LONGO DE 900 ANOS DE HISTÓRIA DA NAÇÃO FOMOS TÃO TRAÍDOS PELOS GAJOS QUE ALEGADAMENTE "ELEGEMOS".ASSIM QUEM É QUE NÃO FICA À ESPERA DE "DITADURAS NACIONALISTAS"?
OS SEFARDITAS NÃO QUEREM PAGAR OS 500000 EUROS PELO "PASSAPORTE"...PELO QUE VAMOS APANHAR COM MAIS ALGUMA TRIBO JUDAICA-AFRICANA...
EU SE TIVESSE UMA PROPRIEDADE COM SIMBOLOGIA JUDAICA APAGAVA-A DEPRESSA.É QUE NESTAS COISAS É UMA DESGRAÇA SEGUE-SE A OUTRA...

PS

COMO O ANTÓNIO COSTA É O MELHOR OUVIDOR DE SEMPRE DAS DIFERENÇAS E DESIGUALDADES A MAÇONARIA ANDA A TRATAR DE O METER NO POLEIRO...

PS1

AQUI NÃO HOUVE PULHAS BONS E PULHAS MAUS.FORAM TODOS PULHAS...UNANIMAMENTE!

Tuesday, June 10, 2014

POR CÁ A DIREITA NEOLIBERAL TAMBÉM JÁ PERDEU VOTOS.E AINDA FALTA A ALTERNATIVA...PORQUE "EXTREMAS-DIREITAS" NÃO TEMOS CERTO?

El Tea Party inflige la derrota más severa al aparato del Partido Republicano

El líder de la mayoría en la Cámara de Representantes, moderado en inmigración, pierde ante un profesor de economía desconocido

El congresista Eric Cantor, acompañado de su esposa, Diana, acepta la derrota en un discurso en Richmond, la capital de Virginia / STEVE HELBER (AP)
El aparato del Partido Republicano sufrió este martes una de las peores derrotas en las últimas décadas. David Brat, un desconocido profesor de economía afín al movimiento populista Tea Party, derrotó en las primarias republicanas del distrito 7 de Virginia a Eric Cantor, líder de la mayoría republicana en la Cámara de Representantes y una de las cabezas visibles de la derecha en Estados Unidos.
El resultado en la primaria para las legislativas de noviembre sorprendió a casi todos los políticos y analistas. Por inesperada y por el rango del derrotado —Cantor, de 51 años, es el número dos el partido, después del ‘speaker’ o presidente de la Cámara, John Boehner—, es una de las mayores sacudidas al orden político en Washington en tiempos recientes. Desconcertado, el Partido Republicano ve cómo aumenta el abismo entre el ala moderada y el ala populista, y cómo el proceso de derechización permite al Partido Demócrata postularse como el partido del centro y de la nueva América: más diversa, menos blanca, más tolerante.
Con Brat, de 49 años, triunfa el mensaje contrario a la regularización de inmigrantes indocumentados frente a las posiciones más tibias de Cantor y otros dirigentes republicanos. El Tea Party, dado varias veces por muerto, sigue marcándole el paso a la derecha. No sólo ha tranformado la agenda del Partido Republicano sino que todavía le queda fuerza para destronar a sus hombres más poderosos.
Brat obtuvo un 56,5% de votos. Cantor, que llevaba doce años en la Cámara de Representantes y al que se consideraba como un candidato claro para suceder a Boehner en el cargo de ‘speaker', un 44,4%. Desde que se creó el cargo del líder de la mayoría, en 1899, ninguno de sus ocupantes había perdido la nominación para la reelección, según datos de la web Smart Politics de la Universidad de Minnesota.
La victoria de Brat es la primera victoria de peso del Tea Party después de que sus candidatos perdieran en una serie de primarias este año. Quizá sea la mayor victoria de su historia, desde que en 2009, tras la llegada del demócrata Barack Obama a la Casa Blanca, varios grupos de activistas contrarios al rescate de los bancos, a las inversiones públicas y a la reforma sanitaria  impulsaron un movimiento que acabó definiendo el programa del Partido Republicano. Un antecedente de la derrota de Cantor es la del veterano senador republicano Richard Lugar, de Indiana, ante el candidato Tea Party, Richard Murdock en 2012.
El resultado desconcierta al establishment del Partido Republicano
y da alas al populismo conservador
Las circunstancias eran distintas entonces. El Tea Party se hallaba en su apogeo. Contaba con aliados como el propio Cantor, uno de los artífices de la reconquista republicana de la Cámara de Representantes en las legislativas de 2010, una promesa de la derecha siempre dispuesta a moverle la silla a Boehner, un hombre que siempre tuvo un pie en el establishment y el otro el movimiento Tea Party.
Ocurrió que ni se había distanciado suficientemente del establishment ni había suscrito con el fervor adecuado el credo Tea Party. Cantor, sin defender la reforma migratoria que Obama promueve y algunos republicanos apoyan, aceptaba la regularización de jóvenes indocumentados, una medida que para su rival, Brat, equivalía a una amnistía. La identificación de Cantor con Washington —y todo lo que este nombre evoca para muchos votantes: corrupción, politiquería, desconexión con el pueblo— también sirvió a Brat en la campaña.
La derrota de Cantor —el único republicano judío en el Congreso— le quita a Boehner su rival más cercano pero puede ser una fuente de problemas para el Partido Republicano. Si se interpreta como una señal de que cualquier concesión en materia de inmigración será castigada, forzará una mayor derechización de un partido que en los últimos años no ha dejado de alejarse del centro. Y, si esto sucede, los demócratas tendrán más espacio para ganar las elecciones de los próximos años con un mensaje que apele al centro y a las minorías. Pero, sin el concurso de la oposición, los planes de Obama para una reforma migratoria —ya muy descafeinados tras las sucesivas negativas de la Cámara de Representantes— quedarán aparcados definitivamente.
El mismo día que Cantor perdía, supuestamente por su posición tibia ante la inmigración, el senador republicano por Carolina del Sur Lindsey Graham —favorable a una reforma migratoria en términos muy similares a los de Obama— derrotaba en las primarias de este estado a seis candidatos del Tea Party. La política, y menos la política norteamericana, no es una ecuación.

