RTP CUSTA-NOS 0,5% DE IVA/AN0
Jorge Fiel
redactor principal
Tomem, por favor, nota do meu mail - jorgefiel@dn.pt - para o caso da leitura desta crónica vos dar vontade de me escrever a argumentar, reclamar, ou até mesmo insultar (se isso vos aliviar). Se calhar a culpa é minha, mas estou farto de espremer as meninges e ainda não descortinei uma boa razão para continuarmos a pagar a RTP.
E não me venham, por favor, com o argumento de que a RTP serve para dar tempo de antena ao primeiro-ministro quando ele precisa de se ir explicar à televisão. Tenho a certeza de que depois de na terça à noite a TVI ter entrevistado Ferreira Leite, a SIC teria todo o gosto em receber Sócrates no dia seguinte.
Em 2007, a RTP custou-nos 240 milhões de euros - 126 milhões directos do Orçamento de Estado, mais 114 milhões do imposto dissimulado de taxa do audiovisual que nos é cobrado mensalmente com a factura da electricidade.
Até dói pensar que em dois anos, a RTP nos custa o equivalente à receita de 1% de IVA.
Em vez de continuar a sustentar a RTP, Sócrates brilharia se repusesse a taxa do IVA no valor em que a encontrou quando chegou a S. Bento. E abstenho-me de enumerar as vantagens desse corte. O Governo já as inventariou quando desceu o IVA de 21% para 20%.
Não é preciso ser um barra a Economia para perceber que a RTP é muito mais ineficiente que a concorrência. Basta espreitar os relatórios.
Em 2007, a grelha da RTP1 custou 76,3 milhões de euros, mais do que gastaram em programação todos os cinco canais SIC. As receitas geradas pela RTP1 (74,6 milhões) não chegam sequer para pagar a programação.
Nos custos com pessoal, a RTP1 volta a revelar-se pouco competitiva. Gasta mais 50% do que os privados: RTP1: 45 milhões; SIC: 31 milhões; TVI: 29 milhões.
Se a RTP é cara (custa-nos por ano o e equivalente à receita de 0,51% de IVA) e ineficiente (gasta mais e gera menos receitas que os privados) por que continuamos a pagá-la?
Não será seguramente para evitar que ela feche. O frenesim à volta do 5.º canal diz-nos que o negócio da televisão é apetecível. Se o Governo anunciasse a privatização da RTP, os interessados fariam fila à porta do gabinete do ministro Santos Silva.
"Serviço Público." Estas duas palavrinhas têm as costas largas. São elas que justificam que a RTP continue estatal. Ora eu contesto a bondade desta explicação. Não percebo porque é que o Jorge Gabriel (RTP) é mais "serviço público" do que a a Fátima Lopes (SIC) ou a Júlia Pinheiro (TVI). Ou porque é que a telenovela "Dança Comigo" é "serviço público" e "Ciranda de Pedra" (SIC) e "A Outra" (TVI) não são.
O José Mendes é divertido e tem a boa educação de respeitar os concorrentes, mas acho um pouco exagerado classificar "O Preço Certo" como "serviço público".
Há razões para a RTP continuar estatal que a minha razão desconhece. O outro prometeu vender um dos dois canais da RTP, mas quando escapou para Bruxelas deixou o Estado com três canais no regaço (acrescentou a RTPN).
A RTP tem mel. Não há outra explicação para este Governo proibir o Governo da Madeira de ter um jornal, enquanto ele se mantém dono de três canais de televisão - e de estações de rádio que fazem o "serviço público" de emitir notícias e música rock. Sócrates deve achar que a TSF e a RFM não nos chegam... |
MAS QUEM NOS DAVA AS NOTÍCIAS DE ÁFRICA? COM QUEM OS NOSSOS POLÍTICOS AMIGOS DOS SEUS "NACIONALISTAS" TANTO SE PREOCUPAM?E QUE NOS OBRIGAM A PAGAR?TEMOS QUE IR ACOMPANHAMDO AS SUAS "BOAS ACÇÕES" POR TODO O LADO...AS SUAS "DÁDIVAS", "PERDÕES", "COOPERAÇÕES" E MESMO "RECLAMAÇÕES" SEMPRE PRONTAMENTE ATENDIDAS... E QUEM NÃO GOSTAR QUE DIGA QUE O GOVERNO MANDA PARA CASA UM PACOTINHO DE MARGARIDA PARA NÃO DOER TANTO...