A COISA NO OCIDENTE ESTÁ A FICAR LINDA...AS OVELHINHAS NÃO SE ESTÃO A DEIXAR CONDUZIR AO MATADOURO FACILMENTE....

DIGAM LÁ QUANTOS POBRES DO PLANETA NACIONALIZARAM EM 2013 E QUANTOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS TÊM QUE SER DESPEDIDOS PORQUE O DINHEIRO NÃO ESTICA...

O PARAÍSO DOS CRIMINOSOS FACE AO MELHOR ACOLHIMENTO DO MUNDO...E DAS "GARANTIAS TOTAIS" QUE NO FISCO NÃO EXISTEM...

Gangue levantou milhares de euros em multibancos

Publicado às 00.22

NUNO SILVA
 
 9 2 0
Com um método inédito em Portugal, um grupo romeno conseguiu levantar milhares de euros de multibancos sem ter qualquer débito nas contas bancárias. Em apenas três noites, manipulou 35 caixas ATM.
Os três homens de nacionalidade romena, com idades entre 30 e 40 anos, acabam de ser acusados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa. Vão responder por 35 furtos qualificados e mais duas tentativas, ocorridos em fevereiro passado, em localidades como Lisboa, Loures, Cascais, Almada, Moita e Barreiro. Só numa das noites cometeram 12 crimes, sendo que em cada investida sacavam 200 euros, o máximo permitido.
A técnica que, até então, era desconhecida das autoridades e da SIBS, sociedade que gere toda a rede multibanco, tem algumas semelhanças com o "cashtrapping", mas com variações, como o facto de os ladrões não lesarem os utilizadores das ATM e sim as instituições bancárias. Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), o gangue utilizava cartões Visa Electron e Mastercard supostamente emitidos por bancos na Bulgária. Começavam por efetuar levantamentos de 10 euros e, com essa operação em curso, colocavam na ranhura das notas "uma gazua e uma peça metálica" para manipular o funcionamento da máquina.

DEPOIS OS PARVOS DOS CONTRIBUINTES QUE PAGUEM NOMEADAMENTE PELOS ACTOS DE ALTA TRAIÇÃO DOS INTERPRETADORES-SALVADORES DO PLANETA POR NOSSA CONTA...